A obesidade, infelizmente, é uma condição muito presente na atual sociedade. Não é novidade para quase ninguém que ela pode ser a responsável pelo desenvolvimento de uma série de doenças, como diabetes, hipertensão e complicações cardiovasculares. Pode, inclusive, aumentar o risco de morte por Covid-19.
Existe também uma espécie de crença popular que aponta como causa da obesidade o excesso de comida. Porém, pesquisadores norte-americanos sugerem que – quando o assunto é ganho de peso – a qualidade dos alimentos ingeridos interfere mais do que a quantidade.
Foi o que disse um estudo produzido pela Harvard Medical School e publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition. De acordo com a pesquisa, o consumo de carboidratos com alto índice glicêmico, como doces e refrigerantes, associado a ingestão de produtos altamente processados e industrializados, como fast-food e biscoitos recheados são os grandes vilões da história. Eles podem acelerar o ganho de peso, mesmo quando não são consumidos em grandes quantidades.
Segundo David Ludwig, um dos principais autores do estudo, a redução de carboidratos de rápida digestão na dieta pode diminuir a capacidade do organismo estocar gordura. O resultado disso, segundo ele, é que as pessoas poderiam perder peso sem ter que passar fome. Algo que facilitaria o combate à obesidade no mundo todo.
Entenda mais sobre a obesidade
De acordo com o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a obesidade é realidade para um a cada quatro brasileiros. Sem falar que mais de 60% dos adultos do país estão acima do peso. Tudo isso configura a situação como um grave problema de saúde pública.
Para a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), o problema exige atenção e tratamento. “Em primeiro lugar as pessoas têm que entender que a obesidade não é uma condição estética e sim uma doença crônica. E, como doença crônica, deve ser tratada de forma crônica, para o resto da vida. É uma doença que não tem cura”, conta.
A principal maneira de evitar que o excesso de peso chegue no estágio da obesidade e se torne um problema crônico, é ficar atento aos sinais que o corpo dá. Pessoas que possuem apenas alguns quilos a mais também precisam ficar em estado de alerta. “Uma pessoa deve começar a se preocupar quando ela sai da faixa de normalidade de peso. E como que ela descobre isso? É quando faz a mesma conta para o cálculo do IMC, que é dividir a sua altura em cm² pelo peso. Se ela encontrar qualquer valor acima de 25, ela está em sobrepeso”, explica a especialista.
Como frear o ganho de peso
O ideal nessa hora é analisar o estilo de vida e procurar mudanças. Apostar em uma dieta mais saudável, longe de carboidratos de alto índice glicêmico – como sugeriu o estudo da universidade de Harvard – e começar a praticar atividades físicas. São essas atitudes que vão favorecer a perda de peso e evitar complicações.
Por outro lado, a pandemia tornou as pessoas mais sedentárias e piorou a qualidade alimentar de muita gente. “Dados – tanto oficiais, quanto observacionais – mostram que as pessoas, ao invés de melhorarem o seu consumo alimentar, passaram a comer muito pior. Nós observamos na nossa clínica, pessoas aumentando grandes quantidades de peso e transformando-se em obesas ao longo da pandemia”, conta a Dra. Garcez, que também aponta a mudança do estilo alimentar como grande solução para o problema.
“Dentre as várias etapas do tratamento médico para a obesidade, nós temos a orientação com relação a mudanças de comportamento cognitivo, orientação de mudanças de hábitos alimentares, orientação com relação a prática adequada de atividade física e a eventual prescrição de suplementos, medicamentos e terapias associadas para que esse paciente consiga manejar e tratar a doença”, finaliza a médica.
Fonte: O Sul
Foto: Reprodução O Sul
(RM)
Em Pequim, RS Day reforça parcerias estratégicas do Rio Grande do Sul com a China
Segundou de Oportunidades: CIEE-RS inicia a semana com mais de 3,8 mil vagas de estágio e bolsas de até R$ 1,8 mil
Dom José Gislon – Um Rei fiel e servidor