Com mais de 15 livros publicações, está em Bento Gonçalves durante a Feira do Livro Infantil Sesc, de 14 a 23 de maio
Em sua 9ª edição, a Feira do Livro Sesc, foi buscar em Minas Gerais uma escritora que também é contadora de histórias, atriz e musicista. A patrona Beatriz Myrrha aporta em Bento Gonçalves trazendo na mala e no coração uma vida dedicada às narrativas. Pudera, são mais de 15 livros publicados, de forma solo e em coletâneas.
Maria Beatriz Maciel Myrrha nasceu em Belo Horizonte, nos idos de 1968, numa família de cinco irmãos e rodeada de literatura. Sim, isso mesmo. Seu pai, entre outros empregos, era vendedor de enciclopédias e de livros, desses que iam de porta em porta. Ao retornar para casa, a criança Beatriz ficava horas se aventurando nas páginas, assim como, quando ficava ouvindo os causos verídicos que ele contava, com uma boa dose de aumento. A mãe: professora e leitora voraz. Lia para ela, na beira da cama, histórias para a menina Myrrha e a acompanhou a fazer sua ficha na Biblioteca Pública. E como se fosse uma história saída de um conto de fadas, tinha uma vizinha que lhe trazia, numa cesta, livros para Beatriz escolher.
A família não tinha recursos para comprar os livros, mas vivia no interior das narrativas.
“O orçamento de casa era apertado. Quando podia, minha mãe dava livros de presente. Qualquer pegunta que fizesse, tinha visto ou vivido, tinha uma história para contar sobre o assunto. Me ensinava por meio de histórias populares. Atualmente, minha mãe tem Alzheimer e vou visitá-la. Ela sempre está com um livro na mão. Não cobsegue mais ler, mas não vive sem ele, o livro”.
A menina, de pura imaginação, foi crescendo, tendo muito contato com a natureza, plantas, pomares: “Imaginava que cresceria sempre assim, muito perto de pomares”. Quando foi crescendo, os sonhos começaram a habitar: “Queria ser dona de padaria, ser artista de circo, mas o que mais queria era ser mãe. Realizei todos os meus sonhos, inclusive de padaria porque me casei com o dono de uma”.
Da infância à vida adulta, criou uma mitologia própria e aberta, de formação leitora, sempre na busca de novas paragens, novas formas de construir histórias. Assim, nomes como Érico Veríssimo, Lygia Bojunga, Padre Antônio Vieira e seus Sermões, Manoel de Barros, Mário Quintana, Clarice Lispector, Bertold Bretch, William Shakeaspeare, Samuel Beckett, Molière, trazem um percurso abrangente de aventuras, de ideias, de sentimentos, de personagens, de lirismo, de arrebatamentos, de descobertas. Nessa tessitura, também está presente a tradição oral de todos os povos. Na sua fase atual, está lendo Conceição Evaristo, Machado de Assis (sempre é necessário voltar), Mia Couto.
Já na Literatura Infantil, Beatriz, da mesma forma, tem uma cartografia com nomes como Sílvia Ortoff, Milene Barazetti, Helô Babichetti, Ruth Rocha, Lenice Gomes. Guarda com especial sentimento “O menino azul”, de Cecília Meireles, além de ter sido voluntária da Biblioteca Infantil de Belo Horizonte, conhecendo o povo que escreve para criança.
E a escritora? Pois então, sua bibliografia, entre aventuras solos e coletâneas, traz uma polifonia de temas como natureza, mitologia indígena e africana, astronomia, música, bruxas, gente, amores. Sim, Beatriz nos traz narrativas de vidas próprias. Seu desejo de escrever vem de um profundo compromisso com a história. “A narrativa vem de uma necessidade, de um desejo. Queria abordar a música, surgiu o menino Pitulu , Cada livro que tenho vem de uma experiência diferente; alguns da oralidade, outros como exercício de escrita como ‘Depois do Sol’”.
Sobre a Feira do Livro Infantil Sesc, Beatriz tem fala de como essa área precisa ser vista com seriedade. “A base do ser humano é a infância e as infâncias precisam de literatura. Sou o que sou hoje porque a minha mãe contava histórias. Então, promover uma feira literária é realmente possibilitar que as crianças de uma cidade inteira possam receber esse alimento de acolhimento, de amor, de saber, é mais saudável, mais criativa. A literatura nos oferece uma união com a gente mesmo, enquanto ser integral, espiritual, social. Possibilita um sentimento de pertencimento ao mundo, à humanidade. Parabéns pela iniciativa, e espero que vocês possam inspirar o país inteiro de fazer feiras de livro infantil”.
Para Cristina Rasera, coordenadora cultural do Sesc Bento Gonçalves, destaca sobre que Beatriz Myrrha “é uma escritora completa, onde respira e transpira a Literatura Infantil, além de ser musicisita, atriz e educadora, com um repertório que transforma e engrandece a proposta do Sesc de oferecer escritores que criaram uma trajetória própria, onde suas histórias têm vidas próprias”.
Conheça alguns títulos de Beatriz Myrrha: “O Céu do Baobá”, “A Tartaruga o o Coelho – Uma Outra Historia”, “Pomar Brasileirinho”, “Pitulu”, Historias Ao Pe Do Ouvido” e “Depois do sol”.
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
PG
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