Pelo menos dois indígenas ficaram feridos após um desentendimento ocorrido na madrugada deste sábado, dia 23, no assentamento destinado pela Prefeitura de Bento Gonçalves para que os mesmos tenham onde se alojar quando de sua passagem no município.
Conforme informações, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado por volta das 3h30min, para atendimento de duas vítimas que estavam feridas após uma briga no local. Uma das vítimas é uma jovem, que foi atingido por um disparo de espingarda cal. 12 em uma das pernas, na região da panturrilha, tendo ferimentos graves. A outra vítima seria um homem ferido com pelo menos cinco golpes de faca, mas sem gravidade.
Os dois foram socorridos e encaminhados para atendimento médico no hospital Tacchini. A Brigada Militar foi acionada para atendimento da ocorrência e para apurar o que levou ao desentendimento e busca do autor, ou atores, do disparo e das facadas.
O local, que fica às margens da BR-470, entre o acesso ao bairro São Roque e a Linha Eulália, foi cedido pelo município ainda em 2013, para que os indígenas fiquem durante sua passagem, por um período de 15 a 30 dias, porém, de lá para cá muito se debate sobre o cumprimento, por parte dos indígenas, da finalidade do local, que é apenas um “ponto de passagem”, mas que acaba abrigando famílias, que se fixaram no local.
Indígenas reivindicam o espaço
Em 2018 um grupo de indígenas da etnia Kaigang se reuniu com representantes da Procuradoria Federal, do MPF, de Bento Gonçalves, reivindicando que o município repassasse o terreno para a FUNAI, que o mesmo se tornasse um assentamento fixo para.
À época a então Secretaria de Habitação e Assistência Social esclareceu que:
– O poder de fixar os povos indígenas compete apenas a União e não aos municípios
– Em 2013 o município destinou uma área para que os índios pudessem ficar alojados com segurança no período que estivessem na cidade realizando a venda de seu artesanato. A área, localizada na BR-470, no acesso ao bairro São Roque e Linha Eulália, possibilita que os indígenas contem com infraestrutura mínima garantido dignidade e segurança.
– No mesmo ano em acordo com a FUNAI ficou estabelecido que o local serviria apenas como um ponto de passagem durante o período da venda do artesanato. de 15 a 30 dias.
– Na época a comunidade indígena argumentou ser longe dos pontos de venda de sua produção e desaprovou a solução da prefeitura, entretanto em 2016 a comunidade começou a se instalar no local.
– A partir de 2017 um grupo começou a utilizar o local como residência, inclusive restringindo acesso de outras famílias ao terreno.
– Em março de 2018 foi realizada uma reunião entre o poder público, Ministério Público, FUNAI e indígenas. Na ocasião o grupo indígena solicitava a cessão de uso do terreno para FUNAI, para que pudessem fixar residência no local.
– No encontro ficou definido que o local continuaria sendo utilizado para passagem e não como residência fixa. Também foi determinado o cadastramento das famílias e remanejamento para as tribos de origem.
Central de Jornalismo / Unidade Difusora
(KPJ)
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