A pandemia impactou fortemente o cenário econômico, alterando diversas das projeções para 2020. Menor atividade econômica ocasionada pela quarentena, desemprego, queda do PIB, desvalorização do câmbio e aumento dos gastos públicos marcaram este ano. O setor de comércio e serviços foi um dos mais impactados pela pandemia, embora tenha apresentado uma retomada a partir do terceiro trimestre. Especificamente os “serviços” são os que mais sofreram e recuperam-se mais lentamente em relação aos demais. É o que apontou a análise apresentada pela Fecomércio-RS em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2/12).
Além disso, observa-se uma recuperação heterogênea entre regiões, segmentos e entre empresas já que fatores como rigidez da quarentena, o tipo de negócio (classificado pelo poder público como “essencial” ou “não-essencial”), bem como a capacidade de levar o negócio para a internet impactam no desempenho de cada empresa. Durante a coletiva, também foram apresentadas as projeções para o próximo ano.
Pandemia determinou rumos da economia em 2020
No âmbito nacional, vimos o PIB despencar em abril. Houve recuperação da atividade econômica no terceiro trimestre seguida, no quarto trimestre, por uma queda no ritmo de recuperação. Essa retomada de atividade, todavia, é altamente heterogênea entre regiões, setores e entre empresas, segundo dados apresentados pelo economista Marcelo Portugal. O mercado de trabalho, por sua vez, continua com sérias dificuldades, que só deverão ficar totalmente evidentes em 2021. A retomada da economia em meados de 2020 decorreu principalmente do chamado “orçamento de guerra” do Governo Federal que injetou dinheiro na economia por meio de ações como o auxílio emergencial, Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), auxílio por redução salarial e recursos para estados e municípios. Embora necessárias para atenuar os efeitos da crise, tais medidas seriam insustentáveis em 2021.
Necessidade de equilíbrio em 2021
A expectativa é que o Governo termine o ano com R$ 845 bilhões de déficit primário, o que representa 11,7% do PIB. Como a isso se soma a necessidade de pagamento de juros, observou-se, em 2020, um aumento expressivo da dívida pública. Por isso, o presidente da Federação, Luiz Carlos Bohn, alertou para a necessidade urgente da retomada do equilíbrio fiscal em 2021. “Os desafios para o próximo ano são diversos. Esperamos que os governos estadual e federal façam a sua parte controlando o crescimento da dívida pública, com a retomada do teto de gastos visando o equilíbrio fiscal. Quanto à Fecomércio-RS, seguiremos ao lado dos empresários a fim de mitigar os impactos da crise, dialogando com os parlamentares e apoiando medidas como a reforma administrativa e tributária, tão necessárias para a recuperação do País”, destaca.
Muito do cenário econômico será ditado em 2021, como ocorreu em 2020, pela Covid-19 (novas ondas da pandemia e vacinação), e pelas medidas de quarentena adotadas pelos governos. No entanto, a análise da Fecomércio-RS aponta para a necessidade de o país voltar à normalidade fiscal. Ou seja, determinar e respeitar o teto de gastos, estipular e cumprir meta de superávit primário e fazer com que a política econômica volte à normalidade. Caso contrário, teremos aumento da inflação, câmbio alto e desemprego ainda bastante elevado.
A entidade prevê, ainda, que o crescimento do PIB nacional em 2021 seja de 3,2%, enquanto para o PIB do RS a expectativa é de crescimento de 2,5% no próximo ano. Para o comércio, a projeção é de 2,5% e dos serviços de 3,5%. A inflação medida pelo IPCA deve ser de 4,0%, e os juros devem chegar a 3,75%. Também se estima que o câmbio chegue a 5,0 R$/US$ ao final de 2021.
Fecomércio-RS – A Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS) atuou fortemente ao lado dos empresários gaúchos a fim de minimizar os impactos causados pela Covid-19. Como entidade representativa do setor terciário gaúcho, os desafios estiveram em atuar liderando um dos setores mais impactados neste ano. Assim, propôs um protocolo de saúde para que as empresas pudessem abrir com segurança e conquistou o direito de as atividades comerciais operarem com tele-entrega e take away no início da pandemia. Defendeu a negociação do ECAD, a suspensão do ISS e ICMS e, posteriormente, a abertura dos negócios em bandeira vermelha. Liderou a negociação de taxas com o ECAD, solicitou a suspensão do ISS e ICMS, e apoiou o projeto de liberação de recursos e flexibilização de garantias para crédito emergencial (PRONAMPE). Ainda liderou os debates sobre o piso regional e seu impacto negativo sobre os negócios e empregos gaúchos.
Pelo viés das relações de trabalho, a Federação trabalhou pelo envio e pela aprovação das medidas provisórias de flexibilização trabalhista e conseguiu negociar as datas das negociações coletivas. Além disso, atuando fortemente ao longo do ano para conscientizar o governo e os deputados estaduais sobre os impactos negativos do piso regional, conseguiu evitar a aprovação de reajuste em 2020.
A Fecomércio-RS também entrou com pedido judicial para que as empresas não sofressem suspensão dos serviços de telecom e suspensão dos serviços de energia elétrica, por inadimplência, durante o período de suspensão das atividades, obtendo êxito nas propostas. Para auxiliar os empresários de todo o RS, a Fecomércio-RS lançou um site que monitora os decretos municipais e lançou diversos vídeos com dicas sobre como superar as dificuldades impostas pela crise, tudo isso disponível na página especial “Covid-19 – Ações pelas empresas”.
Diante de um cenário de crise e de incertezas, a Fecomércio-RS realizou ações voltadas a toda população gaúcha. Lançou o portal Perto de Vc, uma plataforma com conteúdos on-line e totalmente gratuitos com a curadoria do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac para as pessoas que buscavam por capacitação e atualização durante a pandemia. Até o momento, já são mais de 500 mil inscrições em cursos do portal. Dentre as capacitações ofertadas no site está o curso “Guia de prevenção à Covid” lançado para certificar o comércio para a reabertura, sendo realizado por mais de 15 mil pessoas. Outra ação de grande impacto foi a doação de extensores de máscaras, acessório para tornar mais confortável o uso do EPI, distribuídos a mais de 90 mil gaúchos.
Fonte: Fecomércio-RS
Varejo gaúcho mantém ritmo de forte avanço em setembro
Parceria entre alunos do Colégio Sagrado e Secretaria do Meio Ambiente lança Projeto Bombas Verdes em Bento
Encontro de formação da Campanha da Fraternidade 2025 reúne mais de 160 pessoas em Caxias do Sul