O pescador Ubiratan San Martin, 60 anos, mora desde 2011 na beira da Lagoa dos Barros, na Estrada Osório/Capivari, que liga a BR 290 com a BR 101. Ele afirma ter presenciado o nível da lagoa muito acima da média, em 2015, quando, recorda, a água atingiu parte do asfalto. Também já viu o nível diminuir, mas não como está neste verão. “Ela baixa, mas nunca fica assim”, comenta o pescador, que também relata que a situação começou a ser registrada a partir do mês de novembro. Ele diz que a lagoa é uma das poucas próprias para banho na região, lamenta que o turismo não seja mais bem trabalhado no local e culpa, além da estiagem, os produtores de arroz que, do outro lado, em Santo Antônio, bombeiam água para irrigar as lavouras.
A associação entre a diminuição do nível da Lagoa dos Barros com o setor arrozeiro, contudo, é uma falácia, afirma o coordenador da Comissão do Meio Ambiente da Farsul, Domingos Antônio Velho Lopes. Ele cita dados do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Litoral Médio que mostram que, este ano, houve uma redução de 36% de lavouras irrigadas retirando água da lagoa. Lopes ainda menciona que, apesar do nível visivelmente mais baixo do que nos últimos anos, a régua de recomendação para irrigação anual, acordada entre produtores e Fepam desde 1966, mostra que o nível atual é de 8,6 metros, mais de um metro acima do nível mais baixo já registrado, 7,5 metros, em 1990.
Estiagem preocupa na região
O nível da Lagoa dos Barros, segundo a Farsul, ainda não chega a ser uma preocupação para os produtores de arroz, mas a estiagem como um todo preocupa a região. O secretário de Meio Ambiente de Osório, Fernando Campani, afirma que diversas lagoas têm apresentado um nível de água muito abaixo do normal em função da falta de chuvas, como é o caso da Lagoa do Peixe, entre Tavares, Mostardas e São José do Norte, mostrado pelo Correio do Povo nas últimas semanas.
“Estamos com a esperança de que a pluviometria melhore e recupere esses mananciais, essa é a nossa torcida, tanto para a manutenção da vida quanto para a economia”, explica Campani, que diz que, apesar de a Lagoa dos Barros não ter um grande potencial piscicultor como outras, dezenas de famílias vivem da pesca no local. Ele também destaca que não há dados que mostrem que as lavouras causem um impacto significativo na redução do nível da água. O setor, segundo o secretário, também tem prejuízos, porque a capacidade de bombeamento é menor.
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