Ministério do Trabalho notifica empresa responsável pela construção de moinho em Bento

O Ministério do Trabalho (que anteriormente era denominado de Ministério do Trabalho e Emprego), que tem sede em Caxias do Sul, e abrange 42 municípios, notificou nesta quarta-feira, 4, a S&N Engenharia e Construção, de Porto Alegre, empresa que presta serviço para a M. Dias Branco, onde está inserida a Isabela de Bento Gonçalves. O órgão recebeu denúncia ainda na terça-feira, 3, de eventuais problemas envolvendo trabalhadores que atuam na construção de um novo moinho no bairro Santa Rita, no município.

Conforme informações de Vanius João Corte, gerente regional do Ministério do Trabalho, “constatamos que a situação é bastante preocupante e várias das denúncias do Sindicato (Sitracom/BG – Sindicato dos Trabalhadores na Construção e no Mobiliário) procedem. Equipamentos de segurança que não são fornecidos. Foram apontados também problemas em alojamentos, inclusive problemas salariais”, comentou.

O presidente do Sitracom/BG, Itajiba Soares Lopes, afirmou que foram acordados pontos envolvendo a segurança e que a obra não está interditada, mas é necessário a realização de melhorias. “A gente está com a maioria em férias do Sindicato, mas temos três diretores e sempre procuramos estar ao lado dos trabalhadores. A questão da segurança tem que estar em primeiro lugar”, disse.

Uma reunião de mediação foi marcada para a manhã desta quinta-feira, 5, na sede do Ministério do Trabalho em Caxias do Sul, para garantir o cumprimento de adequações por parte da empresa notificada. “Que se estabeleça um ambiente de trabalho seguro e com o cumprimento da legislação trabalhista”, sugeriu Corte.

A ideia do MT é propor regularizações e voltar a vistoriar o local depois de um prazo a ser estipulado. Se continuarem os problemas, há riscos de embargos.

Outra reivindicação dos trabalhadores contratados pela empresa de Porto Alegre, é quanto a remuneração desigual que estaria ocorrendo.

“O nosso entendimento é que a remuneração deve considerar o local da prestação do trabalho. Se a pessoa foi contratada onde for, mas veio trabalhar em Bento Gonçalves, tem que ser observadas as normas da convenção coletiva de trabalho que tem vigência na cidade”, finalizou o gerente regional do Ministério do Trabalho.

M. Dias Branco e  S&N Engenharia e Construção divulgam notas oficiais

A M. Dias Branco informa que é rigorosa na avaliação de empresas prestadoras de serviço. Exige o cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e de todas as normas regulamentadoras de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente, prevendo, em caráter obrigatório, que o prestador forneça e utilize os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletivo, necessários à preservação da integridade dos profissionais envolvidos. Estamos acompanhando a fiscalização do Ministério do Trabalho e tomaremos as medidas cabíveis, caso constatada alguma irregularidade.

M. Dias Branco S/A

A S&N Engenharia e Construção, responsável pelas obras de ampliação da fábrica da M. Dias Branco localizada em Bento Gonçalves, informa que, ao tomar conhecimento das queixas de um grupo restrito de funcionários, imediatamente tentou abrir negociação por meio do sindicato de trabalhadores local, sempre com o objetivo de detectar e corrigir possíveis falhas. Fornecemos e exigimos a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletivo e zelamos pelo bem-estar de nossos funcionários, oferecendo instalações adequadas para repouso e refeições. De forma transparente, acompanhamos a fiscalização do Ministério do Trabalho e iremos seguir todas as orientações que porventura surgirem.

Por fim, ressaltamos que nossa empresa atua buscando desenvolver o trabalho com ética, transparência e zelando pela saúde de nossos funcionários, comunidade e meio ambiente.

S&N Engenharia e Construção

Relembre o caso

Funcionários da empresa S&N Engenharia e Construção, de Porto Alegre, que prestam serviço para M. Dias Branco, onde está a empresa Isabela, paralisaram as atividades nesta manhã de quarta-feira, 4.

Os trabalhadores que atuam na construção do novo moinho de trigo alegam más condições de saúde e segurança, problemas em alojamentos com condições precárias, negação de transporte e alimentação desde terça-feira, quando iniciou a mobilização.

Fonte: Central de Jornalismo da Difusora