Estado investe na formação de engenheiros para a reconstrução de regiões atingidas pelas enchentes

O governo do Estado está investindo nas carreiras portadoras de futuro, especialmente as engenharias, como estratégia de reconstrução após as enchentes de 2024. A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) está à frente dessa iniciativa com os programas RS Talentos e Semicondutores RS, que integram o Caderno de Projetos Estruturantes do Plano Rio Grande.

Focados em áreas estratégicas para o desenvolvimento do Estado, esses programas destinam recursos para a formação de profissionais qualificados, atraindo jovens de todo o país interessados nas carreiras tecnológicas e nas oportunidades de crescimento profissional.

“O governador Eduardo Leite tem nos incentivado a olhar para as pessoas, para os talentos que possam contribuir para a reconstrução do nosso Estado. Os programas RS Talentos e Semicondutores RS estão alinhados a essa estratégia, com um investimento total que já chega à casa de R$ 40 milhões e com foco na área das engenharias. Buscamos jovens que estejam preparados para uma sinergia com o setor produtivo gaúcho, para assim pensarmos na recuperação do Estado”, ressaltou a titular da Sict, Simone Stülp.

O RS Talentos oferecerá até 400 bolsas de estudos em universidades públicas e privadas localizadas nos ecossistemas regionais de inovação diretamente afetados pelo desastre climático de maio do ano passado – Região Metropolitana e Litoral Norte, Região dos Vales, Região Sul, Região Serra Gaúcha e Região Central.

Na quarta-feira (30/4), a Sict lançou o edital do Programa RS Talentos – Resiliência Climática e Ativação Econômica, com até 200 bolsas em Instituições Comunitárias de Ensino Superior (Ices), cuja duração será de 18 meses. O prazo para envio de propostas por parte das instituições é até 2 de junho de 2025.

As bolsas serão distribuídas entre os seguintes cursos: Ciência da Computação ou de Dados; Engenharia de Computação ou de Software; Engenharia de Controle e Automação; Engenharia Elétrica ou Eletrônica; Engenharia Mecânica; e Engenharia Química. Consistirão em R$ 2 mil para taxa acadêmica, pagos à universidade, e R$ 2 mil para bolsa de estímulo à inovação, pagos ao aluno.

Além disso, a Sict anunciará, em breve, até 200 bolsas de estudos para engenharias em universidades públicas nas regiões atingidas pelas enchentes. O valor compreenderá R$ 2 mil da bolsa de estímulo à inovação por 18 meses, pagos ao aluno, já que não há taxa acadêmica.

O investimento total da estratégia, com as 400 bolsas, será de R$ 21,6 milhões, com recursos oriundos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), que é voltado para o enfrentamento das consequências sociais, econômicas e ambientais do desastre climático.

Semicondutores RS

Outro projeto estruturante do Plano Rio Grande é o Semicondutores RS, programa da Sict lançado em 2023 e que tem investido na formação de talentos por meio de cursos de especialização custeados pelo Estado, também com foco nas engenharias.

O programa possui três pilares principais: ações de pesquisa e desenvolvimento para produção de conhecimento, formação de talentos e interlocução com o setor produtivo. Já foram lançados dois editais – Techfuturo Semicondutores, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), e Inova Semicondutores, via Sict – que totalizaram um aporte de R$ 17 milhões.

Esse investimento viabilizou, por exemplo, a realização do curso de Projetistas de Circuitos Integrados – Sistemas de Sinais Mistos na Universidade Federal do Pampa (Unipampa) – campus Alegrete. Ao todo, 20 alunos de diferentes estados receberam uma bolsa mensal de R$ 4 mil durante seis meses e se formaram em março deste ano.

A formação para o setor inclui, ainda, o curso de Encapsulamento de Semicondutores, que será realizado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo. Serão seis meses de especialização, a ser iniciada em junho, e 30 alunos serão beneficiados com bolsas no valor de R$ 5 mil mensais. Para esta iniciativa, o investimento por parte da Sict é de cerca de R$ 2 milhões.

Outro destaque foi a missão internacional conjunta entre Sict e Invest RS, realizada no final de fevereiro, para conhecer o ecossistema de inovação em semicondutores da Malásia. Já no início de abril, houve a instalação do Fórum Permanente do Programa Semicondutores RS, que conta com representantes do Estado, da indústria e da academia, tendo como missão discutir políticas públicas na área.

O programa também entregou o Roadmap Tecnológico para o setor de semicondutores, desenvolvido em parceria com o Gartner. O relatório, produzido a partir de entrevistas, questionários e workshops, aponta caminhos a serem seguidos para o avanço dessa cadeia produtiva no Rio Grande do Sul.

Texto: João Felipe Brum/Ascom Sict
Edição: Camila Cargnelutti/Secom

error: Conteúdo Protegido