Funai recomenda que população compre produtos dos índios

Atualmente a população indígena no Rio Grande do Sul é de 32 mil pessoas, segundo dados da Funai. E nesta época de férias escolares, a tendência é de aumento da circulação dos indígenas em várias cidades da região, inclusive em Bento Gonçalves. Segundo o agente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mauro Leno Silvestrin, estas pessoas realizam comércio e pedem dinheiro por uma questão cultural. “Acho muito válido quando se compra um material artesanal fabricado por eles, uma vez que é um produto natural, de qualidade e que com certeza irá ajudar a suprir as necessidades destas famílias, que vivem muitas vezes em situação de vulnerabilidade, mas que seguem honestamente buscando seu sustento”, afirmou.

Silvestrin destacou ainda que o trabalho infantil não se enquadra neste quesito. “Vale lembrar que na Serra por exemplo, muitas famílias trabalham no interior e desde criança a pessoa convive com o dia-a-dia do campo. Eu pessoalmente vivi essa experiência. As famílias, quando vão conhecer um genro por exemplo, não querem saber se ele é bonito, querem saber se ele trabalha. E isso é dignificante. E não é diferente com os índios. São muitos desafios, eles têm pouca terra para desenvolver a agricultura na plenitude e o artesanato é necessário para se manterem. Não há nada de mal ou ilegal nisso”, afirma, salientando que para suprir as necessidades destas famílias, a FUNAI trabalha em conjunto com a União e com os municípios.

O agente da Funai destaca ainda que em Bento Gonçalves, está intensa a negociação para uma casa de passagem. “Estamos trabalhando em conjunto com a prefeitura e como Ministério Público Federal neste sentido. Já há espaço ofertado pelo município e é necessário fazer este trabalho. E isso vai evoluir”, afirmou.

Sobre as esmolas, Silvestrin destaca que não há nada de ilegal. “Não é crime pedir dinheiro para suprir suas necessidades. Dá quem quer. Se a pessoa quiser ajudar, que ajude. Não vejo problemas nisso. A FUNAI apenas recomenda que as crianças não fiquem em locais perigosos, como cruzamentos e sinaleiras”, afirmou.

 

error: Conteúdo Protegido