Na manhã de terça-feira, 31, a Polícia Civil deflagrou a 3ª fase da “Operação Mahindra” e prendeu em Bento Gonçalves um homem cerca de 30 anos, em uma boate localizada no bairro Maria Goretti. O indivíduo foi encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para os procedimentos legais, posteriormente conduzido para a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, onde ficará à disposição da justiça.
O homem fazia parte de uma organização criminosa que se especializou no furto de tratores, crimes cometidos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e que foi desarticulada nesta Operação.
Com a conclusão do Inquérito Policial, foi representado pelas Prisões Preventivas dos 10 integrantes da quadrilha e por Mandados de Busca em 13 residências nas cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Cotiporã, Cidreira e Lajeado.
Foi comprovado que o Líder do grupo já havia sido indiciado pela prática criminosa através de uso de WatsApp, por este motivo a Decrab de Camaquã representou pela transferência deste preso do Presídio Regional de Caxias do Sul, na intenção de que não tivesse acesso a internet e que não desse continuidade aos golpes, sendo o pedido acatado pelo Poder Judiciário que determinou que o preso “deve ser segregado em Presídio com bloqueadores de sinal”.
Foram presos o Líder da quadrilha, um dos integrantes e o receptador, estando os demais investigados em situação de foragidos.
O Inquérito Policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, onde todos os 10 integrantes da organização criminosa foram denunciados. A ação contou com o apoio das 8ª Delegacia de Polícia Regional, 19ª Delegacia de Polícia Regional, 23ª Delegacia de Polícia Regional e 29ª Delegacia de Polícia Regional.
SOBRE A INVESTIGAÇÃO
As investigações iniciaram em 12 de abril de 2021, quando uma vítima da cidade de Sertão Santana registrou ocorrência relatando que havia caído em um golpe. Segundo o relato da vítima ela ofereceu no OLX seu trator, recebendo mensagens via WhatsApp de uma pessoa interessada em comprar o maquinário. Este “suposto” comprador efetuou um depósito na conta da vítima, e mandou um guincho buscar o trator, porém na segunda-feira a vítima constatou que o depósito era um envelope vazio.
A Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (DECRAB) de Camaquã assumiu as investigações e constatou a forma de atuação da quadrilha. O contato com as vítimas ocorria via WhatsApp, pelo Líder da quadrilha, o qual cumpre pena no Presídio Regional de Caxias do Sul.
O golpe normalmente concluído em uma sexta-feira, quando era efetuado o depósito na conta da vítima, através de um envelope vazio, tomando a precaução de fazer este depósito após o término do horário bancário, o que impediria que a vítima averiguasse se realmente o valor acertado, havia sido depositado.
Posteriormente o Líder contratava um guincheiro para realizar o transporte, normalmente com destino para Caxias do Sul e Farroupilha, porém antes de chegar ao destino recebia novas orientações para entregar o trator em outro local.
A Decrab de Camaquã constatou que os Guincheiros eram contratados aleatoriamente e que não faziam parte da quadrilha, recebiam um pedido de frete via WhatsApp, acertavam o valor e eram pagos em dinheiro quando entregavam o trator.
Os criminosos sabiam que as vítimas iriam anotar a placa dos caminhões, bem como ficavam com o contato telefônico dos motoristas. Se o Guincheiro fosse identificado pela Polícia não teria como saber quem o contratou.
A Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) constatou que quando o Guincheiro era orientado a entregar em outro local, membros da quadrilha já estavam acompanhando este caminhão, bem como após a entrega esse Guincheiro era seguido até sair do local, para garantir que não iria desconfiar de algo e chamar a polícia.
A esposa do Líder também tinha forte atuação na organização, pois repassava as ordens aos demais, retransmitindo mensagens de áudio, onde ameaças eram feitas com relação a dívidas.
O braço direito do Líder era quem recebia o trator e tinha a função de repassar o maquinário para outro integrante, este encarregado de vender o mais rápido possível, normalmente por valor abaixo de mercado.
O integrante que recebia o trator já tinha um receptador encarregado de vender o maquinário. Para não deixar rastros, após a venda do trator, o dinheiro era depositado em várias contas de terceiros, que depois repassavam este dinheiro para a esposa do Líder, para seu cunhado e para seu braço direito.
Durante as investigações a Decrab de Camaquã conseguiu rastrear e recuperar 2 tratores negociados pela quadrilha, maquinário que estavam no interior do município de Nova Bassano, um deles pertencente a vítima de Sertão Santana e o outro a uma vítima de Candelária.
Todos os integrantes da quadrilha foram identificados, as transações bancárias, bem como a movimentação de 14 tratores entre janeiro e junho de 2021.
Foto: Polícia Civil
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