Programação nos dias 25, 26 e 27 em Bento Gonçalves tem debates e exibição de 20 produções selecionadas que concorrem a prêmios
Foram muitos takes até que o Festival Internacional de Cinema Respira chegasse à exibição de 20 finalistas entre os dias 25 e 27 de julho, na Fundação Casa das Artes de Bento Gonçalves, quando serão exibidos os 20 finalistas da seleção, com direito a premiação para os apontados pelo júri e pelo voto popular. O festival começou a ser articulado no ano passado e, depois de várias etapas, chega agora à fase de exibição pública, iniciando uma circulação de sessões por várias cidades da Serra. Projeto é realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, Lei Paulo Gustavo, apresentado pelo Ministério da Cultura, com financiamento Iecine, Pro-Cultura e Secretaria da Cultura do Estado do RS.
O Festival Internacional de Cinema Respira nasceu para celebrar e valorizar a diversidade no audiovisual, promovendo filmes de cineastas independentes, especialmente de pessoas pretas, LGBTQIA+, mulheres, quilombolas, indígenas e PCDs. Com foco em curtas-metragens, o festival explora temas como identidade, gênero, sexualidade, raça e etnia, incentivando a participação de novos agentes no campo do cinema.
O Festival respira começou a ser estruturado em dezembro de 2024, com inscrições realizadas entre março e abril deste ano. Foram 374 inscrições, de 24 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. A partir disso, a curadoria, com foco na diversidade e na acessibilidade dos filmes, selecionou 98 curtas. Então veio a mostra digital, em canal do Youtube no mês de junho. Nesse período as pessoas puderam votar em seus filmes favoritos através de formulário e curtindo o filme no próprio canal. Então os jurados selecionaram seus vencedores, um de cada categoria. Entre o voto popular e o olhar dos jurados, chegou-se aos 20 finalistas que serão exibidos agora, em sessão aberta, na programação gratuita e aberta ao público que acontecerá no Anfiteatro Ivo Da Rolt, da Casa das Artes de Bento (programação completa no final do texto).
Vale destacar que serão premiados dez filmes entre os 20 finalistas: dois de cada uma das categorias de Experimental/Videoarte, Animação, Documentário e Ficção. Cada uma destas categorias terá um vencedor pelo Voto Popular e outro indicado pelo júri. Os vencedores receberão um prêmio de cinco mil reais, totalizando uma premiação de 40 mil reais. Também serão concedidas duas Menções Honrosas, decididas em conjunto pela Curadoria do Festival e o júri.
Os filmes finalistas na categoria Ficção são “Americana”, “De todos os não ditos”, “Desde criança eu sempre quis morar no Rio”, “Mãe”, “Pássaro Memória” e “Vão das Almas”. No segmento Documental, “A Busca do eu e o silêncio”, “Casinha de Mureta”, “De Coração”, “Pedagogias da Navalha”, “Poder falar” e “V(h)iver”. Na categoria Animação, os finalistas são “Caramelo e outros 500”, “Carcinização”, “O casaco” e “O Despertar de Ayra”. E na categoria Experimental/Videoarte, os filmes são “Dance aqui”, “Limite”, “Maria Piauí” e “Nada Obsta”.
Pensando na inclusão, a sessão de sexta-feira da programação do Festival, das 14h às 15h30min, oferecerá acessilidade na exibição dos filmes selecionados e terá a participação de integrantes da Associação de Deficientes Visuais de Bento Gonçalves (ADVBG), que assistirão os filmes com recursos de audiodescrição.
Depois da mostra dos finalistas e premiação em Bento Gonçalves, inicia uma mostra dos dez vencedores que circulará por Montenegro, Caxias do Sul, São Valentim do Sul, Cotiporã, Veranópolis e Monte Belo do Sul em parceria com o Cine SESC. As datas das exibições ainda não estão definidas. Uma que já está certa é a de Montenegro, que será no dia 15 de agosto, na Fundarte, com ao menos duas sessões.
Painéis e debates: Durante a programação de Bento Gonçalves serão realizados dois debates.
Na sexta-feira, dia 25, das 16h às 17h, o tema é “Gênero, imagem e espaço”, com Mirela Kruel e Mar Fagundes, sob mediação de Lau Graef. A ideia é conversar sobre questões raciais no cinema, que ainda hoje é um reduto de pessoas brancas com alto poder aquisitivo. Mirela Kruel é jornalista, diretora e roteirista com diversos trabalhos para o cinema e a televisão, com destaque para a abertura da novela “Amor de Mãe”, da Rede Globo; Mar Palombini Fagundes é pessoa transmasculina, roteirista, produtor e produtor executivo de curtas e videoclipes premiados por editais federais, estaduais e municipais; e Lau Graef, o mediador, é Lau Graef é diretor e montador de filmes com pesquisas que permeiam gênero, imagem e montagem.
No sábado, das 16h às 17h, tem o painel “Espelhos negros: compondo um caleidoscópio de trajetórias diversas”, com Camila de Moraes e Augusto Santos sob mediação de Thais Souza. Camila de Moraes é gaúcha radicada em Salvador, jornalista e cineasta, além de CEO na Produtora e Distribuidora “Borboletas Filmes & Pombagens”; Augusto Santos é Augusto Santos é filmmaker, fotógrafo e educomunicador, com trabalhos em fotografia, áudio e vídeo; e o mediadora Thais Souza é mulher negra, migrante, LGBT, que se dedica a pesquisar as questões relativas à raça, trabalho, cultura e movimentos migratórios.
Todos os painéis, bate-papos e a cerimônia de premiação serão transmitidos ao vivo pelo canal do Youtube do Festival.
Júri: O corpo de jurados do Festival Internacional Respira é composto por Camila de Moraes, Boca Migotto, Karkará Tunga, Mar Palombini Fagundes e Mirela Kruel. Todos nomes ligados à produção audiovisual contemporânea e atentos aos debates das questões que permeiam o conceito e a curadoria do Festival.
Rogério Rodrigues, produtor Cultural e idealizador do Festival Internacional Respira, destaca a importância da realização do festival e das questões que ele evidencia, destacando a diversidade da produção audiovisual brasileira: “O Festival Internacional de Cinema Respira vem pra apoiar as produções de minorias. Dar voz e visibilidade a elas. E, principalmente, mostrar que o cinema feito por pessoas que não são hegemônicas no meio tem muita qualidade. Essa é a importância do festival, fomentar o debate sobre preconceito, racismo, homofobia, xenofobia, misoginia e acessibilidade. Tudo isso através do Cinema.”
O Festival Internacional Respira é realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, Lei Paulo Gustavo, apresentado pelo Ministério da Cultura, com financiamento Iecine, Pro-Cultura e Secretaria da Cultura do Estado do RS.
Festival Internacional Respira – Programação e Sinopses
25/07-Sexta-feira
14h – 15h30 Sessão de curtas com audiodescrição
Carcinização – 10’51
Três amigos estão passando por mudanças em suas vidas. Liz quer mudar o estilo de música que toca, Mari quer trancar a faculdade e P1 quer virar um caranguejo.
Limite – 13’07
Uma pessoa misteriosa surge numa rodovia vazia- vestida de capa de chuva, luvas, capacete e botas impermeáveis –e adentra um edifício abandonado. Apesar da sua aparência comum, o local abriga um universo absurdo. Qual o limite para o silêncio?
Desde Criança eu Sempre Quis Morar no Rio – 19’59
Baseado em uma história real, “desde criança eu sempre quis morar no rio” narra um recorte da vida deJ uliana – uma mãe que perdeu sua única filha, Flor, em um trágico acidente. Juliana, nossa protagonista, carrega o peso da culpa desde o falecimento de Flor. Acompanharemos a psique desta mãe, suas angústias e sentimentos mais íntimos, num dia muito difícil: o aniversário de sua filha.
De Todos os Não Ditos -18’
Fernanda revive as lembranças de seus dois amigos com quem não conversa mais, Lucas e Júlia, na tentativa de fugir da realidade.
16h-17h
Painel “Gênero: imagem e espaço no cinema”, com Mirela Kruel e Mar Fagundes, mediação de Lau Graef.
17h-18h30h Intervalo
18h30 – 21h Exibição dos filmes selecionados
Pedagogias da Navalha – 16’48
Pedagogias Da Navalha é um documentário de linguagem híbrida partindo do conceito “Oferenda fílmica” que é uma pesquisa realizada por Milena Manfredini e temos o roteiro assentado na poesia e na oralidade para realizar um ritual de ebó não linear para fortalecer ahistória ancestral da identidade e entidade travesti removendo os seus estigmas, traumas e marginalizações.
Limite – 13’07
Uma pessoa misteriosa surge numa rodovia vazia- vestida de capa de chuva, luvas, capacete e botas impermeáveis –e adentra um edifício abandonado. Apesar da sua aparência comum, o local abriga um universo absurdo. Qual o limite para o silêncio?
De Todos os Não Ditos – 18’
Fernanda revive as lembranças de seus dois amigos com quem não conversa mais, Lucas e Júlia, na tentativa de fugir da realidade.
Vão das Almas – 15’
No Quilombo Kalunga, a profecia da Matinta corta o vilarejo – fantasma do Vão de Almas como uma corrente de ar gelado:“Existem vários tipos de Saci. Pererê é aquele menorzinho, que prega peça. Saçurá faz maldade…”
Poder Falar – 15’
Poder Falar – uma autoficção aborda a trajetória de um jovem cineasta ao lidar com a complexidade de receber um diagnóstico reagente para o HIV no dia em que faz aniversário. Misturando narrativa ficcional e documental, o filme traz à tona informações, reflexões, símbolos e personagens importantes da luta pela dignidade da vida, como o emblemático slogan “Silêncio = Morte” do grupo Act Up e o discurso em prol da vida do ativista Herbert Daniel.
O Casaco – 2’42
Uma obra audiovisual adaptada dos quadrinhos da série BLACK FLOWER de Alisson Affonso, traz uma menina negra como uma protagonista ciente do poder de sua ancestralidade em um mundo repleto de grandes desafios.
Dance Aqui – 15’
É a história de uma noite inquietante em que o cantor Hilreli, cansado das pressões sociais, da intolerância e do não pertencimento, tão comuns no cotidiano dos LGBTs+, resolve sair para dançar e extravasar suas angústias e traumas. Celebrar a vida.
Mãe – 20’
Em um Rio Grande do Sul marcado por desafios e preconceitos, Maria, uma mulher transexual, se vê em uma jornada desafiadora, a maternidade. Ao lado de Dário, seu marido, ela assume a responsabilidade decriar seu filho, Zezim. Enquanto luta para construir uma vida digna e manter sua família unida, ela enfrenta o peso do racismo e da discriminação, desafiando barreiras sociais e pessoais. Sua história revela o poder transformador do amor,da coragem e da luta por um lugar.
O Despertar de Ayra – 18’19
“O Despertar de Aiyra” é um tributo emocionante à cultura e à resiliência dos povos indígenas da Amazônia. É uma lembrança poderosa de que a harmonia com a natureza é vital para a sobrevivência de todos nós.
Nada Obsta – 12’31
Percorrendo os terrenos do tempo-agora, revisitando o tempo-quintal e criando fabulações através de giros e rodopios desnorteadores para fazer a travessia dos escombros…com os pés na terra, crio aqui através desse jogo de respiração, de memória e movimento,mobilizações de fendas, túneis para lembraro que não se pode esquecer, para reler o que não é preciso sustentar, para ficar atenta às fronteiras, de reinventar o que já existe, de observar os pássaros, contemplar uma paisagem, imaginar bombas explodindo em câmera lenta, de insistir em rituais decura, de…
21h – 22h
Conversa com realizadores dos filmes exibidos, mediação de Guilherme Krema.
26/07- Sábado
16h – 17h
PÇainel “Espelhos negros: compondo um caleidoscópio de trajetórias diversas”, com Camila de Moraes e Augusto Santos, mediação de Thais Souza.
17h- 18h30 – Intervalo
19h30 – 21h – Exibição dos filmes selecionados
A Busca do Eu e o Silêncio – 20’
Neste filme do diretor surdo Giuliano Robert, sua mãe ouvinte Márcia conta como superou a falta de informações para aprender a se comunicar com o filho surdo.
Pássaro Memória – 15’
Um pássaro chamado Memória esqueceu como voltar para casa. Lua, uma mulher trans, tenta encontrá-la nas ruas do Rio de Janeiro, mas a cidade pode ser um lugar hostil.
Desde Criança eu Sempre Quis Morar no Rio – 19’59
Baseado em uma história real, “desde criança eu sempre quis morar no rio” narra um recorte da vida deJ uliana – uma mãe que perdeu sua única filha, Flor, em um trágico acidente. Juliana, nossa protagonista, carrega o peso da culpa desde o falecimento de Flor. Acompanharemos a psique desta mãe, suas angústias e sentimentos mais íntimos, num dia muito difícil: o aniversário de sua filha.
Maria Piaui – 13’
Um grupo de jovens da retomada indígena da Serrado Catolé (Juazeiro do Norte/CE) buscam saber acerca da história de sua ancestral Maria Piauí e assim construir suas próprias identidades.
Caramelo e Outros 500 – 02’45
Num cotidiano cansativo de rua, um vira-lata caramelo se depara com uma nota de 500reais.
Americana – 19’57
Cinco amigas são detidas após uma briga em praça pública motivada por uma traição. Na delegacia, durante os depoimentos, segredos vêm à tona, revelando verdades inesperadas.
Casinha de Mureta-18’
A partir da reflexão sobre preservação de casas históricas e direito à moradia, o filme passeia pela saudade, nostalgia e raiva, apontando como erros do passado em grandes cidades tornam a se repetir também nas pequenas cidades, condenando a população a más condições de vida.
V(h)iver – 16’
Após três décadas convivendo com o HIV, Ana Paula Brun transformou dor e medo em força e resiliência, dedicando-se a empoderar e conscientizar sobreo HIV/Aids. Seu trabalho chamou a atenção de André Bozzetti, que viu ali uma oportunidade de combater o estigma e o preconceito de forma sensível e poética. Juntos, embarcaram na criação de um filme que une emoção e informação ,levando a discussão para escolas, empresas e espaços públicos. Mais do que um projeto audiovisual, a obras etorna uma ponte para o diálogo, fortalecendo e acolhendo quem vive com HIV e promovendo um olhar mais humano sobre a temática.
Carcinização – 10’51
Três amigos estão passando por mudanças em suas vidas. Liz quer mudar o estilo de música que toca, Mari quer trancar a faculdade e P1 quer virar um caranguejo.
De Coração – 19’31
Patrícia nasceu com uma condição que a impossibilitou de gerar, porém os caminhos da vida a levaram ao encontro de Emanuel e Cléber ,seus filhos de coração.
21h – 22h
Conversa com realizadores dos filmes exibidos, mediação de Guilherme Krema.
27/07 – Domingo
19h – 21h
Evento de premiação com Estevão Dornelles e Bruna Ferreira. Evento presencial e transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do Festival.
** Todos os filmes exibidos nesse momento contam com legendagem descritiva (LSE) como recurso de acessibilidade.
Fonte: Carlinhos Santos – Jornalismo Cultural
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