ENAJOS encerra edição recorde sob liderança de Roberta Barreto

Presidente encerra gestão destacando fortalecimento dos jovens supermercadistas

O encerramento da maior edição do Encontro Nacional de Jovens Supermercadistas, que iniciou dia 15 de agosto e seguiu durante a programação da Expoagas 2025, marcou, também, a despedida da presidente da AGAS Jovem, Roberta Barreto. O III Enajos teve a participação de 140 profissionais, vindos de oito estados brasileiros, além do RS, consolidando-se como principal encontro de jovens supermercadistas em nível nacional.

Sob a gestão de Roberta, a Agas Jovem avançou em representatividade, passando de 220 para mais de 380 membros. “Criamos projetos inovadores como o Politizar e o MBA focado no varejo supermercadista. Trouxemos supermercadistas para o protagonismo por meio do primeiro fórum de marketing, feito 100% por supermercadistas para supermercadistas”, assinalou. Roberta lembrou, ainda, a primeira viagem do grupo à Europa, com visitas às feiras Euroshop e Cial, além da participação na NRF, maior feira mundial do varejo, nos Estados Unidos. Internamente ocorreram missões no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outros estados para visitar indústrias e feiras regionais.

Em eventos no Espírito Santo e Rio de Janeiro, a presidente foi palestrante representando a Agas. Recordou a participação na campanha Ajuda Sul. “Capacitamos pessoas através de cursos e palestras pós-NRF, pós-Cial, pós-Euroshop. O foco sempre foi compartilhar o que aprendíamos e vivíamos mundo afora. Vivemos o associativismo de uma maneira intensa e real”, afirmou a presidente, que encerra seu mandato no final de agosto.

Cliente deve ser o centro das atenções

O último dia do III Enajos presentou os jovens supermercadistas com uma palestra especial, integrante da programação da Expoagas: João Branco, ex-vice-presidente de marketing do McDonald’s Brasil, compartilhou seus ensinamentos.

De acordo com o executivo, quando o empreendedor entrega um produto ou serviço ele deve incluir a sua melhor parte para fazer a diferença na vida do cliente. “É preciso satisfazer, pois para um cliente satisfeito você não tem concorrente. Coloque-se na posição de servo e faça o melhor por ele”, defendeu.

João Branco alertou para o erro de avaliação de que a tradição da marca e o conhecimento do cliente são uma segurança contra possível perda de parcela do mercado com a chegada de concorrentes na sua região. Justificou com um exemplo do próprio McDonald’s. “Também achava isto, mas há cinco anos, pela primeira vez na história, o McDonald’s deixou de ser a marca favorita dos adolescentes no Brasil, que se encantaram com o concorrente que dava sanduíche para gente careca. Com o tempo, uma parcela começa a gostar do concorrente”, reforçou. Destacou que após 10 anos atuando no McDonald’s descobriu que as ideias dão certo para uma geração, pois aquela que a sucede tem outros objetivos, o que exige contínuas mudanças, sem a perda da essência.

Outro aprendizado foi com a chegada ao Brasil da moda do hamburguer artesanal. Para ficar alinhado ao movimento, o McDonald´s lançou a linha chique chamada Signature (Assinatura em português) e com sanduíches com nomes ainda mais chiques. “No começo, vendeu bem, mas foi caindo gradualmente. Ainda existe, e vende muito bem, porque o cliente se identifica com o nome”, observou. Branco frisou que o cliente precisa perceber que a empresa está fazendo aquilo que ele gosta. “Dá trabalho, mas é o caminho do sucesso”, ponderou.

Ainda citou a mudança do nome de Drive Thru para Drive Tudo, visando ampliar o conceito de acesso ao espaço para os demais tipos de transporte. “Só que não mudou nada, o cliente continua indo só de carro. É preciso entender seu público. Não precisa ser a marca que mais entende de hamburguer, que faz a entrega mais rápida por drone ou usa inteligência artificial via WhatsApp. É preciso, sim, saber para onde cliente vai, o que ele quer”, ressaltou.

Também citou o exemplo de um supermercado de São Paulo, localizado em área nobre da cidade, que abre as portas às 7h. Destacou ser comum que, antes do horário, um grupo de pessoas mais idosas já se posicionava em frente ao estabelecimento aguardando a abertura. Segundo ele, o mercado poderia melhorar ainda mais o relacionamento com o público por meio de alguém que os recebesse de forma acolhedora, além da utilização de música adequada ao perfil dos clientes. “É um horror ficar só na disputa por preço menor. Agregue valor fazendo algo que só você consegue fazer. Identifique o público mais satisfeito da loja e o que eles têm em comum. Isto fará você compreender a sua vocação, um dos pontos fundamentais para o sucesso”, registrou.

Fonte e fotos: Exata Comunicação