Uma nova etapa da pesquisa que aponta a proporção de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul o ocorre neste fim de semana. Entre sábado (23/5) e a próxima segunda-feira (25/5), os entrevistadores do estudo irão de casa em casa, para realizar 4,5 mil testes rápidos com moradores de nove cidades: Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul. Será a quarta fase da pesquisa pioneira encomendada pelo governo do Estado para a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com o objetivo de mapear os casos de coronavírus e acompanhar, quinzenalmente, a velocidade de disseminação do contágio entre os gaúchos.
Resultados das etapas anteriores forneceram as primeiras evidências do percentual de pessoas com anticorpos para a Covid-19 na população gaúcha, apontando tendência de aumento: na terceira fase do levantamento, realizada entre 9 e 11 de maio, 0,22% das pessoas testadas apresentaram resultado positivo. Na primeira fase, há quase 45 dias, esse número era de 0,05%. Os dados mais recentes estimam que, para cada caso notificado, existam nove não contabilizados pelas estatísticas oficiais.
“Mesmo com previsão de chuva para o Estado ao longo dos próximos dias, os entrevistadores estarão nas ruas, realizando testes e entrevistas domiciliares. É fundamental que as pessoas recebam os entrevistadores e participem da pesquisa. Somente com essa colaboração o estudo poderá ter resultados precisos e colaborar com evidências científicas para estratégias de enfrentamento da pandemia”, diz a epidemiologista Mariângela Freitas Silveira, integrante da coordenação do estudo.
Para realizar as entrevistas e os testes rápidos neste fim de semana, entrevistadores da pesquisa irão visitar 500 domicílios por cidade. Ao todo, são 4,5 mil participantes da amostra. Em cada município, são sorteados aleatoriamente as residências que entram no estudo. E em cada domicílio, um novo sorteio determina o morador que irá realizar o teste rápido.
Todos os entrevistadores – profissionais voluntários da área de saúde – têm cartão de identificação do estudo e estarão usando equipamentos de proteção individual: máscaras descartáveis, jalecos e sapatilhas descartáveis, luvas e óculos de proteção.
A pesquisa tem o apoio das secretarias de saúde, centros de vigilância epidemiológica e órgãos de segurança pública dos municípios. Em caso de dúvida, os participantes poderão entrar em contato com os órgãos de segurança do município para checar a abordagem à casa. A Brigada Militar e a Guarda Municipal das localidades estão apoiando o estudo e têm informações sobre as áreas de visitação.
O cronograma inicial da pesquisa previa quatro etapas de coletas de dados. “Inicialmente, a rodada deste fim de semana seria a última, mas já definimos com o governo do Estado a ampliação do estudo. Falta somente acertar quantas serão as etapas a mais e as datas”, diz o reitor da UFPel e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal.
O estudo mobiliza uma rede de 12 instituições de ensino superior públicas e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); Imed; Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).
O custo de R$ 1,5 milhão da pesquisa tem financiamento da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados são divulgados por integrantes da coordenação do estudo e do governo do RS cerca de 48 horas após a finalização da coleta de dados.
Fonte: Seplag e Epidemiologia UFPel
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