Inadimplência cresce 2% no comércio de Bento em 2017

Montante da dívida teve aumento considerado moderado – cerca de R$ 200 mil – em Bento Gonçalves, no comparativo do ano passado com 2016. Dados foram revelados pela Câmara de Dirigentes Lojistas do município com base em informações do SPC

A crise econômica do ano passado pode ter sido responsável por um aumento na consciência na hora de o bento-gonçalvense abrir a carteira e contrair novas dívidas. Os números da inadimplência em 2017, divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG), revelam pouca variação se comparados aos registrados em 2016. O montante acumulado por dívidas dos consumidores com o comércio (nos últimos cinco anos) ficou em R$ 11.269.781,99, ou seja, apenas 2,2% a mais do que o computado no ano passado, quando as cifras atingiram R$ 11.032.438,00.

Mesmo com o aumento do valor, o dado relevante é que houve queda em outros indicadores. Em 2017 foi constatada redução de 5,6% nos registros no SPC (destaque para a diminuição de registros envolvendo inadimplência em pagamentos por meio de cheque: queda de 20,6%).

“Isso demonstra que temos menos consumidores devendo na praça, o que é muito bom. Por outro lado, os valores registrados cresceram. Ou seja: o devedor está inadimplente por deixar de pagar contas mais altas”, explica o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone.

O relatório compartilhado pela entidade também mostra redução significativa na contração de novas dívidas, na ordem de 23,3%, em registro feito em até um mês. Se em 2016 o índice era de 8,79%, em 2017 ele caiu para 6,74%.

Perfil do devedor

No ano passado, as mulheres lideraram as estatísticas de inadimplência – até por, tradicionalmente, serem as principais abastecedoras dos lares. Mas foram os homens que cresceram nesse quesito. A presença masculina aumentou 2,85 pontos percentuais de 2016 para 2017, indo de 34,91% para 37,76%, enquanto a das mulheres retrocedeu esse mesmo índice, caindo de 65,09% para 62,24%.

Quase 74% de quem está devendo ao comércio tem idade entre 30 e 64 anos. Entretanto, os idosos a partir de 65 anos formam a faixa etária que teve maior crescimento como público devedor, representando um acréscimo de quase 12% no ano passado em relação a 2016 – passou de 11,78% para 13,17%. Os valores da dívida, em 34,50% dos casos, giram entre R$ 100 e R$ 250.

Consulta ao crédito continua sendo melhor forma de prevenir inadimplência

A redução dos registros de inadimplência no SPC pode ser consequência, também, da mudança de comportamento dos lojistas na hora de analisar e conceder crédito.

“Temos trabalhado para conscientizar o comércio sobre a importância de vender bem: isso significa efetivamente receber pela mercadoria negociada. Um dos motivos que pode explicar a redução do indicador de inadimplentes é que as lojas estão mais criteriosas para liberar crédito, consultando previamente os dados do cliente no banco de dados do SPC. Essa é, sem dúvida, a forma mais eficiente de diminuir os casos de inadimplência”, explica Carbone.

Fonte: Exata Comunicação

fotos: Felipe Machado

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