A edição de setembro da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou 63,8 pontos, este foi o menor valor para o índice desde fevereiro de 2017. Assim, houve uma queda de 4,8% frente ao mês passado e de 30,0% em relação ao mesmo período de 2019. A pesquisa da CNC, que toma as capitais como parâmetros para os estados, foi realizada nos últimos 10 dias de agosto, sendo divulgada pela Fecomércio-RS nesta terça-feira (29/9). Desde março, mês em que se adotaram as primeiras medidas de distanciamento social, a perda acumulada foi de 55,5%. O resultado do mês de setembro foi marcado pela aceleração das perdas do ICF e de praticamente todos os seus indicadores. Nos dois meses anteriores, as quedas apresentavam comportamento de arrefecimento, mas com a chegada do final do mês de agosto voltaram a ter uma piora mais aguda. Esse comportamento é característico de um ambiente permeado de grandes incertezas, o que dificulta o processo de retomada da confiança para consumir.
A análise dos indicadores de emprego atual e renda atual funciona como um termômetro para as percepções das famílias diante da dinâmica do mercado de trabalho e das suas condições orçamentárias. Enquanto o primeiro teve nova queda na margem, e atingiu o menor valor desde janeiro de 2018, o indicador de renda atual foi o único a apresentar alta nessa comparação. O aumento na percepção das condições de renda foi da ordem de 2,4% e pode estar associada ao avanço da abertura dos negócios que ocorreu durante agosto com adaptações das jornadas de trabalho para alguns trabalhadores. Apesar de ser um resultado positivo, em nível, o resultado é ainda muito aquém do registrado em setembro de 2019.
Na ótica que busca analisar o comportamento de consumo das famílias, os indicadores de nível de consumo atual e de momento para o consumo de bens duráveis apresentam deterioração, com quedas acentuadas relativamente ao mesmo período do ano anterior que registraram -42,9% e -53,7%, respectivamente. Na margem, o indicador de nível de consumo atual recuou 4,1%, com mais da metade das famílias entrevistadas (56,1%) indicando um volume menor de compras em relação ao ano passado.
A avaliação quanto ao momento para compra de bens duráveis, que teve queda de 5,9% ante agosto de 2020, mostrou a percepção predominante entre as famílias entrevistadas (83,6%) de ser um momento ruim para comprometer o orçamento com a aquisição desses bens.
Diante do cenário atual e da elevada incerteza quanto aos próximos meses, não apenas o consumo atual permanece muito impactado pela pandemia. É o que aponta o indicador da perspectiva de consumo – que contraiu 9,9% ante agosto de 2020 e ficou 52,1% abaixo de setembro de 2019. Quanto à perspectiva profissional, as quedas na margem a na comparação com setembro de 2019 se intensificaram, registrando -10,5% e -24,7%, respectivamente. A falta de perspectiva por uma melhora profissional em seis meses, percepção indicada por 61,9% dos entrevistados, vem em linha com a percepção de um cenário muito desafiador no mercado de trabalho, que ainda não apresenta sinais consistentes de recuperação. Em um contexto em que se aproxima o encerramento do auxílio emergencial, que foi fundamental para evitar a queda mais drástica do consumo, a incerteza quanto aos próximos meses reforça a cautela entre as famílias.
“A volta da confiança das famílias para consumir depende da percepção de um ambiente com menos insegurança. Durante agosto vimos importantes avanços para a retomada das atividades na capital do Estado, algo que teve continuidade em setembro. O cenário continua muito desafiador e, por isso não podemos admitir retrocessos no que diz respeito à abertura dos negócios, pois isso ameaçaria a trajetória de recuperação e poderia ampliar ainda mais os duros efeitos da crise sobre o mercado de trabalho”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
Fonte: Moglia Comunicação Empresarial
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