Com o objetivo de reunir informações sobre os impactos da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em setembro, uma missão do Banco Mundial participou, ao longo desta terça-feira (24/10), em Porto Alegre, de uma série de reuniões de trabalho com o governo do Estado. A comitiva foi recebida pelo governador Eduardo Leite.
“Estamos numa região identificada como zona de alta concentração de umidade. Como consequência, vidas são afetadas, além de surgirem tantas outras questões sociais, econômicas e ambientais. Por isso, estamos diante de um momento desafiador, que exige mudança na forma de pensar as políticas públicas”, afirmou Leite na abertura do encontro organizado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Além da série de medidas já adotadas para enfrentar os impactos dos desastres naturais, o governador mencionou também o lançamento do plano Estratégias para as Ações Climáticas do ProClima 2050, realizado na segunda (23/10). O documento servirá como um roteiro para as medidas de mitigação das mudanças no clima e para adaptação ao novo cenário mundial.
Sul Resiliente
A missão é liderada pelo diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt. Na quarta-feira (25/10), o grupo visitará o Vale do Taquari para verificar in loco as áreas atingidas pelo desastre.
“As crises climáticas serão cada vez mais recorrentes e exigirão respostas com maior velocidade. Primeiro, reagir ao evento e atender as populações e, a seguir, fortalecer a capacidade de prevenção aos desastres do futuro”, observou Zutt. “Estamos com uma equipe que pode ajudar o Estado e os municípios nessas respostas e na identificação dos próximos passos.”
Uma das possibilidades é auxiliar os municípios, em parceria com o BRDE, por meio do programa Sul Resiliente. A iniciativa disponibiliza às prefeituras da região Sul uma linha de financiamento específica para projetos e qualificação da infraestrutura municipal visando atenuar impactos de desastres naturais. Além de investir em obras para evitar desastres naturais e eventos climáticos, o programa permite aos municípios a elaboração de projetos de engenharia, como mapeamento de risco e planos de contingência, treinamento de servidores municipais e aquisição de sistemas e equipamentos para monitoramento de risco.
Para o vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, o objetivo da missão é reunir o máximo de informações sobre os impactos das enchentes. “Por isso é importante tanto o intercâmbio dos técnicos do Banco Mundial com as áreas do governo do Estado quanto a visita aos locais atingidos. Essa é uma primeira etapa, que busca identificar os grandes desafios que estão presentes por conta das mudanças climáticas”, explicou Ranolfo.
Perdas econômicas
Ainda na parte da manhã, o vice-governador Gabriel Souza apresentou um diagnóstico dos efeitos dos últimos desastres tanto no Vale do Taquari como no Litoral Norte (ocorrido em julho). Além de elencar as medidas já adotadas pelo governo para socorrer as vítimas, restabelecer os serviços e apoiar a retomada das empresas, Gabriel dimensionou o quanto os eventos climáticos prejudicaram a economia gaúcha.
“Na comparação com os outros estados, o Rio Grande do Sul foi o que mais sofreu perdas econômicas, na ordem de R$ 41 bilhões nos últimos 25 anos. Nesse período, ainda enfrentamos seis estiagens severas”, lembrou Gabriel. O vice-governador destacou ainda que as previsões indicam que o Estado terá chuvas acima da média histórica até o final deste ano por conta do El Niño.
O diretor de Planejamento do BRDE, Leonardo Busatto, valorizou a presença da missão do Banco Mundial para ajudar no enfrentamento a esse quadro. “O alinhamento entre as áreas técnicas é fundamental. Por isso, organizamos uma agenda para que a missão tenha a dimensão do que muitas regiões do Estado estão sofrendo”, disse.
Durante a tarde, a comitiva do Banco Mundial participou de encontros com a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann; com os secretários de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini; e com o chefe da Defesa Civil, Luciano Chaves Boeira. As reuniões tiveram a participação das áreas técnicas das pastas e dos dois bancos.
Comitiva
A equipe do Banco Mundial é formada pelo economista líder para o Brasil, Shireen Mahdi; pelo gerente do programa Sul Resiliente e especialista sênior em gerenciamento de Risco e de desastres, Jack Campbell; pela especialista sênior em Desenvolvimento Urbano e co-gerente do programa, Hannah Kim; pela especialista em gerenciamento de Risco de Desastres, Joaquin Toro; pelo especialista em Salvaguardas Ambientais, Guilherme Todt; e pela consultora em Gestão de Projetos, Yuka Maekawa.
Na quinta-feira (26/10), a comitiva estará em Santa Catarina, também para conhecer de perto os efeitos das cheias das últimas duas semanas.
A agenda com o Banco Mundial contou ainda com a participação do analista da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério de Planejamento, Klaus Nery Teixeira; da secretária da Fazenda, Pricilla Santana; dos secretários de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi e de Habitação e Regularização Fundiária, Fabricio Peruchin; e do secretário adjunto de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira.
Texto: Pepo Kerschner/Ascom BRDE
Edição: Felipe Borges/Secom
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