Apesar de os indicadores da Sondagem Industrial do RS, divulgada nesta quinta-feira (2) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), revelarem queda na produção por permanecerem abaixo da linha dos 50 pontos, a pesquisa traz uma perspectiva mais otimista para o futuro. Realizada com 248 empresas gaúchas de pequeno, médio e grande porte, no período de 1º a 13 de fevereiro, a sondagem aponta que as expectativas para os próximos seis meses cresceram, na comparação com o resultado de janeiro.
“Há uma relativa recuperação da economia brasileira, em função da queda nos juros e de um maior controle da inflação, mas o aumento nos estoques demonstra que o consumo interno ainda não se recuperou”, diz o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
Os industriais gaúchos subiram suas projeções de aumento para a demanda (de 52,9 para 55,6 pontos), compras de matérias-primas (de 50,6 para 53,2) e exportações (de 53,9 para 56,8). O índice de emprego também evoluiu, de 47,4 para 49,7 no período, o maior valor desde abril de 2014 (50,8), uma projeção muito próxima da estabilidade dos 50 pontos.
Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta que os empresários do Rio Grande do Sul ainda mostram pouca disposição para investir em 2017, já que o índice de intenção ficou praticamente estável, caindo 0,1 ponto em fevereiro, para 45,8, na comparação com o primeiro mês do ano. Já ao considerar fevereiro do ano passado, o índice aumentou 8,3 pontos.
Na análise dos resultados de janeiro de 2017, o indicador da evolução da produção subiu mais de cinco pontos na virada do ano: 39,6 para 44,9 pontos, mas continuou abaixo da linha divisória, o que configura queda em relação a dezembro de 2016. Habitual para o período, a retração, porém, foi a menos intensa nos últimos três anos para o mês. O emprego também revelou redução menos intensa. O indicador passou de 44,4 em dezembro para 48,5 pontos em janeiro.
A indústria gaúcha operou com 63% de média de sua capacidade produtiva no primeiro mês de 2017. Já o indicador que compara a utilização de capacidade instalada (UCI) com o nível usual ficou estável em 38,5 pontos. Assim como a produção, esse foi o maior nível para o mês desde 2014 (44,9 pontos).
O principal ponto negativo detectado na Sondagem Industrial foram os estoques, que voltaram a crescer em janeiro após dois meses de queda. Mesmo reduzindo a produção, em relação ao planejado o indicador atingiu 53,7 pontos no período, nível superior ao desejado pelas empresas. A indústria gaúcha não apresentava excedentes de estoque desde outubro do ano passado.
Os indicadores da Sondagem Industrial variam de zero a 100 pontos. Valores menores que 50 indicam queda da produção e do emprego, expectativas negativas e estoques abaixo do esperado.
Fonte: Fiergs
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