Nossa gratidão e amor aos avós e idosos, peregrinos de esperança

“Eles nos enchem de esperança em relação ao futuro, porque nos transmitem a confiança de que os problemas e os conflitos fazem parte da vida, mas não são maiores do que ela. Os conflitos vêm e vão, mas a vida segue seu rumo”

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como Igreja, Povo de Deus a caminho, celebramos neste último domingo do mês de julho o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. O nosso Papa Leão XIV escreveu uma bonita mensagem para esta data tão significativa, na qual aborda a providência de Deus na narrativa bíblica, mostrando que os idosos foram protagonistas da ação divina na vida da humanidade.

“Com suas escolhas, o Senhor nos ensina que aos seus olhos a velhice é um tempo de bênção e graça e que, para Ele, os idosos são as primeiras testemunhas da esperança”. Cientes de que os idosos são hoje uma grande porcentagem da população em todo o mundo, e nem sempre são inseridos nos programas sociais dos governos de amparo à vida, é importante a conscientização da sociedade para que os idosos não fiquem relegados ao abandono e à solidão por parte dos familiares e da comunidade. Como sociedade, temos hoje pouco tempo para compromissos comunitários, para cuidar da nossa vida de fé, para cuidar da nossa família, para cuidar da nossa saúde e também para irmos ao encontro de quem espera de nossa parte uma visita, um abraço.

A mensagem do Papa Leão XIV para este dia tem como tema: “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14, 2). Os avós e os idosos são o testemunho vivo do passado, da coragem, da perseverança, da superação dos desafios na construção de uma sociedade que hoje recolhe os benefícios, da perseverança e dedicação pelo trabalho árduo, feito com amor, cansaço, fé e esperança. Eles testemunham no presente os valores da vida familiar, pois souberam superar os conflitos, à luz do amor e da fé, por um ideal maior, a família, sua unidade e seus valores. Eles nos enchem de esperança em relação ao futuro, porque nos transmitem a confiança de que os problemas e os conflitos fazem parte da vida, mas não são maiores do que ela. Os conflitos vêm e vão, mas a vida segue seu rumo, e cada um de nós continua percorrendo seu caminho e escrevendo a sua história, criando laços afetivos através de sorrisos e abraços, na família e na comunidade.

Segundo a mensagem do Papa Leão XIV, “só se compreende a vida da Igreja e do mundo na sucessão das gerações. Por isso, abraçar um idoso ajuda-nos a entender que a história não se esgota no presente, nem em encontros rápidos e relações fragmentárias, mas se desenrola rumo ao futuro. No livro do Génesis, encontramos o comovente episódio da bênção dada por Jacó, já idoso, aos filhos de José, seus netos: as suas palavras os exortam a olhar com esperança para o futuro, como o tempo das promessas de Deus (cf. Gn 48, 8-20). Portanto, se é verdade que a fragilidade dos idosos precisa do vigor dos jovens, é igualmente verdade que a inexperiência dos jovens precisa do testemunho dos idosos, para projetar o futuro com sabedoria. Quantas vezes os nossos avós foram para nós um exemplo de fé e devoção, de virtudes cívicas e compromisso social, de memória e perseverança nas provações! A nossa gratidão e coerência nunca serão suficientes para agradecer esse bonito legado que nos foi deixado com tanta esperança e amor”.

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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