Montagem costura os contos de Bertold Bretch com as ditaduras da contemporaneidade e da condição feminina
Nessa sexta-feira (06) e sábado (07), a Fundação Casa das Artes, em Bento, recebe a estreia do espetáculo teatral “Agravo”. A montagem é baseada na obra do escritor alemão Bertold Brecth “Contos de terror e miséria do III Reich” e traz para a cena nove atrizes que vão trazer uma leitura sobre as ditaduras impostas pela contemporaneidade e da condição feminina.
“Atrevo” é o resultado das oficinas realizadas pela professora e diretora Thais Pegoraro. Do segundo semestre do ano passado para cá, as alunas, com faixa etária entre 18 e 40 anos, tiveram aula de teatro, abordando diversos elementos técnicos teatrais, para a preparação do grupo para a cena. Para além das oficinas de teatro, as alunas tiveram uma oficina de voz, com Ana Luiza Vier, e uma oficina de Dança Circular, com Jhuly Ketlyn. Durante o processo, prevaleceu a metodologia que tem como gatilho de composição a fisicalidade, a biomecânica, aa emoção ligada ao movimento, refletindo, da mesma forma, a formação teatral de Thais.
“É um diálogo entre a minha metodologia com a ocupação, dessas performances, pelo físico. Assim, trabalhamos a coletividade, a dicção, o gestual, para que se construa essa ponte com o público. E Brecht traz essa concepção de que o teatro se comunica diretamente com o público”, ressalta Thais.
Já a matéria dos contos traz histórias de pessoas que viveram sob o signo do Nazismo, de pessoas que fugiram da opressão do Reich e precisaram se exiliar e outras viveram nos campos de concentração. Para a peça, Thais, em diálogo com as atrizes, se permitiram a tecer uma crítica às ditaduras do Século XXI: a social, da beleza, da tecnologia. As mulheres trouxeram as suas próprias vivências.
“A mensagem dos contos: quais as ditaduras que se permite viver hoje, se permite sofrer. Enquanto mulher, principalmente. Um discurso que se vive veladamente. Tem momentos no espetáculo que as mulheres são homens, para trazer esse lugar, questionando-as: ‘como assim vocês estão aqui pedindo direitos?’. De falar de algo difícil, abordando de forma política, mas não agressiva, leve. ”, destaca a diretora.
“Atrevo” é resultado do projeto “Oficina Montagem – Contos de Miséria” patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves. Para Thais, a possibilidade da montagem foi possível pela municipalidade dispor de recursos para acessibilizar pessoas que nunca tiveram contato com a arte.
“Esse projeto não aconteceria se eu tivesse que fazer sozinha para disponibilizar de forma gratuita para os alunos. Graças por termos o Fundo Municipal de Cultura, pois esse projeto pode acontecer. São mulheres que a maioria não faria aula de teatro. Elas não sabiam nem que gostavam. E hoje estão apaixonadas pelo que estão fazendo e estão arrasando em cena”.
Para o Secretário de Cultura Evandro Soares, o projeto transcende os objetivos das pessoas serem o lugar onde as artes vivem.
“Agravo é um projeto que criou espaços para as pessoas, muitas delas que nunca tinham pisado em um palco, possam se experimentar e perceber que a arte existem nelas. É um processo dialógico, pleno de significados, pois o Fundo tem essa missão de proporcionar formas de ser das artes, de seus usos e de suas visibilidades”.
Serviço
Espetáculo: ATREVO
Quando: sexta-feira, em dois horários: 15h e 20h
Sábado: 19h
Ingressos podem ser adquiridos gratuitamente pelo Sympla
Onde: Fundação Casa das Artes – Rua Herny hugo Dreher, 127, bairro Planalto
Ficha técnica
Direção: Thais Pegoraro
Elenco: Catia Moro de Siqueira, Renata Zanchettin, Andréa da Silveira, Sinara Elisa Migot, Thaís Alessi Macedo, Marciane Pierozan Roman, Emanuelly Bonete, Carina Follmann, Jhuly Ketlyn Rodrigues Zilioto.
Luz e som: MC Produções Culturais
Foto e vídeo: Bruno Marconi
Texto/roteiro: o grupo
Cenário: Thaís Pegoraro
Figurino: Rosalete Ana dos Passos
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura
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