Depois de cinco meses coletando contribuições de educadores das redes pública e privada do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/RS) apresentaram, na segunda-feira (17), as linhas gerais do texto final do novo Referencial Curricular Gaúcho.
Segundo o professor Leonir Rasador, coordenador da 16ª CRE – Coordenadoria Regional de Educação – o documento será a base dos currículos da Educação Infantil e Ensino Fundamental das instituições de ensino no Estado, além do que já está estipulado na Base Nacional Curricular Comum (BNCC). “Vale ressaltar que a Base é lei e nada do que está no Referencial Curricular Gaúcho se contrapõe a isso. Trata-se apenas de uma maneira de adaptar às realidades regionais a metodologia de Ensino. Cito como exemplo a Serra Gaúcha, que tem uma colonização italiana. Ou seja, aspectos da história da formação da região seriam introduzidos e trabalhados em Sala de Aula”, explica.
Foram cerca de 120 mil contribuições para os chamados componentes curriculares — em outras palavras, para cada uma das disciplinas trabalhadas em sala de aula e já estipuladas na Base.
A diretora do Cpers Sindicato – Núcleo Bento Gonçalves – Juçara de Fátima Borges, destaca que a posição do Sindicato é de que o documento não condiz com a realidade que se vê nas salas de aula. “Além disso, a construção do texto não foi democrática, sendo portanto ilegítimo. Na verdade a intenção do Governo é realizar uma criação de catálogo empresarial da educação. No texto da BNCC há contrariedade à Constituição Federal. Além disso, temas como identidade, diversidade, ensino religioso são ignorados. Continuaremos denunciando as ações do Governo Federal e Estadual”.
A secretária Municipal de Educação, Iraci Luchese Vasquez, destaca que Bento Gonçalves trabalhou na construção do Referencial Curricular Gaúcho a partir de uma atuação junto à Amesne – Associação dos Municípios da Encosta Superior Nordeste. “Encaminhamos sugestões para elaboração deste currículo gaúcho, na perspectiva de uma transformação efetiva da Educação. Tudo deve convergir em áreas específicos. A novidade é o reforço às nossas culturas e raízes do Rio Grande do Sul. Nossa história será mais valorizadas. Nossas atividades e cultura ganharão destaque e serão entrelaçados”, afirma.
Ensino Fundamental
No Ensino Fundamental, as competências incluem a leitura e a interpretação de textos variados sobre o folclore gaúcho, utilizando-se de diversos gêneros literários, como poemas, crônicas, contos e trovas gaúchas. Além disso, entre as principais propostas estão a de conhecer e analisar a influência dos indígenas, dos africanos e dos diferentes povos que colonizaram o Rio Grande do Sul, trabalhando os elementos que auxiliaram na formação arquitetônica, econômica, artística, religiosa, educacional e tecnológica do estado.
No 8º e no 9º anos do Ensino Fundamental, destacam-se também os conhecimentos sobre os movimentos contestatórios ao poder centralizado, como a Cabanagem, a Baianada, a Sabinada, a Rebelião Praieira, a Revolta Liberal e, em especial, a Revolução Farroupilha. Nas séries finais do Ensino Fundamental, haverá também o papel da população negra, em especial, sua atuação em movimentos sociais, na criação de uma imprensa especializada, e as primeiras manifestações artísticas durante a primeira metade do século XIX.
Educação Infantil
Na Educação Infantil, o diferencial ficará por conta do desenvolvimento da habilidade motora fina, através da confecção de fantoches, peões, prendas e brinquedos típicos regionais feitos com materiais recicláveis, como o bilboquê, o pião, o cavalo de pau e a pipa. Além disso, serão elaboradas apresentações musicais tradicionais gaúchas, fazendo o reconhecimento dos instrumentos tocados (violão, gaita, tambor).
Referencial Curricular Gaúcho
Com o objetivo de criar uma base comum curricular integrada entre as redes municipal, estadual e privada, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio do Departamento Pedagógico, buscou junto à União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) e o Sindicato do Ensino Privado no Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), a criação do Referencial Curricular Gaúcho. Com previsão de implementação em 2019, o novo projeto visa agregar temáticas regionais como história, cultura e diversidade étnico-racial, de forma complementar à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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