Mês do Autismo: palestras abordaram o funcionamento da mente neurodivergente

Eventos tiveram como público-alvo equipes diretivas e professores da rede pública de ensino

Na terça (01) e quarta-feira (02), a programação do Mês do Autismo contou com duas palestras que ocorreram na Fundação Casa das Artes, tendo como público-alvo equipes diretivas e professores da rede pública de ensino. Para além de promover a empatia, o entendimento, a compreensão e a sensibilização, é preciso integrá-los a sociedade: a inclusão. Assim, tem-se uma mudança de paradigmas onde se almeja não ter mais pré-conceitos, preconceitos e exclusões, e, sim, proporcionar uma base sólida para a qualidade de vida dos autistas.

As palestras demonstraram o funcionamento do transtorno do espectro autista, pois são pessoas que têm um cérebro neurodivergente. Muitos autistas são minimamente não-verbais; outros, conseguem ter uma vida produtiva, com profissão, relacionamentos. Mas todos tiveram uma infância. Toda criança autista precisa ter um desenvolvimento sadio, onde precisam ser atendidas as as necessidades básicas de educação e de saúde. As palestras vêm ao encontro dessa realidade cada vez mais presente: um chamado dessa comunidade; estar aberto para aprender juntos.

Na terça-feira (01), a psicopedagoga Cláudia Zirbes abordou “Estratégias essenciais na gestão de comportamento”. Ela tem três filhos, duas filhas adultas, e um menino autista, o Guilherme, de 17 anos. Durante a palestra, ela trouxe um pouco de sua experiência de ser mãe, além de trazer um histórico sobre o autismo, aspectos clínicos e estratégias preventivas de crise.

Claudia ressalta a necessidade da conexão com os alunos autistas. “ É necessário ensinar novas habilidades para se ter uma comunicação, para se ter uma necessidade atendida. Como responder a um comportamento que está escalonando, a forma como a gente responde, como podemos diminuir esse comportamento, voltar para o estado emocional equilibrado. Muitos autistas não tem voz, como o meu filho que é minimamente verbal. É uma forma de existir e que exige respeito. A mensagem é que nós reconhecemos que esse espectro é gigantesco. Todos merecem validação, respeito e compreensão”, enfatiza.

Na quarta-feira (02), a pedagoga Ana Rosemeri Araujo da Cunha explanou sobre “Crises: manejo e formas de evitar”. Ela ressalta que é o educador precisa conhecer o repertório que uma criança autista apresenta, de entender as suas manifestações, tentando descobrir o que aciona os momentos mais difíceis.

“A condução mais adequada no momento da crise da pessoa com TEA é o tom de voz calmo, a pessoa adulta ser uma referência positiva, ou seja, olho no olho, para que se tenha a percepção de estar com ela: tem que estar conectada. Tenho que entrar na lógica dela e conduzir muito suave. Muito humano. Tratar com pessoas nos convoca para esse humano. É preciso estar sintonizado”, ressalta Ana.

Em sua fala, a Secretária de Educação, Andreza Peruzzo, compartilhou de como a educação precisa trilhar esse caminho junto. “Muitas dúvidas passam pela nossa cabeça. Será que estou fazendo certo? Será que nessa situação estou auxiliando com a resposta correta? Será que o meu manejo está de acordo? Será que vou conseguir ensinar? Será que vai ficar na sala de aula hoje? Estamos trilhando um caminho em conjunto. Nós precisamos construir nossas ações dentro da escola e na rede. Temos que aprender juntos, dentro do meu fazer pedagógico. Nós sabemos que precisamos atendê-los suprindo as suas necessidades básicas de aprendizagem.O dia do autismo é todo dia na sala de aula”.

A Primeira-dama, Cláudia Remus, salientou sobre de como é preciso atender as demandas do público autista e de suas famílias. “Nossos alunos autistas estão clamando, e às vezes, não sabem dizer como e o que eles precisam. Quem está na sala de aula há bastante tempo sabe disso: os perfis mudaram. É necessário buscar cada vez mais formações. Esse é um chamado das nossas crianças com necessidades e dessas famílias que precisam do nosso suporte. Mais do que nunca precisamos de momentos de trocas. Quanto mais pudermos dividir as nossas experiências, mais fortalecidos vamos estar no nosso atendimento”

Autocuidado

Na quinta-feira (03), na Fundação Casa Casas Artes, ocorreram as atividades de Cuidado do Cuidador, em dois horários, às 14h e às 19h. Na ocasião, ocorreram oficinas de beleza, com cortes de cabelo e manicure, maquiagem e massagem para as mães dos autistas, feita em parceria com a Mais Bella, o Senac e a Associação Voz Azul. Também uma roda de conversa foi realizada com psicólogas. De acordo com a Primeira-dama, Cláudia Remus, “tivemos momentos de descontração, de reflexão e de trocas de experiências”.

Programação

05/04 – Formação “Crises: manejo e formas de evitar” – Horário: 8h – Local: CTG Laço Velho

08/04 – Uma tarde de aventuras – Horário: 14h30 – Local: Parque Gasper

25/04 – Aprender sobre o TEA para melhor atender (Capacitação para dentistas) – Dra. Fernanda de Villa Franco – Horário: 13h – Local: Complexo Administrativo da Prefeitura

26/04 – Oficina de culinária – Horário: 9h30 – Local: Senac

Maio – data a definir – Uma tarde de aventuras II (Trilha na mata, passeio de tuc-tuc, caça aos doces, piquenique) – Horário: a definir – Local: Associação Anjos Unidos

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura