Disputas entre diferentes grupos criminosos e a hegemonia de uma única facção podem influenciar na variação dos preços de drogas. É o que aponta o estudo Dinâmicas do Mercado de Drogas Ilícitas no Brasil, divulgado, no mês de dezembro, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em parceria com o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE).
Pesquisadores coletaram dados em São Paulo, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso, entre maio e agosto de 2022. O objetivo foi identificar aspectos como o destino da droga, comercialização, a forma de pagamento, o tipo de mercado, a quantidade vendida e comprada, embalagem e o valor de venda.
De acordo com a publicação, os conflitos nas zonas de produção, controles alfandegários e a ação policial contribuem para o aumento no valor das substâncias. Foi verificado que o preço da base de cocaína no Brasil é maior conforme a mercadoria se distancia dos países produtores da droga. O preço médio do quilo no atacado varia de R$ 13,7 mil (SP) a R$23,8 mil (MT). Além disso, se a droga estiver adulterada, o valor reduz. Já o preço médio do quilo da maconha se diferencia de acordo com os estados pesquisados entre R$ 900 (SP) e R$ 3 mil (PR).
Acesse o estudo completo e o infográfico resumido aqui.
Lançamento
Durante o evento de lançamento, realizado de forma híbrida no dia 08 de dezembro de 2022, o diretor de Políticas Públicas e Articulação Institucional, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (DPPA/Senad), Marcelo Andrade, agradeceu a cooperação dos pesquisadores colombianos no projeto.
“A Colômbia sofreu muito com a violência associada ao tráfico de drogas, um problema complexo que afeta economia, saúde pública, sistema educacional e o país conseguiu vencer em grande parte aquela época dos grandes atentados a autoridades, explosões de carro bomba. É importante que haja essa cooperação internacional, dado que o tráfico é um crime transnacional”, afirmou Andrade.
Para produzir dados confiáveis, o estudo usou referências nacionais e internacionais e adaptou uma metodologia desenvolvida a partir das experiências do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) da Colômbia. “Os mercados de drogas ilícitas são cada vez mais globalizados. Entender essa dinâmica é fundamental para a tomada de decisão de gestores públicos no enfrentamento ao crime organizado”, destaca o coordenador do CdE, Gabriel Andreuccetti.
Já o representante residente adjunto do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD), Carlos Arboleda, destacou que a elaboração de estudos sobre drogas e análises de tendências nacionais e internacionais são contribuições importantes para promover sociedades pacíficas e inclusivas. “Precisamos pensar em estratégias integradas que apontem para resultados sustentáveis, como o levantamento de dados e informações qualificadas que permitam, cada vez mais, o desenvolvimento de políticas públicas da área”, destacou Arboleda.
Também participaram da abertura do evento, o coordenador do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos (Simci – Colômbia), do Escritório Regional das Nações Unidas sobre Drogas e Crime para Países Andinos e Cone Sul, Rerman Andrés Clavijo e o coordenador geral de Investimentos, Projetos, Monitoramento e Avaliação, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), Gustavo Camilo Batista.
CdE
O Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE) é fruto de parceria entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Um dos objetivos é contribuir na construção do conhecimento sobre o tema e fornecer elementos para apoiar a política sobre drogas e o enfrentamento ao tráfico no Brasil.
Fonte: Ministério da Justiça
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