A intenção de consumo das famílias gaúchas fechou o mês de novembro com crescimento de 16,6% sobre o mesmo período de 2016, alcançando 74,8 pontos. Com exceção da avaliação quanto ao emprego atual, o indicador registrou avanço em todos os componentes. Apesar de o processo de recuperação na intenção de consumo ter se estabilizado, ainda é prematuro afirmar que este ciclo tenha se encerrado, já que a percepção das famílias em relação à renda e ao nível de consumo permanece em trajetória ascendente. Os dados estão na pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF) divulgada pela Fecomércio-RS nesta sexta-feira (1º) e podem ser acessados aqui01.
“Apesar da recuperação do mercado de trabalho, a intenção de consumo das famílias deverá atingir níveis otimistas quando houver uma retomada na geração de postos de trabalhos formais”, afirma o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. O indicador que mede a situação do emprego atual registrou 103,2 pontos em novembro, mantendo-se em nível otimista pelo décimo mês seguido, mas fechando em queda de 2,4% na comparação com novembro/2016. O resultado otimista, segundo a pesquisa, se deve mais à contratação de temporários do que com uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho. Ainda no âmbito do mercado de trabalho, o componente sobre a situação de renda atual cresceu 18,9% na comparação interanual . Aos 77,2 pontos, a melhora na percepção foi puxada principalmente pelo baixo nível da inflação.
O indicador referente ao nível de consumo atual marcou 54,9 pontos em novembro, expansão de 25,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, puxado principalmente pela combinação de inflação e taxas de juros reduzidas. “Apesar de estar em recuperação, o mercado de trabalho segue enfraquecido, o que impõe limitações a uma retomada mais intensa do consumo”, pontua o presidente da Fecomércio-RS.
O índice que mede a facilidade de acesso ao crédito cresceu 33,8%, aos 76,4 pontos, e indica que a queda da taxa de juros têm dado margem para os consumidores a buscar mais crédito, apesar de certa cautela por parte das instituições financeiras. Em relação ao momento para o consumo de bens duráveis, o ICF apurou uma elevação de 100,6% sobre novembro/2016, alcançando 60,8 pontos e registrando variações marginais positivas ao longo de todo o segundo semestre de 2017. O cenário de recuperação de renda e melhora no acesso ao crédito tem contribuído para que, aos poucos, os consumidores voltem a adquirir produtos de maior valor.
O indicador de perspectiva profissional subiu 2,1% em novembro sobre o mesmo mês de 2016, alcançando 80,4 pontos. Nas perspectivas de consumo houve uma expansão de 3,2% em relação a novembro/2016, registrando 70,5 pontos e evidenciando que, sem uma retomada econômica mais consistente – com emprego e recuperação de renda – a intenção de consumo ainda vai demorar a atingir o patamar pré-crise.
Fonte: Fecomércio-RS
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