Maio Laranja: painel virtual debate violência contra menores emem Bento

A união de forças na luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes tem feito a diferença em Bento Gonçalves. Nesta terça-feira (18), o Brasil alerta para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O mês marcado como Maio Laranja é repleto de atividades que tem por objetivo debater e refletir sobre o assunto. Bento Gonçalves conta com uma rede de serviços formada por órgãos da Saúde, Assistência Social, Educação, Segurança Pública, pelo Conselho Tutelar, Ministério Público e Poder Judiciário que acompanha as pessoas que sofreram violência e suas famílias. Ao longo de todo o mês de maio o município realiza diversas ações com o objetivo de debater sobre o tema. Trata-se do “Faça Bonito”, cujo objetivo é sensibilizar a comunidade para o papel que todos temos na identificação da violência. A organização é do Comitê Municipal de Enfrentamento das Violências contra Crianças e Adolescentes.

Nesta terça-feira (18), dia de alerta da data, ocorre o painel virtual “A violência contra crianças e adolescentes no contexto da pandemia”, integrando diversos profissionais num debate acerca do tema.

O trabalho realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) tem sido um grande diferencial no combate à violência sexual de crianças e adolescentes. A coordenadora do CREAS, Silvana Maria Romagna, já realizou diversos atendimentos para famílias que estiveram vivenciando situações de violência sexual de crianças e adolescentes e comenta sobre as situações vividas.

“As situações de abuso sexual de crianças e adolescentes é uma das demandas para inserção da família em Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), cabendo aos técnicos do CREAS (assistente social e/ou psicólogo) prestar apoio, orientação e acompanhamento do caso concreto com a família, articulando os serviços socioassistenciais com as diversas políticas públicas e com os órgãos de sistema de garantia de direitos. Posterior a escuta qualificada pelo profissional assistente social e/ou psicólogo é construído junto com a família o Plano de Acompanhamento Familiar (PAF) sendo o acompanhamento psicossocial realizado através de atendimentos no serviço e com visitas domiciliares conforme a situação vai se desenrolando. Também de acordo com a necessidade é ofertada no CREAS orientação jurídica pelo profissional do direito. Destaca-se que NÃO é de competência do CREAS realização de perícia e nem tratamento psicoterápico”, explica.

Silvana salienta que os menores de idade que passaram por situações de abuso sexual nunca devem ser culpabilizados.

“As crianças e adolescentes devem sempre ser ouvidos e creditados em suas colocações e nunca devem ser culpabilizadas pelo fato ocorrido que é de inteira responsabilidade do agressor. Muitas crianças atendidas expressaram sofrimento diante da desconfiança e/ou descrédito de familiares e pessoas de suas relações; ademais, as vítimas devem receber ajuda terapêutica, pois mesmo não existindo violência física ou ameaça, a violência psicológica subsiste. A vítima foi traída em sua confiança e necessita de apoio e afeto, assim como também buscar envolver a criança/adolescente em atividades saudáveis de modo que a vida da vítima não fique centrada somente no abuso sexual sofrido”, salienta.

A psicóloga Ângela Gasperin também destacou sobre as formas de violência.

“Quando a violência já ocorreu, fracassamos enquanto sociedade, precisamos ofertar acolhida, cuidado e garantir a apuração da denúncia. Mas temos o dever de atuar no nível preventivo, disseminando informação de qualidade a respeito de como identificar uma possível violência e o que fazer diante disso. Para tanto, necessitamos promover a sensibilização de todos os profissionais que atuam junto a crianças e adolescentes, da classe política, dos gestores públicos, enfim, de toda a sociedade. Todos somos responsáveis. Vale atentar também para a importância de denunciar a violência física e psicológica contra crianças e adolescentes, que são culturalmente vistas como formas legítimas de educação, mas são violências”.

A importância do Maio Laranja

A Coordenadora do CREAS comentou ainda sobre a importância das atividades relacionadas ao Maio Laranja.

“Como assistente social o Maio Laranja representa um momento oportuno para dar visibilidade ao tema e a necessidade preemente de conscientização da população no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, via realização de atividades de esclarecimentos do tema, discussão, reflexão e orientação para a sociedade como um todo. Esclarecer e sensibilizar a população para juntos pensarmos em construir e/ou aprimorar as políticas públicas voltadas a proteção integral das crianças e adolescentes.

Cabe destacar que nos atendimentos realizados junto ao serviço são recorrentes as verbalizações de familiares no sentido de desejarem que o agressor seja punido, respondendo criminalmente pelos seus atos, o que normalmente não ocorre gerando descrédito e insatisfação na parte interessada. Nesta perspectiva, talvez, Maio Laranja represente também uma ocasião para discussão da legislação e construção de propostas viabilizadoras que venham ao encontro dos interesses das vítimas e seus familiares, onde os agressores respondam criminalmente por seus atos”.

O que diz o Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar também tem sido fundamental em ações para proteger a criança e o adolescente. A Conselheira Tutelar Gabriela Ferreira, uma das representantes do grupo do comitê das violências, afirma que no período da pandemia tem sido relatados mais casos de violência contra menores de idade.

“Conforme nossos dados estatísticos mostram, a violência sexual aumentou com este momento de pandemia e, infelizmente, os casos em sua maioridade são intra familiares, ou seja, acontecem dentro das próprias famílias, seja pelo pai, avô, tio, pessoas familiares à vítima. Por isso, é fundamental que toda a sociedade entenda onde deve denunciar quando houver alguma suspeita referente a crianças e adolescentes que estejam sofrendo algum tipo de violência – sexual, física ou psicológica”, afirma.

Gabriela reforça ainda sobre a importância da realização da denúncia contra qualquer tipo de violência.

“É preciso que a população tenha em mente que não é somente o Conselho Tutelar que atua com crianças e adolescentes, mas que todos os serviços que são compostos por profissionais assistentes sociais, de psicologia, medicina, enfermagem e técnicos de enfermagem, policiais, professores, dentre outros, são importantes atores na garantia de direitos. E onde entra o Conselho Tutelar? Na orientação, prevenção, fiscalização e auxílio para que esta grande engrenagem funcione e que, de fato, o direito dessas crianças e adolescentes seja garantido. Na dúvida, não se cale, denuncie. Qualquer tipo de violência contra criança é crime. E se o crime estiver ocorrendo e você estiver presenciando deve ligar imediatamente para a polícia. Nos casos em que a violência infelizmente acontece há algum tempo, pode realizar a denúncia no Disque 100 ou no número do conselho tutelar: (54) 3055-8559 e (54) 99159-5744 Plantão.

O Conselho Tutelar faz parte do Comitê de Enfrentamento às Violências, onde são buscados, junto com toda a rede que atende crianças e adolescentes (como unidades de saúde, Centros de Referência da Assistência Social – Cras, Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas, Centros de Atenção Psicossocial – CAPS – Infantil, Álcool e Drogas, CAPS II, Escolas, Unidade de Pronto Atendimento 24h, Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil) estudar e repensar as ações que envolvem este público.

Programação desta terça-feira

18/05- Terça-feira

Hora: 9h às 11h

Modelo: Virtual

Painel virtual: A violência contra crianças e adolescentes no contexto da pandemia.

Lançamentos dos vídeos

Público-alvo:

Coordenadores, psicólogos e ACS de UBS/ESF, equipes diretivas das escolas municipais e estaduais de Ed.Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Serviços da SEDES (SCFV, CRAS, CREAS, Acolhimento). Demais profissionais interessados.

SMS: Angela Gasperin (Psicóloga)

CREAS: Silvana Romagna (Assistente Social)

Educação: Bianca Damiani (Orientadora educacional EMEF Mª Borges Frota e Vice-Direora EE Egídio Fabris).

Conselheiros tutelares: Gabriela Ferreira e Leonides Lavinicki

DEAM: Delegada Deise Brancher

Brigada: Capitã Estefanie fagundes Gomes Caetano (Sub comandante da 3ª BPAT).

Juizado: Dr. Thiago Dias da Cunha (juiz da Vara da Infância e Juventude).

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura de Bento

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