Na data em que se celebra o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, o governo do Estado, por meio das secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, de Inovação, Ciência e Tecnologia e de Relações Federativas e Internacionais, lançou, nesta segunda-feira (21/9), via transmissão ao vivo, o projeto Rompendo Barreiras no Rio Grande do Sul.
Idealizado pela professora Ana Beatriz Goldstein, o projeto propõe uma dinâmica de interação entre jovens que têm deficiência físico motora, mas nenhuma deficiência cognitiva, oportunizando o desenvolvimento de potencialidades e habilidades individuais. Aliadas às tecnologias assistivas, as metodologias tecnológicas inovadoras promovem inclusão, rompendo as barreiras limitantes ao desenvolvimento pessoal e profissional dessas pessoas. Dessa forma, é possível estimular e facilitar o ingresso delas no mercado de trabalho e na cadeia produtiva.
“O dia de hoje é dedicado à luta da pessoa com deficiência, mas é uma luta de todos nós, uma luta da humanidade por uma noção de direitos que devem ser concedidos integralmente a todas as pessoas. Quando falamos em um projeto que busca romper barreiras, não é apenas a barreira limitadora de quem tem a deficiência, é a barreira que se impõe na nossa sociedade, nas pessoas, no preconceito, no entendimento equivocado de qual é a capacidade dessas pessoas”, reforçou o governador Eduardo Leite.
A proposta prioriza a formação técnica e profissional. Trabalhar limitações individuais, potencializar habilidades, compartilhar o conhecimento, profissionalizar, ampliar possibilidades, gerar oportunidades e eliminar barreiras que limitem os beneficiados pelo projeto de participar do processo produtivo são alguns dos objetivos da iniciativa.
“Pensar em políticas públicas intersetoriais e transversais é a nossa prioridade, e esse projeto vem ao encontro de nossa meta. Nesse sentido, para garantir a inclusão social, precisamos destacar ações que utilizem as tecnologias assistivas como ferramentas para o trabalho, estudo e lazer das pessoas com deficiência, de modo que possam favorecer sua autonomia, independência e qualidade de vida”, destacou o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Hauschild.
A videoconferência de lançamento do Rompendo Barreiras contou com a participação de Igor Makita, 15 anos, portador de tetraplegia, que destacou a importância do projeto para dar visibilidade e oportunidade às pessoas com dificuldades motoras.
“Tirando o D de deficiência, temos a palavra eficiência. Capacidade esta que pode ser desenvolvida em todas as pessoas. Estamos no século do conhecimento, e a tecnologia, a computação e a inteligência artificial são ferramentas para projetar a capacidade cognitiva de todos nós”, afirmou o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luis Lamb, lembrando que tecnologias assistivas são de extrema importância para o desenvolvimento dos países.
A metodologia que será utilizada é desenvolvida por meio de tecnologias educacionais inovadoras, como a robótica educacional e a cultura maker, no formato de startup, para o desenvolvimento da parte teórica e prática do curso.
“Uma das grandes façanhas do governo Eduardo Leite, na inclusão social, foi levar para o Estado o projeto Rompendo Barreiras, criado em Brasília e destinado à profissionalização “, destacou a secretária de Relações Federativas e Internacionais, Ana Amélia Lemos.
Embora o Rio Grande do Sul seja um Estado com dificuldades financeiras, Leite garantiu que o governo não medirá esforços para viabilizar o projeto. “Precisamos alocar muito bem nossos recursos, que não são muitos, por isso assumo o compromisso de destinar o que for necessário para dar maior autonomia e qualificação profissional a jovens com tetraplegia e paraplegia, que eventualmente não tenham oportunidade para colocar seus conhecimentos e aptidões em prática, de forma a produzir renda”, destacou.
O projeto contará com o apoio de parceiros – universidades, parceiros voluntários e fundações vinculadas à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). Nesta segunda-feira, foi entregue um laboratório com dez computadores e uma impressora 3D para viabilização das atividades iniciais.
O público-alvo do curso são jovens com grande potencial intelectual que estão excluídos da cadeia produtiva. Em especial, pessoas com tetraplegias e paraplegias atendidas pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PcD e PcAH no Rio Grande do Sul (Faders) e pela Fundação de Proteção Especial (FPE) e por gestores da SJCDH.
O lançamento do projeto, feito por meio de videoconferência, contou com a participação do assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Eduardo Villas Bôas, da deputada federal Paula Belmonte, do velejador olímpico Lars Grael e da idealizadora do projeto, Ana Beatriz Goldstein.
Sobre o Rompendo Barreiras
A iniciativa, que fomenta o acesso de portadores de necessidades especiais a laboratórios de tecnologia e robótica, foi idealizada pela professora Ana Beatriz Goldstein e inspirada no general Villas Bôas, portador da esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença rara que atinge o sistema nervoso e enfraquece os músculos, mas preserva as funções intelectuais.
O general inaugurou, em novembro do ano passado, o instituto General Villas Bôas que, entre outras áreas, atua na tecnologia assistiva. Com o uso de equipamentos hands free (voltado para pessoas com deficiências físicas) e com o apoio do Instituto Federal de Brasília, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Informação (IBICT) e do senador Izalci Lucas, o Rompendo Barreiras tem proporcionado a jovens paratletas o acesso ao aprendizado tecnológico.
Texto: Suzy Scarton
Edição: Vitor Necchi/Secom
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