Em tramitação na Assembleia Legislativa em regime de urgência, o plebiscito das estatais representa uma oportunidade de alívio nas finanças e dos gaúchos decidirem o seu futuro. “A população tem a clareza das dificuldades financeiras, de fazer os investimentos mínimos nas áreas essenciais, como saúde, segurança, educação, infraestrutura e desenvolvimento. Precisamos focar menos em corporações e centralizar as ações em questões constitucionais”, afirmou a secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, no programa Governo e Comunidade desta semana.
Apesar da necessidade de privatizar ou federalizar estatais, no último dia 15 a oposição evitou o avanço da proposta com pedido de vistas. O governador José Ivo Sartori reforça que fazer o processo junto com as eleições não geraria custos e organizá-lo em outra data representaria gasto de aproximadamente R$ 18 milhões para o Estado, já em crise.
“Para o governo, a proposta é muito simples, o Rio Grande do Sul precisa focar os recursos naquilo que efetivamente faz a diferença para o cidadão”, ressaltou a secretária. “Não cabe mais um Estado, que hoje tem limite de investimento, continuar sendo dono de algumas empresas cuja rentabilidade está prejudicada faz muito tempo”, acrescentou.
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) é o caso mais complexo das três estatais que constam no plebiscito. Ela é formada por duas empresas: a CEEE Geração e Transmissão e a CEEE Distribuidora. “Atualmente o Grupo CEEE tem patrimônio líquido negativo de R$ 1,2 bilhões e uma dívida consolidada em R$ 3,8 bilhões”, explicou.
“É uma empresa que, por um lado, tem ativo importante que é a concessão, abrangendo 34% da população. De outro lado, precisa de medidas urgentes de reescalonamento da dívida e de injeção de recursos para poder manter a concessão e continuar existindo”, avaliou.
Prejuízos acumulados
Já a Sulgás, empresa que traz gás natural para o RS, precisa de R$ 2 bilhões para conseguir atender todo o mercado potencial – por volta de 12 milhões de metros cúbicos -, mas só consegue ofertar dois milhões de metros cúbicos. “São números que o Estado não pode mais suportar, o que é mais importante para o cidadão gaúcho? Ter gás natural disponível para sua empresa, hotel ou residência, ou ser dono dessa companhia de gás?”, questionou.
“A Companhia Riograndense de Mineração (CRM) é uma empresa com um único cliente, que é a Eletrobrás, e está dentro do plano de privatização do governo federal. Essa dependência direta de um único cliente causa prejuízo consecutivo à CRM”, completou. Segundo ela, os recursos destinados às empresas deficitárias podem ser realocados para educação, saúde, segurança pública e infraestrutura.
Hospital São Carlos conquista selo de compra de energia limpa
Governo lança campanha mercadológica para afirmar Rio Grande do Sul como destino de inverno
Mais de 15 mil presos trabalham no sistema prisional do RS