Os medicamentos anestésicos que o Ministério da Saúde comprou do governo uruguaio para abastecer os hospitais gaúchos chegaram ao Estado nesta sexta-feira (17/7). Os produtos são utilizados para sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular em cirurgias e também na intubação de pacientes com casos graves de Covid-19 internados em unidades de tratamento intensivo (UTI). A carga contém 20.080 unidades de Propofol 10 mg (20 ml), 17.787 de Propofol 1% (20 ml), mil de Propofol 1% ( 50 ml) e 4 mil de Priaxim.
A negociação surgiu e foi facilitada pela relação binacional criada com a assinatura do acordo sanitário entre o Brasil e o Uruguai, em 26 de junho, com intermediação do governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), para enfrentamento ao coronavírus.
A carga foi carregada em caminhões do Exército e escoltada até Porto Alegre, depois de ser recebida no Porto Seco de Jaguarão, na fronteira como Uruguai. A chegada a Porto Alegre está prevista para a madrugada de sábado (18/7). Parte desses medicamentos está destinada para Florianópolis (SC).
Os itens foram adquiridos pelo Ministério da Saúde, e a SES definirá os critérios de distribuição, conforme as necessidades dos hospitais. “Mesmo que a aquisição de medicamentos seja de responsabilidade dos hospitais, durante a pandemia do coronavírus, essa compra internacional de emergência foi muito necessária”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
No início de julho, quando foi constatado o risco de escassez e a falta de medicamentos para utilização nas UTIs das redes hospitalares do Rio Grande do Sul e do país, diante da dificuldade de aquisição, os hospitais gaúchos informaram o governo do Estado sobre o risco de desabastecimento. A secretária Arita começou a fazer contatos com o Ministério da Saúde, com parlamentares estaduais e federais e com diversas entidades, no sentido de buscar alternativas para a normalização da situação.
Além da compra dos medicamentos no Uruguai, o Estado aguarda o envio de um carregamento disponibilizado pelo próprio Ministério da Saúde, ainda sem previsão de entrega. Também foi criada uma parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e com o Conselho de Secretarias Municipais da Saúde (Cosems) para doação de itens liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que podem ser usados tanto em animais quanto em humanos.
A SES conta, ainda, com o apoio do Conselho de Secretários Estaduais da Saúde (Conasems) e Conselho Regional de Farmácia, entre outras instituições, para a resolução deste problema. Outra iniciativa foi orientar os hospitais a seguirem uma conduta de racionalização do uso dos estoques disponíveis e suspenderem cirurgias e procedimentos eletivos que utilizem os medicamentos do chamado kit intubação para sedação dos pacientes
Durante videoconferência promovida pela Câmara de Deputados no dia 13 de julho, com a presença do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, a secretária Arita frisou: “Nossa maior preocupação neste momento é resolver o desabastecimento de remédios necessários à intubação dos pacientes mais graves da Covid-19”. Ela lembrou que “a rede assistencial do Estado foi toda estruturada desde o início da pandemia para que os gaúchos tenham todo o cuidado necessário para enfrentar e se recuperar da doença, mas não conseguiremos vencer o coronavírus sem esses medicamentos”, completou.
Texto: Ascom SES
Edição: Secom
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