Governo do RS disponibiliza R$ 3 milhões para projetos culturais que gerem conteúdo digital

Edital cria oportunidades de trabalho e objetiva conectar pessoas em ambiente virtual durante o período de isolamento social

O edital FAC Digital RS, que disponibilizará cerca de R$ 3 milhões para projetos culturais que gerem conteúdo digital, foi lançado nesta sexta-feira (29/5) pela Secretaria da Cultura (Sedac). Realizado a partir de uma parceria inédita entre o Pró-Cultura RS/FAC (Fundo de Apoio à Cultura) e a Universidade Feevale, por meio do Feevale Techpark, o objetivo é gerar oportunidade de trabalho para artistas, técnicos, produtores e fazedores de cultura, estimulando processos criativos e inovadores para conectar as pessoas em ambiente virtual durante o período de isolamento social. O texto foi assinado esta semana pela titular da Sedac, Beatriz Araujo.

Serão contemplados 1.940 projetos no valor de R$ 1,5 mil cada. Eles devem atender às medidas de prevenção à Covid-19 recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OM) e pelo Ministério da Saúde, especialmente no que se refere à impossibilidade de aglomeração de pessoas.

A inscrição deverá ser realizada por meio do formulário disponível em www.procultura.rs.gov.br e www.feevale.br/facdigitalrs, das 10h de 8 de junho até as 10h de 18 de junho. A inscrição ficará limitada a um projeto por CPF. As propostas admitidas serão selecionadas por ordem de inscrição.

Seleção de projetos

Podem se inscrever no edital brasileiros que estejam em isolamento social em todas as regiões do Rio Grande do Sul, tenham registro no Cadastro de Pessoa Física (CPF) e conta bancária individual.

Os projetos poderão ser individuais ou coletivos, desde que os demais participantes observem as medidas de isolamento social recomendadas pelos órgãos competentes.

Fica vedada a apresentação de projetos por servidores públicos e membros da comissão julgadora deste edital. O resultado da seleção será publicado nos sites www.cultura.rs.gov.br e www.feevale.br/facdigitalrs.

A execução dos projetos fica imediatamente autorizada após a divulgação do resultado e deverá ocorrer em até 60 dias. O conteúdo produzido terá que circular em redes sociais, utilizando a hashtag #CulturaEssencial na legenda do conteúdo e marcando o perfil da Secretaria de Estado da Cultura, da Universidade Feevale e do Feevale Techpark no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. As postagens devem, quando couber, apresentar mensagens de cunho educativo e preventivo contra a Covid-19.

Os projetos deverão desenvolver atividades relacionadas com os seguintes setores culturais:

• Artes visuais
• Audiovisual
• Artesanato
• Culturas populares
• Cultura viva
• Circo
• Diversidade linguística
• Dança
• Livro, Leitura e Literatura
• Memória e patrimônio
• Museus
• Música
• Teatro

Os projetos que contemplem mais de um setor, desenvolvendo conteúdos integrados e/ou transversais, serão enquadrados na categoria Transversal.

Economia criativa movimenta cerca de 2,6% do PIB

O setor da cultura faz parte de uma área mais ampla, a chamada economia criativa, que envolve também outras áreas em que o trabalho de músicos, artistas plásticos e escritores cumpre papel importante, como a publicidade, a mídia, a moda, os games e o setor editorial.

Um estudo recente, feito pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (DEE/Seplag), identificou que, em 2017, existiam 27 mil empreendimentos e 130 mil empregos formais na economia criativa no Estado. Para efeitos de comparação, é quase o mesmo número de empregos da construção civil (138 mil) e mais do que a indústria calçadista (112 mil) ou a indústria metalúrgica (106 mil). Isso considerando apenas os empregos formais.

Os números efetivos são muito maiores, uma vez que o setor cultural se caracteriza justamente por alta informalidade na contratação. Em 2019, eram 48 mil os microempreendedores individuais (MEIs) na economia criativa no Rio Grande do Sul.

As atividades na cultura não se resumem aos artistas e produtores culturais. Grande parte dos projetos culturais demanda a participação de outros setores. Para a realização de um filme, por exemplo, é necessário o trabalho de eletricistas, costureiros, motoristas e marceneiros, entre outros profissionais.

Outro estudo do DEE/Seplag divulgado esta semana sobre os eventos da área da música revela que mais da metade dos recursos de um evento musical se distribuem em outros setores econômicos, como indústrias gráficas, comunicação, hotelaria, alimentação, transporte, iluminação, segurança e infraestrutura. A cultura, portanto, é um potente gerador de demandas para outros setores econômicos.

Acesse aqui o edital.

Texto: Rafael Varela/Ascom Sedac
Edição: Vitor Necchi/Secom

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