Mortes por metanol em bebidas alcoólicas acende alerta em São Paulo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou neste sábado (27) uma recomendação emergencial a todos os estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas no estado de São Paulo e regiões próximas, depois da confirmação de duas mortes e dez casos de intoxicação suspeita por metanol. As ocorrências, registradas nas últimas semanas, envolvem bebidas falsificadas.

Segundo o Centro de Vigilância Sanitária, as vítimas fatais estavam na capital paulista e em São Bernardo do Campo. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) recebeu o alerta pelo Sistema de Alerta Rápido (SAR), que monitora riscos à saúde pública.

Medidas para bares e comércios

A nota técnica, assinada pelo secretário nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira, orienta bares, restaurantes, casas noturnas, mercados, hotéis, distribuidores e plataformas de e-commerce a reforçar o controle na compra e venda de bebidas. A recomendação inclui:

  • Checagem rigorosa de origem e rastreabilidade dos produtos.

  • Interrupção imediata da venda de lotes suspeitos, com isolamento de garrafas, caixas e rótulos para perícia.

  • Atenção a indícios de falsificação, como preço muito abaixo do mercado, lacres tortos, impressão defeituosa ou cheiro de solvente.

Se clientes apresentarem sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou confusão mental, o estabelecimento deve acionar atendimento médico de urgência e contatar o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), além de informar Vigilância Sanitária, Polícia Civil (197), Procon e, se necessário, o Ministério da Agricultura.

Crime e penalidades

A comercialização de bebidas adulteradas é crime previsto no artigo 272 do Código Penal, com pena de reclusão e multa, além de configurar crime contra as relações de consumo, segundo a Lei nº 8.137/1990. O Código de Defesa do Consumidor também prevê recall obrigatório quando há risco à saúde.

O MJSP reforça que a recomendação vale de imediato em São Paulo, mas poderá ser estendida a outros estados conforme novas investigações avancem.

Mortes e novos casos de suspeita de intoxicação por metanol em São Paulo

O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo confirmou neste sábado (27) que duas pessoas morreram após consumir bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, uma na capital paulista e outra em São Bernardo do Campo, no ABC. Desde junho, o órgão já registrou seis casos de intoxicação, sendo dois com óbito, e investiga outros dez na cidade de São Paulo. As autoridades ainda não sabem como ocorreram as contaminações.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde da capital informou que a vítima paulistana era um homem de 54 anos, morador da região da Mooca/Aricanduva, que apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15. Já a Prefeitura de São Bernardo comunicou que um paciente atendido no Hospital de Urgência morreu com suspeita de ingestão de bebida adulterada. “Ainda são aguardados exames para confirmar a contaminação. Mais informações não serão repassadas em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, destacou a secretaria.

Na sexta-feira (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que recebeu, via Sistema de Alerta Rápido, notificação de nove casos de intoxicação por metanol em 25 dias, todos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas falsificadas. As investigações continuam para identificar a origem dos produtos e responsabilizar os envolvidos.

O que diz a Secretaria Estadual da Saúde

“O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo informa que, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol, dos quais dois resultaram em óbito – um em São Bernardo do Campo e outro na capital.

Atualmente, há dez casos sob investigação com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada, na capital.

O CVS está apoiando e monitorando o trabalho dos Municípios na fiscalização dos estabelecimentos de comércio de bebidas (distribuidoras, bares etc.) envolvidos na comercialização e distribuição dos produtos contaminados. O CVS reforça que o consumo de bebidas alcoólicas de origem clandestina ou sem procedência confiável representa risco à saúde, já que podem conter substâncias tóxicas.

Com informações do Portal G1

Central de Jornalismo Difusora

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