Um novo estudo mais específico sobre os pontos de energia renovável a serem explorados no território gaúcho foi lançado, nesta terça-feira (11), pela Secretaria de Minas e Energia, no Palácio Piratini. Chamado Atlas Solar do Rio Grande do Sul, o documento indica a potencialidade de aproveitamento de energia solar no estado, considerado vice-líder nacional em potência fotovoltaica instalada. Entre as informações mais importantes do mapeamento, está a capacidade de incrementar o desenvolvimento econômico e humano através da atração de novos investimentos.
A rádio Difusora conversou recentemente com o presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica da RGE, Claiton Gaieski Pires, que participou de um encontro na sede da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, para tratar da Legislação Vigente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre Geração Distribuída e sistemas fotovoltaicos.
Segundo Pires, a sociedade precisa conhecer e viabilizar projetos para a geração de energia através de consórcios ou iniciativas próprias. “É necessário estimular as entidades e os municípios a buscarem esse tipo de geração formando consórcios ou com iniciativas individuais. A ideia é que esse conhecimento seja cada vez mais ampliado e a nossa sociedade comece conhecer e se aprofundar para viabilizar os projetos. O poder público pode se consorciar com a iniciativa privada e criar métodos de geração de energia. É uma oportunidade que está aí”, disse.
Desde 17 de abril de 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e inclusive fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade. Trata-se da micro e da minigeração distribuídas de energia elétrica, inovações que podem aliar economia financeira, consciência socioambiental e autossustentabilidade.
Questionado pela reportagem da Rádio Difusora sobre os significativos aumentos na conta de energia elétrica em 2018, Pires disse que as tarifas brasileiras e os custos de energia são muito elevados. Por esse motivo, num primeiro aspecto, os consumidores, através de suas entidades representativas, devem acompanhar os processos de regulação de preços das companhias. O segundo ponto é economizar energia.
” O consumidor sofre no bolso as decisões que o setor elétrico nacional toma. O fato é que as tarifas brasileiras são muito altas, o custo de energia é muito alto, então o que a gente recomenda é que o consumidor converse com a sua entidade representativa, seja um sindicato ou uma associação comercial, e provocar que essa entidade acompanhe o processo de regulação, pois é muito difícil pro consumidor individual analisar a formação de uma política energética nacional, esse é o primeiro aspecto. O segundo é economizar, não tem outro jeito. Tem que pensar racionalmente, buscar equipamentos que consumam menos energia, se organizar para que o consumo não seja excessivo ou até mesmo pensar numa auto geração, se ele tiver capital ou condições de fazer isso, é um caminho interessante, mas sempre analisando caso a caso”, explica.
Bem como o Atlas Eólico e o da Biomassa, lançados em 2014 e 2016, respectivamente, o mapeamento é um importante instrumento para a elaboração de políticas públicas. O estudo foi realizado através de dados de modelo numérico atmosférico específico para mapeamento solar, validados pelas informações obtidas de 33 estações terrestres automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em solo gaúcho.
Entre os apontamentos, o Atlas Solar mostra que com a utilização de apenas 2,1% da área não urbana do estado, considerada apta para instalação de projetos fotovoltaicos, é possível instalar uma potência de 23GW de energia fotovoltaica e produzir, anualmente, cerca de 34TWh de eletricidade. O número é equivalente à média do consumo gaúcho de energia elétrica registrada nos últimos sete anos, incluindo as perdas do sistema.
(Fonte: Airton Ferreira/Central de Jornalismo da Rádio Difusora)
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