Ainda repercutem as palestras realizadas durante o 26º Congresso MOVERGS, ocorrido na semana passado, em Bento. Entre elas, a do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Ele utilizou gráficos e números para mostrar que as ações do Congresso Nacional e do Governo Federal terão reflexos diretos na economia brasileira. “O mercado internacional está morno e, até, estagnado” informou. “Se o governo de Michel Temer não agir rápido e não souber proteger a economia do Brasil, teremos ainda mais problemas”, resumiu.
O congresso foi promovido pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS), cujo tema foi “Renovação – Atitudes em busca de melhores resultados”.
Agraciado com o prêmio “economista-chefe do ano”, em 2014, José Francisco Gonçalves ainda tem no currículo a assessoria especial do Ministério da Fazenda, entre 1990 e 1991 e a diretoria da Secretaria do Tesouro Nacional, entre 1986 e 1987.
Durante seu painel, que teve como tema o cenário atual da economia, o executivo foi direto ao afirmar que “o Brasil está em recessão e há prejuízos no cotidiano da população”. Porém, Gonçalves prevê estabilização. “Essa estagnação ficará aguardando uma solução em relação ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) ou uma decisão por novas eleições. Enquanto isso, nada de novo ocorrerá na economia”, projetou o economista.
Notícia alentadora trazida por José Francisco Gonçalves foi o fato de o Brasil fortalecer o caráter de “destino para investimentos estrangeiros”, sobretudo para países como Inglaterra, China, Japão e Estados Unidos. Mas ele também manifestou preocupação quanto ao que chamou de “cultura protecionista” desses países. “A saída da Inglaterra da União Europeia mostra que há um desconforto em relação à globalização”, destacou.
Para ele, aqui, a construção civil e a indústria serão os setores que devem ficar estáveis nos próximos meses, porém, devem piorar os números dos serviços e do comércio, por terem demorado a sentir os efeitos da crise.
Na palestra, Gonçalves pediu que os empresários tenham “um otimismo cauteloso” e que busquem maior eficiência nos processos, além de reduzirem os custos operacionais, como forma de enfrentar a crise. “Reduzam os estoques, trabalhem com menos dívidas e pensem quais serão as melhores parcerias serão importantes para suas empresas a médio e longo prazos”, ensinou.
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