As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 3,5 bilhões no segundo trimestre de 2022, o que representa uma queda de 26% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os setores mais representativos do segmento, o complexo soja (total de US$ 1,1 bilhão; -62,0%) foi o principal responsável pela redução, enquanto os demais setores apresentaram ganhos no período: carnes (US$ 725,8 milhões; +18,3%), fumo e seus produtos (US$ 388,3 milhões; +60,9%), produtos florestais (US$ 386,8; +5,6%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 298,7 milhões; +192,1%). Em termos absolutos, a baixa nas vendas externas do agronegócio foi de US$ 1,2 bilhão em relação ao segundo trimestre de 2021.
Ainda assim, no acumulado dos seis primeiros meses de 2022, as exportações do setor do Rio Grande do Sul apresentaram alta de 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 7 bilhões. Sem considerar a inflação do período, o valor é o maior para um primeiro semestre de toda a série histórica, iniciada em 1997, e representa uma alta de US$ 250,6 milhões em relação a 2021.
As informações sobre as vendas do período e do acumulado do primeiro semestre de 2022 fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado na manhã desta quinta-feira (11/8) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior. O documento contempla ainda dados sobre o emprego formal no campo no segundo trimestre e no período de janeiro a junho.
Setores e principais destinos
A menor disponibilidade do produto devido à estiagem que atingiu o estado foi a razão para a queda nas vendas do complexo soja no segundo trimestre de 2022, que teve redução de 72,8% no volume embarcado e de US$ 1,8 bilhão em valor. Entre os produtos do complexo soja, a soja em grão puxou a queda nos números (total de US$ 364,94 milhões; -84,8%), enquanto o farelo (US$ 462,08 milhões; +25,8%) e o óleo de soja (US$ 269,86 milhões; +118,4%) registraram alta no período.
No setor de carnes, as altas nas vendas da carne de frango (total de US$ 427,15 milhões; +39,7%) e da carne bovina (US$ 111,65 milhões; +69,6%) compensaram a queda nas exportações de carne suína (US$ 142,91 milhões; -33,1%). Fumo e seus produtos também registraram aumento no comércio do seu principal item, o fumo não manufaturado (total de US$ 356,16 milhões; +71,1%), assim como o segmento de produtos florestais, que teve alta nas vendas da celulose (total de US$ 255,73 milhões; +8%).
Para o setor de cereais, farinhas e preparações, o alto crescimento percentual é explicado pelo aumento nas vendas do milho (total de US$ 113,90 milhões; +1.793,7%) e também pelo trigo, que não teve embarques no segundo trimestre de 2021 e em 2022 registrou exportações de US$ 98,63 milhões.
Entre os principais destinos dos produtos do agronegócio do Rio Grande do Sul, a China se manteve em primeiro lugar do ranking, responsável por 22,7% das compras. Apesar da liderança, o país asiático registrou queda de 71,7% no comércio com o Estado (menos US$ 2 bilhões), puxado pela redução nas vendas de soja em grão. Em seguida na lista de destinos estão União Europeia (15,3%), Estados Unidos (6,2%), Índia (4,7%) e Irã (4%).
Primeiro semestre de 2022
No acumulado dos seis primeiros meses de 2022, os US$ 7 bilhões exportados pelo agronegócio gaúcho representaram 68,7% das exportações totais do Rio Grande do Sul. O complexo soja (total de US$ 1,9 bilhão; -41,5%), carnes (US$ 1,3 bilhão; +13,4%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 1,1 bilhão; +209,9%) tiveram as principais contribuições nas vendas do período, seguidos do fumo e seus produtos (US$ 881,5 milhões; +46,9%) e produtos florestais (US$ 766,9 milhões; +26,4%).
Quanto a produtos específicos da pauta de exportações, a soja em grão (menos US$ 1,9 bilhão; -74,8%) perdeu espaço em valor no período, enquanto o trigo (mais US$ 606,9 milhões; +495,1%), farelo de soja (mais US$ 282,31 milhões; +50,8%), fumo não manufaturado (mais US$ 280,84 milhões; +52,3%), óleo de soja (mais US$ 267,98 milhões; +196,5%), carne de frango (mais US$ 181,72 milhões; +32,5%) e celulose (US$ 112,90 milhões; +29%) estão entre os principais avanços dos seis primeiros meses de 2022.
Em relação aos destinos das exportações no primeiro semestre, a China segue no topo, representando 20,4% do total, apesar da queda de 56,8% das vendas no período. Nos seis primeiros meses de 2021 os chineses foram responsáveis por 48,4% das compras gaúchas do agronegócio. Em segundo lugar na lista está a União Europeia, com 17,4% de participação em 2022 contra 11,4% de 2021, Estados Unidos (5,4%), Índia (4,3%) e Arábia Saudita (4,2%).
Emprego formal no agronegócio
O segundo trimestre de 2022 registrou saldo negativo de 7.207 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul. O resultado é esperado para o período em função da sazonalidade da produção agrícola, que gera um movimento de desmobilização da mão de obra a partir de abril. No mesmo período de 2021 a baixa foi de 6.506 empregos.
Nos três primeiros meses do ano o saldo foi mais negativo na comparação com o ano anterior em função do desempenho dos setores de fabricação de produtos do fumo, das lavouras temporárias e de fabricação de máquinas agrícolas.
Entre os três segmentos que constituem o agronegócio, “antes”, “dentro” e “depois” da porteira, apenas o antes, formado por atividades de fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos, registrou saldo positivo (1.320 postos) no segundo trimestre. O segmento dentro, constituído pelas atividades agropecuárias, liderou a perda de postos (menos 5.152 empregos), seguido do depois, com predomínio das atividades agroindustriais, que registrou perda de 3.375 postos de trabalho.
O setor de abate e fabricação de produtos de carne, principal empregador do agronegócio no Estado, fechou o segundo trimestre de 2022 com um contingente de 66.462 empregos com carteira assinada, ante os 67.289 postos do mesmo período de 2021.
No acumulado do primeiro semestre, o saldo da criação de postos de trabalho com carteira assinada foi positivo em 13.931 vagas no período, abaixo dos 19.967 dos seis primeiros meses do ano passado. Na comparação com o conjunto da economia gaúcha, que até junho contou com saldo de empregos de 74.480 postos, o agronegócio representou 19% do saldo total de empregos formais gerados.
Em junho de 2022, o estoque de empregos (vínculos ativos) com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul era de 364.748 vínculos. No encerramento do semestre, o salário médio real das admissões no agronegócio gaúcho era de R$ 1.713,64, valor 2% inferior ao registrado em 2021 e 3,7% abaixo da média do total das admissões no Rio Grande do Sul.
Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Secom
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