O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco Segurança Alimentar – deflagrou, nesta terça-feira, 5, a 11ª etapa da Operação Leite Compen$ado e a 4ª etapa da Operação Queijo Compen$ado. Foram deferidos pela Justiça de Montenegro cinco mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão nas cidades de São Pedro da Serra (4), Estrela (1), Caxias do Sul (2) e Novo Hamburgo (1).
Foram presos: Clóvis Marcelo Roesler, Secretário do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), integrante do Conselho Administrativo da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS (Apil) e Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador do Sul e São Pedro da Serra. O irmão dele, César Moacir Roesler, e a esposa de César, Anete Maria Roesler, também tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça de Montenegro, assim como os queijeiros que trabalham para a família, Antônio Germano Royer e Selvino Dietrich. Clóvis é sócio administrador da empresa Laticínios Roesler Ltda., que produz a marca Granja Roesler, e César é sócio da Laticínios Campestre Ltda., que detém a marca Campestre.
As sedes das indústrias foram interditadas pela Fepam por falta de Licença de Operação e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pelos produtos químicos encontrados no local (água oxigenada e ácido sórbico – conhecido como sorbato), por falta de higiene e pelo amido de milho encontrado, utilizado para “engrossar” o leite utilizado na fabricação de nata.
Em Caxias do Sul, foi preso em flagrante por acondicionar para a venda queijo das marcas investigadas e outras em péssimas condições de conservação o dono da Calábria Casa de Queijos, Guilherme Scussiato. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária Municipal pela falta de higiene e pelos produtos impróprios para o consumo.
Em Novo Hamburgo, como a Nei Casa do Queijo – Produtos Coloniais havia sido inspecionada há cerca de 20 dias pela fiscalização municipal, não foram detectadas irregularidades. Em Estrela, o mandado de busca e apreensão ocorreu na sede de um provedor de internet, para obter provas em relação a um dos denunciados.
Foi deferida a suspensão do exercício da função pública do responsável pelo Serviço de Inspeção Municipal de São Pedro da Serra.
Durante as operações, o MP encontrou, no interior da cidade de Barão, 8,6 toneladas de leite de cabra em pó vencido estocado dentro de uma sala de aula de uma escola municipal. O produto seria misturado junto a leite de cabra em pó das empresas investigadas.
As empresas produziam queijo lanche, cobocó, colonial, de cabra, coalho e para assar, bem como nata, leite pasteurizado e leite de cabra, vendidas para todo o Estado. No entanto, possuíam, desde junho do ano passado, restrição para a venda para fora da cidade.
As operações foram desencadeadas pelo Ministério Público (Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre e Promotoria de Justiça Especializada Criminal – Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária), com o apoio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Receita Estadual, Secretaria Estadual da Saúde (Vigilância Sanitária), da Brigada Militar e de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
BACTÉRIAS, AMIDO, PRODUTOS QUÍMICOS E ÁGUA NO LEITE
As operações investigam práticas nocivas à saúde humana pelos suspeitos, já que os produtos fabricados pelas empresas Laticínios Roesler Ltda. e Laticínios Campestre Ltda. (marcas Granja Roesler e Campestre) foram submetidos à análise laboratorial e tiveram resultados positivos para coliformes fecais e staphyloccocus (ambas bactérias gram positivas). Além disso, foi detectada fraude a partir da adição de água e amido de milho no leite para aumentar o volume, bem como o acréscimo de água oxigenada e ácido sórbico (bactericida e fungicida, respectivamente) para aumentar a validade dos produtos (leite de cabra e queijo).
A fraude foi constatada pelo Lanagro (laboratório do Mapa) em análises de quatro coletas de leite pasteurizado tipo C da marca Granja Roesler com data de fabricação em 09 de março deste ano e vencimento em 16 do mesmo mês.
Todas tiveram o índice de crioscopia (ponto de congelamento) fora dos padrões, o que indica adição de água. Análises feitas na nata da mesma marca tiveram resultado positivo para a presença de amido de milho.
Fonte: Central de Jornalismo da Difusora com informações e fotos do MP
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