Aproximadamente 430 alunos trabalharam ao longo de 2024 os 30 artigos do documento em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS
A Declaração dos Direitos Humanos foi redigida em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), após os eventos bárbaros da II Guerra Mundial. No documento, estão artigos que expressam um compromisso com a dignidade, estruturante de ideais, valores e direitos básicos que promovem o respeito à vida. Os artigos foram a fonte de pesquisas que movimentou os, aproximadamente, 430 alunos da EMEF Noley Clemente de Rossi, de Bento Gonçalves, do Jardim A ao nono ano, em pesquisas sobre o tema, sendo mostrada para a comunidade escolar no último sábado (09).
“Direitos Humanos em foco: construindo um mundo mais justo e sustentável” foi o projeto norteador que conduziu os trabalhos ao longo de 2024. As turmas cobriram um arco histórico, onde realizaram intersecções com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, também proposto pela ONU. Um percurso que compreendeu realizar entrevistas, pesquisas, bibliografias (seja em internet ou livros), teatro, vídeo em stop-motion, slides, demandas da escola para a sociedade, produção de folders, e palestras com profissionais com o Doutor Roberto Ruver, aposentado da Brigada Militar e atualmente advogado, que abordou o histórico dos Direitos Humanos e sua atualidade; o Defensor Público, Eduardo Marengo, que abordou a negligência dos direitos que não são respeitados, e questões de Direito Penal; e a ativista social Anna Maria Rizzante, que trabalhou muitos anos na Amazônia.
Conforme a supervisora escolar Taís H. Riboldi, o evento possibilitou uma imersão aos conteúdos, onde cada turma mostrou os resultados e entendimentos. “Esse projeto não tem somente um produto, todo o desenrolar foi um estudo no campo das ideias e do saber. Isso despertou a curiosidade dos alunos, pois, de agora em diante, eles vão ter esse conhecimento. Daí cada turma trabalhou um artigo. Como, por exemplo, o professor ia trabalhar os artigos 7, 8 e 9 e com outras turmas o 10 e o 11. Essa turma sabe dos artigos e outra não. Na mostra, todos conheceram todos. Esse foi o intuito e fomentou um interesse muito grande por parte dos alunos”.
Emanuelle Rigo Brandt, professora do Jardim A, fala de como foi trabalhado o Eu, por meio do artigo 6: “Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei”. “Começamos pelo nome. Cada um pesquisou a história do seu nome com a família e, a partir disso, surgiram questionamentos: eu como pessoa, o que eu gosto, minha comida preferida, brincadeira, com quem eu convivo. Também foram trabalhados os direitos de ter alimentação, casa, o brincar e deveres de arrumar minha cama em casa, recolher meus brinquedos, manter minha mochila organizada, de acordo com as idades e que possam ir cumprindo”, ressalta.
Já os nonos anos foram divididos em quatro grupos tendo a temática sobre inclusão, sendo selecionado o tema do autismo: abordando os tipos de autismo, como se deve lidar, as leis Berenice Piana e Romeu Mion, conversaram com mãe de aluno de autista que frequenta o educandário. Para Igor Lima da Silva, do nono ano, “Foi bem interessante, pois estudamos o ano inteiro e estamos apresentando os direitos e como funciona o autismo, pois a escola tem essa inclusão”.
Sua colega, Maria Lucinda Bonamigo, tem um primo que é autista. Ela diz que “é importante as pessoas terem a consciência sobre o que é isso e não julgarem pelo comportamento. Tem dias em que eles vão estar mais ansiosos, e dias em que você não consegue nem notar a diferença”.
Outros temas também foram abordados como a presença de alunos imigrantes nos educandários, a questão negra com atividades como brincadeiras de origem africana como Escravos de Jó, confecção de máscaras que estão nos materiais do SET Brasil, entre outras. Fundamental no exercício da cidadania, os Direitos Humanos juntamente com as ODSs promovem a dignidade, redução de desigualdades, onde se tem uma profunda ligação com direitos e deveres, constituinte para respeitar o eu e o próximo.
A diretora do educandário, Aline Manara, destaca que o tema foi essencial para o conhecimento dos alunos e o desenvolvimento dos trabalhos. “Para escola, estamos plantando uma sementinha para o futuro deles, para eles compreenderem o que eu posso e não posso fazer e isso instigou eles a questionar, a buscar mais. Cada palestrante tinha um feedback diferente, pois era para ser 40 minutos e se estendia. Os alunos se interessaram pelo Direito em si. Notaram as diferenças entre realidades como de Bento Gonçalves e a da Amazônia; de como somos beneficiados aqui. Pois lá tiveram que lutar muito para ter aulas. Os Direitos Humanos tecem um profundo saber sobre a vida e a dignidade”.
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação – Prefeitura
PG
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