Concebida como uma homenagem a Bento Gonçalves e aos 150 anos da imigração italiana na Serra Gaúcha, a exposição de pinturas Botteglie (garrafas, em italiano), primeira individual do jornalista e designer Rogério Costa Arantes, que reúne uma série de pinturas em acrílico sobre tela que abusam das cores, criando, de acordo com o artista, “impressões que ultrapassam a noção realista dos objetos para imprimir uma diversidade de emoções no espectador”, pode ser visitada até 15 de novembro na Varanda Gourmet do Piazza Salton, no centro de Bento Gonçalves.
As grandes telas retangulares – cada uma das oito peças da série medem metro e meio de largura – representam garrafas, gargalos e adegas, que são desconstruídas através de muitas cores, formas e contrastes. A intenção do artista é criar uma profusão de cores, brilhos, reflexos, sobreposições e iridescências para representar a diversidade do mundo do vinho. “É uma homenagem aos imigrantes e seus descendentes que se dedicam à arte de produzir vinhos de qualidade na região e ao município que acolheu minha família há mais de uma década”, diz.
Arantes revela que a inspiração surgiu quando ouviu de um vinhateiro que ‘o mundo do vinho está no entorno da garrafa’. “Aquela frase ficou gravada na minha mente, e fabricando imagens que viraram desenhos e, agora, esta primeira leva da série das garrafas”, diz ele, que conta que o projeto tomou forma de vez quando leu o poeta escocês Robert Louis Stevenson, do século 18, que disse que um bom vinho é poesia engarrafada. É a partir dessas ideias que surgem as imagens, cores e formas, luzes e sombras, brilhos e suavidades que caracterizam as telas de Botteglie, e provocam sensações particulares a cada um que olhar. “Essa ideia de que a arte pertence a quem a vê me encanta. Como um bom vinho, que pertence a quem o bebe. É generosidade”, afirma.
O que:
Exposição de arte Botteglie, de Rogério Costa Arantes
Quando:
De 15 de outubro a 15 de novembro de 2023
Onde:
Na Varanda Gourmet do Piazza Salton
Como visitar:
De segunda à sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 14h às 20h
Sobre o artista
O jornalista profissional e designer gráfico porto-alegrense Rogério Costa Arantes tem 58 anos e está será sua primeira exposição individual em que apresenta sua produção em acrílico sobre tela. Com anos de experiência em Porto Alegre, nas redações dos jornais Correio do Povo e Zero Hora, e da revista Amanhã, por exemplo, e a atuação como repórter, diagramador, ilustrador e autor de capas e projetos de livros, Arantes deixou a capital e está em Bento Gonçalves desde 2010, onde atuou como editor-chefe do Jornal Semanário até 2013 e do Grupo RSCOM – emissoras de rádio na serra e na capital e portal de notícias – até 2018, hoje é o criativo da Criacon, criação e conteúdo e coordena o gabinete de um vereador na cidade.
Atuando exclusivamente como jornalista em Bento Gonçalves por cerca de dez anos, Arantes deixou as telas em segundo plano e produções para a família e poucos amigos. Para permitir esta primeira exposição individual – o que chama de “ousadia” –, diz que entendeu que compartilhar essa homenagem seria uma forma de mostrar sua estima à cidade que escolheu para criar seus dois filhos. “Pinto no tempo livre, estou fazendo as pazes com os pincéis. Não penso em mim como um artista, um estudioso das artes, longe disso. A técnica me interessa menos que as sensações”, faz a ressalva, pra logo depois brincar: “gosto do caótico, do aleatório e do erro. É o que nos distancia da inteligência artificial”.
O interesse pelas artes plásticas surgiu desde muito jovem, desenhando fotos de jornais e revistas no chão do ateliê do pai, o artista naif Otaciano. Quando jovem, participou de mostras coletivas e, já atuando como jornalista, foi ilustrador do Correio do Povo, fez capas de livros para editoras da capital e publicou em veículos do interior do Estado. Em Bento Gonçalves, a convite da Secretaria de Cultura do município como parte das comemorações da Semanada Consciência Negra, apresentou uma exposição de fotografias tiradas em 2004 em uma viagem ao continente africano.
Botteglie é a primeira exposição individual do jornalista, que diz precisar se acostumar à repercussão e “um certo desconforto” ao mostrar o trabalho. Mas ele garante que a série deve prosseguir, com novas peças em produção. “Estou gostando das garrafas, ainda estão rendendo novas peças”
Jornalismo Difusora – PG
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