Espumante de Garibaldi pode se tornar patrimônio histórico e cultural

APEG inicia articulação junto ao poder público para reconhecimento formal da bebida que moldou a identidade e o desenvolvimento da cidade que carrega o título de Capital Brasileira do Espumante

Poucos lugares no mundo têm uma relação tão íntima com uma bebida quanto Garibaldi tem com o espumante. Mais do que um símbolo local, o espumante é parte da alma da cidade: moldou paisagens, inspirou tradições, impulsionou a economia e transformou a própria trajetória do município. Mais relevante que o produto em si, é o saber fazer transmitido entre gerações — desde o cultivo da uva até a arte da elaboração — que consolida Garibaldi como berço do espumante brasileiro. E agora, esse legado pode ganhar um novo e importante reconhecimento.

A Associação de Produtores de Espumantes de Garibaldi (APEG) deu início a um trabalho articulado junto à Prefeitura de Garibaldi para que o espumante elaborado na cidade seja oficialmente reconhecido como patrimônio histórico e cultural. A proposta tem o apoio do prefeito Sérgio Chesini, e já conta com o compromisso firmado pelo deputado estadual Guilherme Pasin. O primeiro encontro para tratar do tema ocorreu nesta segunda-feira, 28 de julho, no Gabinete do Chefe do Executivo, marcando o início de uma mobilização que busca dar visibilidade e reconhecimento oficial à bebida que molda — há mais de cem anos — a identidade e o modo de vida do município.

O movimento está fundamentado no valor imaterial e simbólico do espumante, que há mais de um século é protagonista do desenvolvimento econômico e da formação identitária de Garibaldi. Foi na cidade, em 1913, que nasceu o primeiro espumante brasileiro pelo método tradicional, elaborado pela Vinícola Peterlongo — um marco histórico que consagra Garibaldi como o berço do espumante no país. Anos depois, na década de 1940, outro feito pioneiro: a Georges Aubert lançou o primeiro espumante brasileiro elaborado pelo método Charmat. Já nas décadas de 1960 e 1970, Garibaldi passou a atrair investimentos expressivos de multinacionais do setor, consolidando ainda mais sua vocação. A italiana Martini & Rossi, que mais tarde passou a se chamar Bacardi Martini no Brasil, foi responsável por lançar o primeiro espumante moscatel do país. Em 1973, chegou a francesa Chandon, que se tornou a primeira vinícola no Brasil dedicada exclusivamente à produção de espumantes, ampliando a expertise internacional na cidade. Em 1977, foi a vez da Maison Forestier, também da França, combinar tradição europeia com inovação local. Esses marcos demonstram o protagonismo de Garibaldi na história da bebida no Brasil, reforçando a legitimidade do pleito pelo reconhecimento cultural. Enfim, uma história documentada pelo saber fazer

“É impossível contar a história de Garibaldi sem falar do espumante. Ele está presente nas festas, nas memórias, no trabalho de gerações e no orgulho de uma comunidade, até na arquitetura. Por isso, dar a ele esse reconhecimento é uma forma de preservar e valorizar um patrimônio que vai além da taça. Nosso primeiro passo é Garibaldi, mas a nossa caminhada vai além, com goles de celebração”, destaca o presidente da APEG, enólogo Ricardo Morari.

A iniciativa reforça o papel da APEG como entidade que nasce para fortalecer o setor, promover a excelência do espumante de Garibaldi e atuar, com legitimidade, em sua valorização. Ao liderar o movimento pelo reconhecimento do espumante como patrimônio histórico e cultural, a associação amplia seu compromisso com a preservação de um legado que transformou Garibaldi na Capital Brasileira do Espumante.

Fundada por dez vinícolas locais, a APEG representa uma nova fase que chega para reforçar a importância do espumante no Brasil, assumindo o papel de guardiões de uma herança construída com trabalho, inovação e paixão.

Diretoria da APEG Gestão 2025-2027

Presidente: Ricardo Morari

Vice-presidente: Guilherme Pedrucci

1ª Secretária: Talita Nicolini Verzeletti

2º Secretário: Márcio Dallé

1º Tesoureiro: Adalberto Bortolini

2º Tesoureiro: Jones Valduga

Conselho Fiscal: Ricardo Ambrosi, William Sartori Vaccaro e Marcos Carlesso

Vinícolas fundadoras

Casa Pedrucci

Chandon

Cooperativa Vinícola Garibaldi

Courmayeur Domaine

Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo

Ponto Nero

Vinícola Carlesso

Vinícola Foppa & Ambrosi

Vinícola São Luiz

Vinícola Vaccaro

Fonte e foto: Conceitocom Brasil

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