Durante o segundo dia da VII Conferência Municipal de Saúde de Bento Gonçalves, nesta sexta-feira, dia 29, a pauta da atividade foi baseada no tema “Consolidação e Financiamento do SUS”. O encontro, que aconteceu no auditório da FTEC, promoveu a mobilização da sociedade, avaliando a situação da saúde e elaborando propostas relacionadas à área.
A etapa municipal da Conferência tem por objetivo analisar a situação da saúde, as prioridades locais e formular propostas no âmbito do município, da região, do estado e da União, garantindo assim a participação de Bento Gonçalves e suas demandas para a qualidade e equidade no Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário de saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, ressaltou durante conversa com a Rádio Difusora no encontro, que o município investe cerca de R$9 milhões mensais e que a maior dificuldade é o financiamento da saúde.
“A grande dificuldade, é importante que todos saibam, é o financiamento da saúde, essa é a grande questão. O Estado está desde agosto de 2018 sem enviar recursos para o município. São mais de 7 milhões de dívidas do Rio Grande do Sul com a cidade de Bento Gonçalves. Não podemos mais contar com um Estado que está quebrado e que não tem honrado com os seus compromissos. Se tivesse esse financiamento de uma forma mais rápida e efetiva, a saúde de todos os gaúchos seria muito melhor hoje. Para se ter uma ideia, o custo médio mensal da saúde de Bento Gonçalves, é de cerca de R$9 milhões, mesmo economizando em tudo aquilo que é possível. E chegamos a esse valor depois de diminuir muitos custos, inclusive após o fim da terceirização”, disse.
Conforme o Gerente de Relacionamento com o Mercado, do hospital Tacchini, Humberto Tomazi Godoy, que palestrou durante a VII Conferência, uma parceria público-privada é uma forma de melhorar a assistência em saúde e a remuneração do serviço prestado.
“O que a gente consegue identificar hoje, com muita propriedade, é que o recurso efetivamente é escasso para atender todas as necessidades. É uma situação que não tem como ser mantida. Precisamos de alternativas. Defendemos uma parceria público-privada que é uma forma de melhorar a assistência e também a remuneração do serviço prestado. O SUS hoje, remunera uma consulta médica a R$10. Quem é o profissional que atende hoje por R$10? Então é importante que tenhamos conhecimento disso e possamos buscar em conjunto, em parceria, outras soluções“, pontua.
As Conferências Municipais de Saúde são realizadas de quatro em quatro anos, nos três níveis: Municipal, Estadual e Nacional. O debate está previsto na Lei 8.142/90, por isso é realizada em diversos municípios.
O encontro acontece com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política do setor em cada nível de governo. Algumas cidades chegam realizar mais de uma conferência, dentro do período indicado.
Fonte: Airton Ferreira/Central de Jornalismo da Rádio Difusora
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