Em palestra no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, o gerente de Análise Econômica do Sicredi, Pedro Ramos, disse estar otimista em relação ao futuro do país. Principalmente, porque enxerga vontade política de mudar, mesmo que, por vezes, governo e Congresso pareçam dialogar em línguas diferentes. “Estamos plantando uma semente para termos uma década de expansão”, disse, em relação à agenda de mudanças em curso no Brasil.
Entre elas, inicialmente, está a reforma da previdência, que traria uma economia aos cofres na ordem de R$ 900 bilhões. Com ela sendo aprovada, outras entrarão na agenda, sendo inclusive mais rapidamente aprovadas – caso da reforma tributária, prevê Ramos. Elas são vistas como essenciais para devolver a confiança a empresários e trabalhadores. E tem também a política de privatização do governo que, além de colocar dinheiro no bolso, permitiria investimentos públicos, acelerando a retomada da economia. “Somos a oitava economia do mundo, e governo controla a cadeia de petróleo e gás, uma parte importante do setor elétrico, metade do setor bancário e uma parte importantíssima de distribuição de mercadoria”, disse Ramos.
Ramos também disse que os grandes desafios do governo são retomar o crescimento da economia e reduzir a alta de desemprego – segundo ele, pelo menos o índice teria que ficar abaixo dos 10% (hoje está em 12,3%, de acordo com o IBGE). O economista está otimista também porque o governo demonstra uma grande preocupação para atingir esse objetivo: estancar o endividamento público e desmontar políticas públicas como o excesso de subsídio na economia e os baixos investimentos em educação básica.
Para o economista, as contas públicas foram o que ele chama de “pecado original”, ou seja, as causadoras da recessão. Se em 2014 o endividamento público representava 57% do PIB, hoje abocanha 78% dele. “Em cinco anos, chegou a R$ 1,6 trilhão. É maior do que toda dívida somada de todos os países sul-americanos”, comparou.
Segundo Ramos, a reforma da previdência aparece como essencial para coibir os gastos. Hoje, esse sistema consome 55% de tudo que é arrecadado pelo governo. “Se não ocorrer a reforma, em 10 anos esse percentual será de 79%”, alertou. Atualmente, são necessários quase seis trabalhadores para manter um aposentado, quadro que, dentro de 40 anos será praticamente insustentável, com cinco pessoas formalmente na ativa para prover três inativos.
Otimista, Ramos espera que, mesmo que neste ano o crescimento econômico do país fique em torno de 0,6% , em 2020 o país deve registrar 2%. “A recuperação é mais lenta também porque o governo está segurando os gastos públicos. Para o ano que vem, a Argentina (maior comprador de produtos industrializados do Brasil) deve melhorar a economia, a confiança será maior no país com as reformas e o juro um pouco mais baixo ajudará no consumo, então teremos um ano melhor”, disse Ramos.
Gialdi mostra confiança na recuperação econômica
O presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, mostrou descontentamento com a situação econômica, mas otimismo quanto ao futuro da nação. Ele reconheceu que a expectativa era uma recuperação mais acelerada da economia brasileira, entretanto, a visão do governo deixa os empresários mais esperançosos para os próximos meses com a iminente aprovação da reforma da previdência.
“Nós, empresários, seguimos matando um leão por dia, mostramos que estamos fazendo nossa parte, continuando produzindo da melhor maneira possível, e gerando riqueza, e reivindicando investimentos nas mais diversas áreas. Assim continuaremos, porque é nossa missão também fazer por nossas empresas e nossa sociedade, sendo um agente de transformação”, disse.
CIC-BG apresenta novos associados
A reunião de trabalho realizada no dia 08 de julho foi oportunidade, também, de o CIC-BG apresentar as empresas que passam a integrar o quadro da entidade. Os novos associados são ATI (Associação da Tecnologia da Informação), Comerc Comercialização de Elétrica, C. Pazinato Treinamentos, Móveis Casa da Serra Ltda, Vinicola Cainelli, Pasquali Philippi Advogados, Vinicola Cristofoli e Edile Debastiani Tonello.
Fonte e fotos: Exata Comunicação
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