O governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), apresentou nesta quarta-feira, 16, o programa de Educação Antirracista. O lançamento foi feito pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Educação, Raquel Teixeira, no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde ocorre a exposição “Palmares não é só um, são milhares: 50 anos do 20 de Novembro”.
O governador disse que o racismo não pode ser banalizado ou ignorado, mas combatido, e que o Estado tem um papel importante na construção de uma sociedade com mais equidade. “O Estado é muito demandado sobre aquilo que se pode apresentar materialmente, mas o papel de um governo não é apenas ser gestor de orçamentos e executor de obras. Também é papel do governo liderar a sociedade na direção correta do ponto de vista civilizatório. Temos um passivo muito grande e um reparo a ser feito com a população negra, e precisamos insistentemente lutar por isso. A escola é o maior braço do Estado junto à comunidade e o maior instrumento de transformação que temos. É por meio da educação das nossas crianças e jovens que podemos construir um futuro com mais respeito e igualdade”, afirmou.
O programa coloca a pauta antirracista como agenda de sociedade por meio das escolas, e reúne um conjunto de ações práticas para promover a equidade racial e valorizar a história e a cultura afro-gaúcha, como ter professores da rede estadual de todas as áreas do conhecimento trabalhando com referências africanas e indígenas. Para isso, a formação de todas as equipes da Secretaria da Educação focada no letramento racial e na sua atuação considerando todas as áreas do conhecimento é um passo fundamental que já foi iniciado.
A secretária Raquel Teixeira destacou a importância de uma formação antirracista entre crianças. “Criança não nasce racista, ela se torna racista. No Brasil as crianças se tornam racistas por um contexto. Um país que tem 522 anos, dos quais viveu 388 sob um regime escravista. Um país que apagou a história do povo negro e promoveu uma política intencional de branqueamento da população. Esse é o contexto que temos. Este programa que estamos lançando é para que se aprenda não apenas a não ser racista, mas a ser antirracista. Fazemos isso pela educação porque acreditamos que a educação é um dos pilares mais importantes para a equidade no Brasil”, disse.
O primeiro passo foi o planejamento pedagógico com todas as escolas da rede em fevereiro. Neste mês de março, será realizada a formação dos diretores da Seduc, incluindo a própria secretária Raquel Teixeira. Na sequência, os 30 coordenadores regionais de educação, a equipe pedagógica da Seduc e a Superintendência de Educação Profissional passarão pela formação.
A meta é oferecer, até outubro, letramento racial para todos os profissionais da educação que atuam nas regionais, nas equipes gestoras das escolas e para os professores de todas as áreas do conhecimento da rede estadual.
Fonte: Governo do Estado
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini / Divulgação
(RM)
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