A Polícia Civil revelou, nesta sexta-feira, dia 10, novos detalhes sobre o caso de envenenamento de um bolo em Torres, no Litoral Norte, que resultou na morte de três pessoas. O crime também envolve uma quarta vítima, Paulo Luiz dos Anjos, cujo corpo foi exumado e apresentou traços de arsênico. Durante uma coletiva de imprensa, os investigadores detalharam o perfil da principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, que está presa.
“Ela tem uma postura fria, respostas rápidas e uma calma impressionante. Suas ações eram planejadas para antecipar as investigações. Inicialmente, afirmou que pesquisou sobre venenos após as mortes, mas a análise do celular mostrou que essas buscas começaram há cinco meses. Deise referia-se à sogra como ‘naja’ e, ao mencionar isso nos depoimentos, ria logo em seguida. A motivação continua sendo fútil, pois nenhuma disputa patrimonial justifica o preço de quatro vidas”, afirmou o delegado Marcos Veloso.
Relatos apontam que Deise mantinha uma relação conturbada com os sogros, Zeli Teresinha Silva dos Anjos e Paulo Luiz, mas, antes da morte deste, tentou uma reaproximação, alegando sentir saudades.
Veloso também destacou que não há indícios de envolvimento do esposo de Deise nos crimes, embora ele continue sendo ouvido pela polícia. A autoridade policial confirmou que solicitará a prorrogação da prisão temporária da suspeita por mais 30 dias, para aprofundar as investigações e concluir o inquérito.
A delegada Sabrina Deffente, diretora da 23ª Delegacia de Polícia Regional, afirmou que cada nova prova técnica surpreendeu a equipe de investigação. “Não temos dúvidas de que se trata de uma pessoa que praticava e tentava cometer homicídios em série. Há fortes indícios de outras tentativas de envenenamento que serão investigadas daqui em diante”, afirmou.
As apurações indicam que Deise pesquisou exaustivamente sobre venenos até encontrar uma fórmula inodora e de aparência similar a um pó branco, capaz de ser misturada a alimentos como farinha ou leite em pó. “Depois de encontrar essa composição, ela começou a testar nos familiares, culminando na morte do sogro, em setembro”, detalhou Sabrina.
Além disso, Deise teria tentado ocultar o crime ao sugerir insistentemente que o corpo de Paulo Luiz fosse cremado. No entanto, na última quarta-feira, os restos mortais foram exumados em um cemitério de Canoas. Marguet Mittmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), confirmou que o corpo de Paulo Luiz apresentava a segunda maior concentração de veneno entre as vítimas. Amostras de órgãos como baço, cérebro, rim, fígado, couro cabeludo e estômago foram analisadas, descartando qualquer hipótese de intoxicação alimentar. “A causa da morte foi, de fato, envenenamento”, concluiu Mittmann.
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