Exposição “O matrimônio e o enxoval na imigração italiana” está aberta para visitação até 30 de agosto em Bento

Desde o dia 06 de agosto, o Museu do Imigrante de Bento está sediando a exposição “O matrimônio e o enxoval na imigração italiana”, em alusão aos 150 Anos da Imigração Italiana. Organizada pela Associação Nacional dos Emigrados e Ex-emigrados das Américas e Austrália (ANEA), a mostra tem como curador o artista visual Ademir Gugel onde criou um espaço que se assemelha a um atelier de costura, onde as peças e artigos trazem histórias, afetos e memórias.

Neste panorama, 95% faz parte do acervo pessoal do curador, onde transitamos e conhecemos os hábitos e costumes de épocas, sendo que boa parte data das décadas de 50 e 60. Das rendas bordadas com devoção aos retratos em estúdio, estamos diante de camisolas, sapatos, buquês, baús, fotos, cartões de namoro, registros civis e bênçãos, entre outros, que projetam uma imersão na vida privada e coletiva.

“Estamos diante de um riquíssimo cenário de famílias, de simbologias, de como o casamento era pensado naqueles períodos. Temos uma construção social, econômica e cultural que dialoga com os papéis de homens e mulheres. Desde a indumentária, os tipos de tecido, das cores, dos registros fotográficos, das molduras, a confecção do enxoval, depreende-se as bases da sociedade daquelas épocas”, destaca a museóloga Deise Formolo.

Laurinda Moschetta, moradora de Carlos Barbosa, emprestou seu vestido de noiva. Ela casou em 1968, e o vestido segue impecável e nos conta, um pouco, sobre a decisão de se casar.

“Planejamos tudo direitinho: construímos a casa, a empresa. Naquela época se casava bem jovem, mas nós casamos quando tínhamos perto dos 30 anos. O modelo do vestido foi escolhido por meio das revistas e procurei uma renda, sendo que o modelo foi feito por uma costureira”, ressalta.

Outras histórias refletem as dificuldades de se ter um enxoval.

“A maioria morava no interior e as peças eram feitas à mão, em casa. Não tinha dinheiro para adquirir numa loja ou pedir para uma costureira. Muitas vezes, o material utilizado era saco de açúcar, paion (forro do colchão)”, comenta Gugel.

Para o Secretário de Cultura Evandro Soares, “O matrimônio e o enxoval na imigração italiana” amplia o olhar sobre a vida dos imigrantes italianos em Bento Gonçalves e Região.

“Neste ano tão significativo da imigração italiana, a mostra nos vincula ao processo de colonização dentro dos sonhos e esperanças. Somos descendentes, filhos diretos destas gerações, e estamos diante de muitos inícios que configuraram e sedimentaram a força e resiliência. A mostra amplia os nossos conhecimentos e torna-se um bem patrimonial material inestimável, onde vemos o cuidado o apuro para se preservar os grandes acontecimentos pessoais que refletem os laços de identidade e valorização da diversidade cultural italiana”, pontua Soares.

A mostra é organizada pela Anea-Brasil e conta com o apoio do Museu do Imigrante e Associação Amigos Museu do Imigrante.

Fonte e foto: Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura

PG

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