Julho registra o menor número de homicídios no RS dos últimos 13 anos

Com reforço das ações de monitoramento e combate à criminalidade por parte das forças de segurança, o mês de julho fechou com queda nos principais crimes contra a vida e patrimoniais. Em comparação com julho de 2022, os homicídios caíram 25,2%, chegando ao menor número para qualquer mês computado desde o início da série histórica em 2010. Esta é a segunda vez no ano em que a queda chegou ao menor número absoluto da série. Também houve diminuição em importantes indicadores como feminicídio, latrocínio, abigeato e roubo de veículos.

Os indicadores foram divulgados em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10/8) na sede da Fecomércio, em Porto Alegre, onde também ocorreu a reunião da Gestão Estatística da Segurança Pública (GESeg). O governador Eduardo Leite destacou que, embora o Estado esteja caminhando na direção correta, o objetivo é alcançar resultados ainda melhores. “Nosso compromisso é continuar trabalhando para viabilizar reduções ainda mais expressivas e constantes nos indicadores para garantir um Estado mais seguro para todos”, afirmou.

Reunião do RS Seguro
Reunião da Gestão Estatística da Segurança Pública (GESeg) ocorreu depois da apresentação das estatísticas – Foto: Gustavo Mansur/Secom

Nova queda histórica dos homicídios

Em julho deste ano, o Estado teve 95 vítimas de homicídio. Mais do que a redução comparativa com o mesmo período do ano anterior, o número é o menor se comparado a qualquer mês dos últimos 13 anos. Esta é a segunda vez no ano que o indicador tem queda histórica. Com 107 vítimas de homicídio, maio de 2023 era, até então, o menor número da série histórica iniciada em 2010.

Gráfico em linha que apresenta os números de vítimas de homicídios no RS no mês de julho desde 2005.

Com duas reduções históricas, as forças de segurança começaram a ver os resultados dos esforços integrados no combate aos crimes contra a vida. Pela primeira vez em 2023, o índice de homicídios caiu no acumulado, de janeiro a julho. Com cinco vítimas a menos, em comparação ao mesmo período de 2022, a queda de 0,5% representa o início da virada do Estado no combate a esse tipo de crime.

“De forma integrada, a pressão operacional vem resultando na prisão efetiva de criminosos e na apreensão de armas e drogas no Estado. Com apoio da inteligência, buscamos a asfixia financeira e o enfraquecimento do crime organizado. A redução das mortes violentas reforça a estratégia e o planejamento tático adotado pela Secretaria da Segurança Pública para combater a criminalidade e aumentar a sensação de segurança entre os gaúchos”, destacou o titular da SSP, Sandro Caron.

A capital também teve queda nos homicídios tanto no mês de julho (menos 53,3%) quanto no acumulado desde janeiro (menos 14%).

Coletiva Indicadores SSP
Leite destacou o compromisso do Estado para viabilizar reduções ainda mais expressivas e constantes nos indicadores – Foto: Gustavo Mansur/Secom

Latrocínios com tendência de queda

Julho apresentou uma queda de 66,7% nas ocorrências de latrocínio em comparação ao mesmo mês no ano passado: foi registrado um caso, em Pelotas, contra três em julho de 2022.

O fato de o Rio Grande do Sul ter registrado apenas um caso ao longo de todo o mês é um indicativo do trabalho cada vez mais aprimorado das forças de segurança.

Gráfico em linha que apresenta os números de latrocínios no RS no mês de julho desde 2002.

O chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, destaca as ações contra os crimes patrimoniais, que podem resultar em latrocínios: “São diversos os fatores que podem levar a um roubo seguido de morte, como uma possível reação da vítima ou o criminoso estar sob efeito de entorpecentes, então o trabalho diário no combate aos roubos, além de trazer maior sensação de segurança para a população, reflete na queda dos crimes contra a vida”.

O acumulado do ano também está em queda, em comparação ao mesmo período do ano passado: 27 roubos seguidos de morte em 2023, o que representa menos 15,6% em comparação com os 32 casos registrados nos sete meses de 2022.

Feminicídios diminuem 10%

Os casos de feminicídio no Estado vêm diminuindo desde abril. Em julho, houve nove casos contra dez no mesmo período do ano passado, o que representa uma queda de 10%. Isso reflete os esforços constantes da SSP e de suas instituições vinculadas para combater a violência contra a mulher. Entre as medidas adotadas, destacam-se a implantação do projeto Monitoramento do Agressor – atualmente 20 agressores estão sob vigilância de tornozeleira eletrônica –, as ações da Delegacia Online da Mulher e a expansão das Salas das Margaridas.

Gráfico em linha que apresenta os números de vítimas de feminicídio no RS no mês de julho desde 2012.

O projeto Monitoramento do Agressor, pioneiro no país, aperfeiçoa a rede de monitoramento de casos de violência doméstica no Rio Grande do Sul, por meio do uso de tornozeleiras eletrônicas nos agressores e da entrega de celulares às vítimas com aplicativo que informa em caso de risco. O programa teve início em junho, em Porto Alegre, e será expandido para todo o Estado com a instalação de 2 mil equipamentos.

Entre as ações da Polícia Civil estão 21 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam) e 77 Salas das Margaridas. A Brigada Militar, por sua vez, atende 114 municípios gaúchos com as patrulhas Maria da Penha.

Roubo de veículos apresenta queda histórica

Julho apresentou uma redução de 19,4% nas ocorrências de roubo de veículos em comparação com o mesmo período no ano passado: foram registrados 258 casos, 62 a menos do que no sétimo mês de 2022. Trata-se do menor número em comparação com qualquer mês desde 2010. Os outros dois menores índices são de 2023: 306 em junho e 314 em maio. As ocorrências se concentraram em 44 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul. Isso significa que mais de 90% dos municípios gaúchos não registraram um caso sequer.

“Em função das ações estratégicas adotadas pela Brigada Militar, em conjunto com as demais forças de segurança, intensificamos o combate direto ao roubo e ao furto de veículos, refletindo nessa redução histórica. Somos o escudo da sociedade e seguiremos atuando na capacitação e na qualificação dos policiais militares para fortalecer ainda mais a segurança da população”, ressaltou o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli.

Gráfico em linha que apresenta os números de roubos de veículos no RS no mês de julho desde 2002.

Os índices da capital refletem os do Estado. Houve uma queda de 12,6% nas ocorrências desse tipo, desde janeiro. Em sete meses de 2023, Porto Alegre, que possui uma frota de quase 8 milhões de veículos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou 885 roubos de veículos. No mesmo período do ano anterior foram mais de mil ocorrências. Julho também apresentou queda de 4,6%, com 104 casos.

Essa marca histórica é resultado dos esforços das forças policiais no combate à criminalidade por meio dos serviços de inteligência, com direcionamento estratégico de ações preventivas e repressivas das forças de segurança.

A Operação Desmanche, força-tarefa da SSP, contribui para a redução paulatina do roubo de veículos. A operação faz parte das políticas públicas que coíbem a venda de peças sem origem e fecham estabelecimentos irregulares, o que reduz roubos, furtos e receptações. Desde 2016, houve 121 edições da operação em mais de 60 municípios, resultando na apreensão de mais de 9 mil toneladas de peças e sucatas.

Investimento

Ao longo deste ano, uma série de investimentos fortaleceram a atuação das forças de segurança no Estado e, consequentemente, aumentaram o bem-estar da população. Entre essas ações, estão o aumento da frota e do efetivo policial, somado à entrega de equipamentos para o Instituto-Geral de Perícias (IGP), do helicóptero para o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e de armamentos para a Polícia Civil.

De janeiro a agosto, houve o ingresso de mais de mil servidores, entre brigadianos, policiais civis e bombeiros. Além de aumentar o efetivo, em abril, a SSP entregou 160 veículos para as instituições vinculadas, garantindo patrulhamento ostensivo com pelo menos uma viatura nova em cada um dos 497 municípios gaúchos.

Em maio, o IGP recebeu equipamentos, com investimento superior a R$ 1,6 milhão, para concluir laudos com mais celeridade nas áreas de balística forense, medicina legal e identificação criminal. Foram entregues um Tablet Forenscope 4K Compact e seis smartphones capazes de detectar e capturar vestígios de impressões digitais. Os dispositivos auxiliam na resolução de crimes e, consequentemente, contribuem para as investigações policiais referentes a casos de mortes violentas.

Em julho, a Polícia Civil recebeu mais de 3,1 mil pistolas, um investimento de cerca de R$ 7,6 milhões. O novo armamento, destinado a departamentos regionais especializados, garante mais proteção aos policiais nas ações operacionais. No mesmo mês, o Corpo de Bombeiro Militar recebeu o primeiro helicóptero da corporação. A aeronave, fabricada nos Estados Unidos, representa um investimento de R$ 21,7 milhões e pode ser utilizada em operações sobre terra e água.

Crimes patrimoniais

Em julho, os abigeatos e as ocorrências bancárias tiveram queda de 26,3% e 66,7%, respectivamente. Apenas os roubos a transporte coletivo apresentaram alta de 36 para 57 casos. No acumulado, no entanto, as ocorrências no transporte público permanecem em queda: 384 casos em 2022 e 359 em 2023 (menos 6,5%). Os abigeatos também diminuíram no acumulado (menos 16,5%). As ocorrências bancárias tiveram um caso a mais na soma de janeiro a julho de 2023, em comparação com 2022.

Outros números

Visão geral

 

 

Homicídios

Feminicídios e crimes contra as mulheres

 

 

Latrocínios

 

 

Roubo de veículos

 

 

Ocorrências bancárias, abigeatos e roubos a transporte coletivo

 

 

Texto: Lurdinha Matos e Anna Emília Soares/Ascom SSP
Edição: Vítor Necchi/Secom

Foto: Gustavo Mansur/Secom

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