Energia economizada com horário de verão poderia abastecer mais de 5,7 mil clientes

A RGE fez um balanço do horário de verão, que termina à zero hora do próximo domingo, 19 de fevereiro, quando os relógios devem ser atrasados em uma hora. Segundo dados da distribuidora do Grupo CPFL Energia, que atende 255 cidades no interior do Rio Grande do Sul, durante os 126 dias de duração do horário especial, estimou-se uma redução da ordem de 0,36% no consumo de energia elétrica.

Essa economia alcançou 13.905,03 MWh, volume suficiente para atender uma cidade do porte de Caxias do Sul por quatro dias ou de Passo Fundo por nove dias. Com o mesmo volume de energia elétrica, seria possível abastecer 5.794 clientes residenciais, com consumo médio de 200 kWh, durante um ano. Há expectativa de que a demanda de energia no horário de pico apresente redução de 5,02%.

Segundo Thiago Freire Guth, diretor de Distribuição de Energia do Grupo CPFL, os principais objetivos da medida são melhorar o aproveitamento da luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica, diminuindo a demanda no horário de pico, das 18h às 21h. “Na média, as pessoas começam a chegar em suas casas às seis da tarde, sendo que uma das primeiras ações é acender a luz. Na mesma hora, entram em operação a iluminação pública e os luminosos comerciais, por exemplo”, explica. “No período do horário de verão, as cargas das residências e de iluminação pública passam a operar após as 19h, quando o consumo industrial começa a cair”, acrescenta.

Para o executivo, ao se deslocar o horário oficial em uma hora, o que se espera é a diluição, por um período maior, do momento de entrada em funcionamento dos equipamentos domésticos e industriais, e de iluminação pública. Dessa forma, o ganho, além da economia, está em afastar os riscos de sobrecarga no sistema elétrico, no momento em que o sistema é mais demandado.

Dicas conscientes

Mesmo com o fim do horário de verão, a RGE incentiva que seus clientes continuem praticando o consumo inteligente de energia no dia-a-dia. Para que isso seja possível, a empresa lista uma série de dicas para reduzir o consumo, sem comprometer o conforto:

 Nos dias quentes, colocar o chuveiro na posição “verão” (o consumo será cerca de 30% menor). Em algumas cidades, é possível até desligar o chuveiro;

 Limpar periodicamente os orifícios de saída de água do chuveiro;

 Tomar banhos mais rápidos e desligar a torneira ao se ensaboar;

 Nunca reaproveitar uma resistência queimada. Isso provoca o aumento do consumo e coloca em risco a segurança do usuário;

 Uma boa opção também são os aquecedores solares para água, que cada vez mais possuem preços atrativos e demandam baixa manutenção;

 Instalar a geladeira em local bem ventilado, desencostada de paredes ou móveis, longe de raios solares e fontes de calor, como fogões e estufas;

 Nunca utilizar a parte traseira da geladeira para secar panos, roupas ou tênis;

 Nunca colocar alimentos quentes na geladeira;

 Não forrar as prateleiras da geladeira (a falta de ar circulando entre as prateleiras exige mais consumo de eletricidade);

 Não deixar a porta da geladeira aberta por muito tempo e não se esquecer de manter as borrachas de vedação da porta em bom estado. Um bom teste é colocar uma folha de papel, fechar a porta da geladeira e tentar retirá-la. Se a folha sair muito fácil, pode ser que a borracha já esteja precisando de manutenção;

 Apagar a luz ao sair de um ambiente;

 Não dormir com a televisão ligada;

 Não usar benjamins (item que serve para ligar vários aparelhos a uma só tomada e que a sobrecarrega);

 Acumular roupas para lavar e também para passar. O tempo para aquecer o ferro representa um consumo bem alto. É melhor que isso seja feito menos vezes;

 O ferro elétrico tem regulagem de temperatura. Procure separar as roupas por temperatura que serão passadas, assim pode tornar o uso mais econômico;

 Limpe o filtro da máquina de lavar, com frequência;

 A substituição das lâmpadas incandescentes e fluorescentes para tecnologia LED é importante também quando pensamos no aquecimento do ambiente, sendo que a incandescente aquece muito, e a LED é fria. Não aumentando o aquecimento do ambiente, é possível utilizar menos o ar condicionado e ventilador. Se para iluminar uma cozinha utiliza-se uma lâmpada incandescente de 100 Watts, a substituição por uma modelo a LED pode trazer uma economia de até 80%;

 Sempre manter os ambientes bem arejados. Abrir cortinas e janelas ajuda na ventilação e reduz a necessidade de ar condicionado e ventiladores, além de manter o ar sempre renovado;

 Quando o uso do ar condicionado for inevitável, o ideal é utilizá-lo da melhor maneira possível, evitando a conexão por longos períodos. Na função “timer”, deixar durante a noite por volta dos 23º, que mantém o ar numa temperatura agradável e não provoca esforço demasiado nos equipamentos;

 Os equipamentos de ar condicionado também possuem selo PROCEL, e é interessante que isto seja observado na compra, sempre buscando aparelhos com selo A;

 Manter os filtros do ar limpos também é uma ótima iniciativa de economia, pois assim o motor não se esforçará mais que o ideal.
Histórico no Brasil

A edição 2016/2017 do horário de verão teve início em 16 de outubro. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o horário de verão tem como objetivo principal a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta, ou seja, quando mais pessoas, empresas e indústrias estão utilizando a energia elétrica. Isso é possível porque a parcela de carga de iluminação passa a ser acionada mais tarde do que normalmente seria, motivada pelo adiantamento do horário.

A medida foi adotada pela primeira vez no Brasil em 1931, mas de forma consecutiva, acontece há 28 anos. Os estados que adotam a medida são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Em 8 de dezembro de 2008, foi assinado pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva o decreto de número 6.558, que estabelece os padrões para as futuras horas de verão em parte do território nacional.

Fonte: RGE

 

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