Um levantamento realizado pelo SindBancários (Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região) traz dados preocupantes no que diz respeito à segurança bancária. Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 337 tiveram alguma agência bancária como alvo de criminosos nos últimos dez anos. O número é equivalente a 67,8% do total ou pouco mais de dois terços das cidades gaúchas.
Entre os lugares com mais ocorrências, estão alguns pequenos municípios como Barão. A pequena cidade na Serra, com 6 mil habitantes, sofreu ataques bancários em sete diferentes anos desde 2009. Em seguida vem Tapes, com 16 mil habitantes, que sofreu com assaltos e arrombamentos em seis diferentes anos.
Mais violência
“Nesses dez anos de análise, o que nos chamou a atenção não foram somente os números, mas a crescente violência com que os criminosos têm agido. Começaram com as explosões de caixas eletrônicos. Agora, formam cordões humanos com o uso de reféns, e os tiroteios estão cada vez mais comuns. É evidente que as políticas de segurança pública falharam, principalmente no que diz respeito aos bancos”, analisa o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
No período observado pelo levantamento, 2015 foi o ano com mais municípios atacados – 103 localidades diferentes. Já 2018 está em quarto lugar, com 80 cidades distintas com ocorrência de assaltos ou arrombamentos de postos e agências bancárias. O governo passado foi o de implantação de uma política de cortes de recursos para a segurança. Teve parcelamentos de salários de policiais militares e viaturas sem combustíveis.
Segurança teve redução de investimentos
A penúria era tanta que as famílias de policiais militares fizeram dois aquartelamentos, com redução do policiamento ostensivo em abril e agosto. A violência contra bancários que trabalham em agências explodiu neste período. O SindBancários, por meio de sua assessoria jurídica, conseguiu duas liminares para impedir os bancos de funcionarem nos dias de aquartelamento em todo o Estado.
“Os números refletem o que foi o primeiro ano do governo Sartori, com o início da política de parcelamento de salários, de diminuição de investimentos em segurança, educação e saúde e retirada de direitos. Mais uma vez, quem sofreu com os cortes nos serviços públicos foi a população e, principalmente, os bancários”, observa Gimenis.
Da Capital para o Interior
O levantamento deixa evidente uma tendência na ação dos assaltantes, que a partir de 2012 começaram a intensificar os ataques no Interior. Se em 2009 foram registradas ocorrências em 52 municípios diferentes, esse número passou para 77 em 2012 e alcançou 91 cidades em 2013 – um salto de quase 100%.
“Os assaltantes passaram a ter como alvo preferencial as cidades menores, que muitas vezes não possuem efetivo policial. Na contramão desses ataques, o governo do Estado não reforçou o contingente no Interior, deixando muitos lugares abandonados à própria sorte”, critica o dirigente sindical.
Fonte: Imprensa/SindBancários
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