Família Cattani soma quatro gerações na história da Cooperativa Vinícola Garibaldi

Relação entre família de Jorge Cattani, gerente de produção, e a vinícola começou em 1934

Entre os ecos das barricas alinhadas e o sussurro das videiras que ladeiam os caminhos dos parreirais, ergue-se a figura de Jorge Cattani: enólogo e gerente de produção da Cooperativa Vinícola Garibaldi. Uma das mais antigas do país. Com olhar firme e mãos marcadas pelo tempo, ele carrega o legado de quem nasceu imerso na arte de transformar uvas em histórias — histórias que, desde 1931, correm pelos porões e campos desta terra.

Jorge soma atualmente 48 anos de dedicação ininterrupta à Cooperativa Vinícola Garibaldi, abraçando cada passo de uma trajetória que começou em 1976, como auxiliar de serviços gerais, limpando tanques e retirando bagaço das pipas. Mas sua relação com a empresa é ainda mais antiga: seu avô, João Batista Cattani, ingressou na empresa em 1934 e, durante 35 anos, percorreu a pé os caminhos que o levavam ao conserto de pipas nas filiais do interior. Décadas depois, foi o pai, Heitor Cattani, quem repetiu essa devoção. E, como num sopro de continuidade, o filho de Jorge hoje prossegue o ciclo como representante comercial da cooperativa. Para João, Heitor e Jorge, a Cooperativa Vinícola Garibaldi foi o único local de trabalho da vida toda.

Quando menino, Jorge corria para o porão do avô em busca de histórias sobre fermentação, degustações e a rotina exaustiva das colheitas. Eram narrativas vivas e foi esse universo, tecido por três gerações, até então, que fez com que ele não cogitasse outra carreira senão aquela que brotava em seu quintal. “Nunca pensei em outra alternativa. Meu destino sempre esteve aqui”, afirma.

Ao longo dos anos, Jorge migrou para o laboratório, acumulou experiência como analista e supervisor, até chegar ao cargo de gerente de produção. Hoje, zela pela expansão e pela excelência na qualidade dos vinhos e espumantes da Cooperativa Vinícola Garibaldi, colaborando para transformar a marca na referência que é hoje.

No seio familiar, o legado permanece pulsando. O filho, antes colaborador, tornou-se representante comercial e faz questão de cobrar do pai novidades de safra — um lembrete diário de que a chama do pertencimento continua viva. Para Jorge, não há conquistas fora da cooperativa. “Tudo o que alcancei devo a esta casa.”

E se o amor à vinícola já unia avô, pai e filho, foi num entreposto de vinificação no município de Imigrante, instalado no porão de uma casa colonial, que seu pai conheceu sua futura esposa, mãe de Jorge. Foi ali, entre as pipas e as uvas, que nasceu não apenas um casamento, mas também a história afetiva de uma família enraizada na tradição vinícola.

Hoje, aos 63 anos, Jorge confessa não se enxergar em outro lugar. “Sinto-me como se cada dia fosse meu primeiro, mas com 48 anos de experiência”, diz, enquanto percorre os corredores da produção, inspecionando cada barrica como quem revisita lembranças. Para ele, o futuro é simples: continuar escrevendo, junto à Garibaldi, o próximo capítulo de uma saga que começou quase um século atrás.

Fonte: Exata Comunicação

Foto: Exata Comunicação, Bárbara Salvatti

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