O maior estudo já realizado sobre mortalidade de policiais rodoviários federais foi divulgado em palestra proferida pelo PRF José Rossy e Vasconcelos Júnior, médico psiquiatra, durante o 3º Congresso dos Policiais Rodoviários Federais, realizado na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. O trabalho teve como objetivo conhecer os motivos dos falecimentos de PRFs para fomentar políticas que impactem na saúde e proteção dos servidores.
Durante 10 meses, um grupo de trabalho composto por policiais com formação acadêmica na área de saúde, apoiado por epidemiologistas convidados, analisou todas os motivos das mortes de PRFs ocorridas entre 2001 e 2020. Após analisadas as certidões de óbito, as causas de morte foram classificadas de acordo com a OMS e Ministério da Saúde.
Em posse desses dados, uma análise específica foi realizada e daí extraído um infográfico (anexo) que apresentou o volume de informações do estudo. A principal causa de morte entre policiais rodoviários federais apontada pelo estudo é o acidente de trânsito, representando 27,7% do total dos óbitos. Em segundo lugar, doenças cardiovasculares, com 16,7%, seguido de violência interpessoal com 14,7%, suicídio com 10,4% e Neoplasias Malignas (Câncer) com 10,1%.
Em classificação entre mortes naturais e não-naturais, doenças cardiovasculares representaram mais de 39% das mortes naturais e os acidentes de trânsito responderam por 50,5% dos óbitos não-naturais. Fazendo uma análise mais específica das causas, foi observado que, dentre os acidentes de trânsito, 52,1% das mortes decorreram de acidentes com o policial em serviço. Já nos casos de violência interpessoal (homicídios), 74,5% dos óbitos ocorreram nas folgas dos policiais.
É possível extrair dessas análises, ainda, que o motivo da morte de um em cada três PRFs que faleceram por acidente de trânsito em serviço foi por atropelamento, e que um em cada dez policiais que faleceram nesse período tiveram o câncer como causa de morte. Analisando a questão regional, o estado do Maranhão foi o que apresentou a maior quantidade de óbitos de policiais rodoviários federais, enquanto o Acre foi o estado com o menor número de mortes de PRFs.
Já em análise comparativa entre a primeira e segunda década do estudo, observou-se que as mortes reduziram 2,15 vezes. Os óbitos por doenças cardiovasculares, por exemplo, diminuíram cerca de 39%, enquanto que os suicídios aumentaram em 25%. Para o PRF Rossy, coordenador do estudo, “o trabalho vai possibilitar que se realizem análises preditivas e se tracem propostas para proteger a vida dos servidores.
Esse estudo permite avaliar e entender até mesmo o comportamento que motivaram mortes dos policiais.” Essa é a primeira pesquisa do gênero utilizando método científico feita com essa população e compõe a primeira etapa de uma série de estudos iniciados pela CSINT com colaboração dos setores de saúde das superintendências.
➡️ Plataforma de Gestão em Saúde:
Durante a palestra, também foi apresentada uma plataforma que está sendo desenvolvida e que vai permitir a total gestão dos dados sobre a saúde dos servidores. O sistema, denominado PRF Saúde, vai possibilitar que se tenha o histórico completo da saúde dos servidores, vai entregar ferramentas para a gestão de programas na área, além de ter o registro de todas as ocorrências relacionadas. A plataforma está em fase de desenvolvimento e tem previsão de início de testes ainda em 2021.
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