Mostra Sesi Com @ Ciência: evento, que segue até sexta-feira, apresenta ideias para uma sociedade mais empática

O conhecimento não deve ficar restrito à sala da aula. E essa é uma das razões pelas quais eventos como a Mostra Sesi Com@Ciência Projetos e Robótica são tão importantes. Isso porque mostram para a sociedade como a educação é capaz estimular jovens a criarem soluções para problemas com os quais se deparam, sejam ambientais, de inclusão ou de bem-estar.

A quinta edição da mostra começou na segunda-feira (13) e vai até sexta (17) — no feriado desta quarta-feira (15) não há programação — no Sesi Canoas (Rua Aurora, 1220 – Mal. Rondon). O encontro, com entrada gratuita, reúne estudantes das redes pública e privada com trabalhos desenvolvidos sob o tema “saber questionar para conectar”, destacando a importância do pensamento crítico diante do avanço das novas tecnologias.
Os dois primeiros dias foram com projetos criados por alunos do Ensino Médio. Na quinta-feira, haverá trabalhos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, na sexta-feira, de crianças e adolescentes do contraturno escolar, além de torneios de robótica.
Este ano, pela primeira vez, escolas da rede estadual participam da iniciativa. Para a gerente de Educação do Sesi-RS, Sônia Bier, a novidade reforça que é preciso mobilizar todos os agentes para qualificar a educação tendo em vista os desafios contemporâneos. “Se esses jovens que estão aqui começam a entender a importância da sustentabilidade, do desenvolvimento e do cuidado dos animais, dos seres vivos como um todo, certamente nós vamos ter uma sociedade muito mais humana e muito mais empática”.

 

Já na entrada da mostra, um dos projetos reforça a preocupação dos estudantes com a temática do desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma bolacha com propriedades calmantes desenvolvida por alunos do terceiro ano da Escola Sesi de Ensino Médio Arthur Aluízio Daudt, de Sapucaia do Sul. Criada por Kathleen Fiuza, Gabriely da Silva e Stella Cuaiato, a ideia foi motivada pela percepção de que jornadas de estudo em tempo integral demandam atenção à saúde mental dos jovens e à alimentação. “Uma das maiores lições que aprendemos com o projeto, e não foram poucas, foi perceber como nosso corpo é frágil e que precisamos cuidar dele”, afirma Kathleen, 18 anos.

 

Por falar em saúde, outra iniciativa que busca melhorar a qualidade de vida é o Sensor for diabetics. Elaborado por estudantes da Escola do Sesi de Ensino Médio Albino Marques Gomes, de Gravataí, o projeto consiste em um sensor que é colocado no corpo e acusa o índice glicêmico por meio de alertas com luzes (verde, quando está dentro dos limites e, vermelho, acima da média). Pensando também em pessoas com daltonismo, o aparelho pisca quando os níveis não estão dentro da normalidade. A ideia partiu da estudante Milena Baptista dos Santos, 17 anos, que tem mãe com diabetes. Junto com ela, estão os colegas Vitor Pinheiro e João Vitor Vieira. “Na escola Sesi, nós costumamos trabalhar em grupo e fazer muito pesquisa. Isso faz com que a gente amadureça”, pondera Vitor. “Ter essa experiência faz com que a gente tenha mais empatia, pense nos outros”, acrescenta Milena.
Questões agroecológicas também estão contempladas na mostra. Um exemplo é o projeto “Irrigação automática: uma alternativa para a horticultura”, desenvolvido por alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Arroio do Tigre, do município que dá nome à instituição de ensino. As autoras são as colegas do terceiro ano Luisa Schäfer, Caroline Vega e Emanuela Azambuja, e busca agregar tecnologia e sustentabilidade. De acordo com Luisa, a ideia surgiu como recurso para driblar possíveis estiagens na região. Por meio de sensores colocados na terra para medir a umidade e detectar quando o solo está seco, o projeto é capaz de liberar água da chuva captada por cisternas e irrigar áreas de plantio. “É maravilhoso ver os alunos pensarem soluções para a falta de chuva usando o que aprendem nas disciplinas. Um dos nosso objetivos é fazer com que esses conteúdos tenham aplicação na prática, e fazer com que eles saiam do Ensino Médio vendo possibilidades de resolver problemas”, pontua a professora Clélia Redin, que leciona as disciplinas de Tecnologia e Contemporaneidade e Introdução à Linguagem Tecnológica.

Oficinas e robótica

A Mostra Sesi Com @ Ciência 2023 tem 190 trabalhos dos programas de educação do Sesi – sendo 92 de estudantes das escolas de Ensino Médio, 32 de crianças e adolescentes do Contraturno Tecnológico e 66 de jovens e adultos da EJA –, além de 27 de escolas da rede estadual e quatro de redes municipais. Na quinta e na sexta também haverá torneio de Robótica da First Lego League Challenge Etapa Regional e torneio de robótica da EJA.
Assim como no primeiro dia de atividades, enquanto autores dos projetos e interessados trocam informações no Ginásio de Esportes do Sesi Canoas, onde a tecnologia é o mote, atrações culturais e de entretenimento são oferecidas do lado de fora, em estruturas montadas especialmente para tal função. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) tem um espaço próprio, armado próximo de onde os projetos são apresentados. Nele, ocorrem oficinas de muralismo com técnicas de grafite, além oficinas maker.
O artista urbano Jackson Brum, de 42 anos – sendo 29 deles dedicados à arte de rua e seus desdobramentos -, é quem conversa com a gurizada sobre grafite, cultura hip-hop e formas de se expressar. Chamando a atenção da galera mais nova em meio a latas de spray, o artista traz a reflexão de que o mundo hoje está ligado aos saberes técnicos, mas o elemento humano não pode ser esquecido. “A tecnologia é maravilhosa, mas não podemos perder o lado humano. E a arte nos reforça isso, traz uma conexão com quem somos, com o que sentimos”, avalia Jackson.
Outra atração é o Escape Room, desafio em grupos de cinco ou seis pessoas precisam fugir de uma sala fechada. No enredo, o objetivo do jogo é salvar uma biblioteca e, para isso, mistérios ligados à literatura são passados aos estudantes para resolveram o caso. A organização é da equipe de bibliotecários do Sesi-RS.

Nova escola em Canoas

O Sesi Canoas, onde ocorre o Mostra Sesi Com @ Ciência, será sede de uma escola Sesi na cidade. Com investimento superior a R$ 30 milhões, a construção terá estrutura para o Ensino Médio, EJA e contraturno tecnológico, que atende a crianças e adolescentes de seis a 15 anos no turno inverso à escola. A previsão de conclusão é em julho de 2024, possibilitando o começo das atividades das primeiras turmas em fevereiro de 2025.

SERVIÇO:
Mostra Sesi Com@Ciência Projetos e Robótica
Quando: 13, 14, 16 e 17 de novembro
Onde: Sesi Canoas (Rua Aurora, 1220 – Mal. Rondon, Canoas/RS)
Como participar: inscrições gratuitas pelo site https://conteudos.sesirs.org.br/sesi-com-ciencia-projetos

Foto: Dudu Leal

Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS

PG

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