A Polícia Federal (PF) realizou novas diligências na manhã desta quinta-feira, dia 22, em Bento Gonçalves, na Operação Descaro, relacionadas às investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que em fevereiro deflagraram uma operação de combate ao trabalho análogo à escravidão no município. As ações dessa manhã se concentraram em um imóvel localizado na Rua Fortunato João Rizzardo, bairro Borgo.
Na ação de hoje, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e apreendidos seis telefones celulares e um computador, com o objetivo de coletar novas informações complementares à apuração em andamento. A Operação Descaro foi deflagrada em 17 de março de 2023 para apurar os fatos ocorridos em 22 de fevereiro, quando 207 vítimas submetidas à condição análoga a de escravo foram resgatadas em Bento Gonçalves. Em virtude da necessidade de prosseguimento da investigação, a Polícia Federal solicitou à Justiça Federal a prorrogação do inquérito por 90 dias.
À época, os trabalhadores foram encontrados em situações precárias em um alojamento de uma empresa prestadora de serviços à vinícolas da região. O proprietário da empresa chegou a ser preso, mas foi liberado mediante pagamento de fiança. Posterior, os trabalhadores foram encaminhados de volta às suas cidades de origem, no estado da Bahia, com o pagamento de das verbas rescisórias e outras indenizações.
Conforme a Polícia Federal, não foram encontrados indícios de participação das vinícolas na situação da empresa terceirizada responsável pelos trabalhadores resgatados. De lá para cá, diversas ações foram realizadas e grupos de trabalho criados com a participação do município, estado e empresas para combater o trabalho análogo à escravidão.
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