Estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEE) aponta que 86,3% da população do Rio Grande do Sul residia em domicílios com acesso à água tratada, percentual acima da média nacional (82,7%) e que coloca o Estado na sétima posição no ranking do país, conforme dados de 2020. Dos 497 municípios do RS, 210 (42,3% do total) possuíam mais de 95% da população com acesso a esse serviço, enquanto 114 municípios tinham menos da metade da população com acesso aos sistemas de abastecimento de água potável.
Os dados relativos à água e saneamento no Estado estão presentes no estudo “A situação do Rio Grande do Sul no cumprimento das metas do ODS 6”, produzido pelo departamento, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgado nesta quinta-feira (29/12). O trabalho dá sequência às pesquisas do departamento destinadas a monitorar a situação do Estado em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre os 17 objetivos, o ODS 6 trata sobre “garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos”. A partir do objetivo, metas foram estabelecidas pela ONU para analisar o acesso da população à água potável de qualidade e de fontes seguras e ao esgotamento sanitário. No material do DEE, quatros dessas metas foram avaliadas.
O material relativo a 2020 foi elaborado pela pesquisadora do DEE/SPGG Mariana Lisboa Pessoa e tem como principais fontes os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do Painel Saneamento Brasil. Ao contrário do estudo relativo a 2019, o documento deste ano não contou com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), uma vez que não houve atualização desta base de informações. “Esta diferença nas fontes não nos permite comparar diretamente os estudos produzidos em 2022 e 2021”, ressalta Mariana.
Saneamento
Em relação ao saneamento, 33,5% da população do Rio Grande do Sul contava com acesso ao serviço de coleta de esgoto sanitário em 2020, percentual abaixo do registrado no país, de 55%. Quando considerada apenas a população das áreas urbanas, o percentual do RS sobe para 38,6%, enquanto no Brasil chega a 63,2% das pessoas. No RS, 29 municípios (5,8% do total), contavam com mais da metade da população morando em domicílios com acesso à coleta de esgoto, enquanto 376 municípios (75,7% do total) não possuíam acesso ou não disponibilizaram dados sobre a abrangência desse serviço.
“A falta de acesso a serviços de saneamento está diretamente associada à incidência de uma série de doenças, como as diarreias, que são especialmente perigosas para crianças e idosos”, aponta a pesquisadora.
No ano analisado no material, o primeiro da pandemia da covid-19, período em que houve restrições do acesso aos serviços de saúde, o Estado registrou 4.814 internações por doenças associadas à falta de saneamento, queda de 40,8% em relação a 2019, quando foram contabilizadas 8.129 internações. Em 2018, foram 7.923 internações por doenças associadas à falta de saneamento.
Entre as pessoas mais afetadas pelas doenças, as mulheres representaram 50,8% do total das internações, percentual similar à sua participação na população do Estado (51,8%). Em relação à faixa etária, crianças de até 14 anos responderam por 33,6% das internações, sendo a faixa etária de zero a quatro anos responsável por 22,2% do total. Na outra ponta, pessoas acima de 60 anos somaram 32,1% do total de internados por esta causa.
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Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Secom
(KPJ)
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