Pintor francês foi a linha-mestra de diversos trabalhos que ampliou o repertório sensível, estético e cultural dos alunos
No belíssimo filme “Sonhos”, do diretor japonês Akira Kurosawa, tem um episódio onde um jovem, que está num Museu de Artes, e num passe de mágica, se vê dentro dos quadros do pintor holandês Vincent Van Gogh e até tem uma conversa com o próprio. Uma experiência sensorial e estética onde o jovem conhece os meandros da Arte. Ficções à parte, esse episódio exemplifica a experiência de mergulhar na vida e obra de um artista, como demonstraram os alunos dos Anos Iniciais da EMTI São Roque – Professora Nilza Côvolo Kratz/Sede.
No último sábado (30), o educandário abriu as portas para a comunidade escolar “Os Jardins de Monet”. A mostra teve como ponto de partida o célebre pintor francês Claude Monet e sua produção artística realizada entre a metade do século XIX e início do século XX. Ele quebrou paradigmas estéticos ao trazer pinceladas inovadoras baseadas na busca da realidade, impressões do que está o redor, tendo pertencido ao movimento Impressionista. Diversos quadros são famosos como “A ponte japonesa”, “Os nenúfares”, “Nascer do Sol”, entre tantas outras, as quais está presentes nos trabalhos que os alunos fizeram e na qual transformou o educandário numa grande galeria de arte.
Assim, pode-se ampliar o conceito de arte e da sua importância para a formação do ser humano, como fala a diretora Andreza Peruzzo. “Nós realizamos a construção com a participação de todos os professores com os temas sustentabilidade, espaços criativos e inclusivos. Pensando: o que é mais inclusivo do que a Arte? Assim, nossos alunos emergiram com um leque de expressões, envolvendo as manifestações artísticas como a pintura, a dança, a poesia: sendo o protagonista do ensino-aprendizagem”, destaca.
A mostra se transformou num território próprio de vida artística onde pode-se reproduzir os quadros, respeitando as visões e leituras de mundo dos alunos, pois estar imerso na arte foi possível abrir horizontes entre o eu, Monet e a criação. Dos trabalhos, depreendem-se curiosidades como os alunos “brincando” de ser o pintor francês no autorretrato, ou onde se tem numa pintura um ser humano, coloca-se uma fotografia do aluno, e os efeitos em uma árvore do bosque durante as estações do ano.
Priscila Menin, professora dos primeiros anos de habilidades como Arte, Literatura, Educação para o Pensar, fala de como esse processo conectou tempos-espaços distintos “Primeiramente, foi apresentado a vida do artista, e contextualizando dentro do cotidiano deles. Temos o bosque na escola, sendo que a primeira releitura que fizeram do Monet foi o bosque, tendo visitado nas quatro estações do ano. A arte, além da criatividade, fala sobre a expressão, as emoções, o artista dentro deles”.
O senso crítico também foi trabalhado, como fala a professora Priscila, pois a arte expande suas noções e nuances. “Nós ouvíamos nos corredores que Monet usava tal cor, fazia dessa forma, o sendo crítico se aguçou. Toda a escola participando e refletindo sobre o mesmo artista conseguia identificar quais pontos eram utilizados. Tinha falas como ‘essa cor Monet não usava’. A releitura precisava ser mais próxima possível do original”.
A diretora Andreza fala sobre essa imersão ao mundo da arte e de como potencializa a visão de mundo. “A escola é um espaço da diversidade, de realizar uma construção de conhecimentos de significados. Trabalhar sobre esse artista plástico conseguiu abranger todas as habilidades desenvolvidas no ano e sentiram pertencentes e inclusos. Na arte tudo cabe, nós podemos ser quem somos. Acredito essa seja o grande diferencial se sentir pertencentes e ser quem é”.
A Secretária de Educação, Adriane Zorzi, esteve visitando e conversando com pais, alunos e professores na EMTI São Roque Sede. Ela expressa suas percepções acerca do trabalho desenvolvido. “Estou impressionada com a quantidade de detalhes que forma trabalhados com os alunos. Conversando com os pequenos, eles nos trazem a realidade da vida de Monet e transpuseram para a vida atual. Então trouxeram o perfil, as cores, o que obra retratava, e fazendo esse contraponto com a realidade hoje. É muito importante trazer esse contexto para a nossa atualidade, pois se abre um diálogo profícuo e pleno de significados”.
Vale mencionar que a mostra reservou espaços para questões científicas com a construção de maquetes e de Literatura Infantil com a presença de escritores de Bento Gonçalves como Rodrigo Arcari, Marta Sassi Fabiane Sassi Caio e Adriane Tier, além do resgate histórico sobre o município, demonstrando o caráter transdisciplinar da mostra.
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