Dom José Gislon – Jesus, Bom Pastor e Mestre Divino

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste segundo domingo de maio a Igreja convida seus filhos e filhas a celebrarem o “Domingo do Bom Pastor”, lembrando a passagem bíblica do Evangelho segundo João: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10,27).

Tendo presente as necessidades do cuidado pastoral do “povo de Deus peregrino”, a Igreja promove o LXII Dia Mundial de Oração pelas Vocações. E a mensagem que o nosso amado Papa Francisco deixou para este dia, antes de celebrar a sua páscoa definitiva, é voltada à realidade da vocação. Nela o Papa Francisco recorda que: “A vocação é um dom precioso que Deus semeia nos corações, uma chamada a sair de si mesmo para trilhar um caminho de amor e serviço. E cada vocação na Igreja – seja laical, seja ao ministério ordenado, seja à vida consagrada – é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos seus filhos”.

“Neste nosso tempo, muitos jovens sentem-se perdidos face ao futuro. Frequentemente vivem na incerteza quanto às perspectivas de emprego e, lá no fundo, experimentam uma crise de identidade que é uma crise de sentido e de valores, que a confusão digital torna ainda mais difícil de atravessar. A injustiça para com os fracos e os pobres, a indiferença do bem-estar egoísta e a violência da guerra ameaçam os projetos de vida boa que cultivam no seu íntimo. Contudo, o Senhor, que conhece o coração do homem, não nos abandona na insegurança; pelo contrário, quer suscitar em cada um a consciência de ser amado, chamado e enviado como peregrino de esperança”.

Na missão vocacional todos devem sentir-se envolvidos, seja pela oração ou pela escolha de vida. É missão dos pais ajudar os filhos num processo de discernimento vocacional que leve em conta a voz do coração, da escolha de um estado de vida, que pode ser o matrimônio, mas também a vida consagrada ou o ministério sacerdotal. Acolher os jovens com suas angústias, incertezas e medos, e ajudar as novas gerações num processo de discernimento vocacional também é missão da Igreja. Lembrando o protagonismo de Jesus na escolha dos Apóstolos, mas também o protagonismo dos fundadores de Ordens e Congregações Religiosas, que ao acolherem um Carisma, dom de Deus, e não o viveram só para si, mas acolheram outros jovens para que pudessem ser protagonistas no mundo, através de uma vocação de amor-serviço, servindo o Senhor, servindo os irmãos na Igreja, povo de Deus a caminho.

Na mesma mensagem o Papa Francisco nos recorda que é necessário tomar consciência de que o dom da vida exige uma resposta generosa e fiel. Como fizeram as dezenas de jovens mártires, santos e beatos que responderam com alegria à chamada do Senhor. Cada um deles viveu a vocação como um caminho para a felicidade plena, na relação com Jesus vivo. Porque “Toda a vocação, sentida na profundidade do coração, faz germinar uma resposta como impulso interior ao amor e ao serviço, como fonte de esperança e caridade e não como busca de autoafirmação. Vocação e esperança entrelaçam-se, portanto, no projeto divino pela alegria de cada homem e mulher, todos eles chamados em primeira pessoa a oferecer a sua vida pelos outros (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 268)”.

“Toda a vocação é animada pela esperança, que se traduz em confiança na Providência. Com efeito, para o cristão, ter esperança é mais do que um simples otimismo humano: é antes uma certeza enraizada na fé em Deus, que age na história de cada pessoa. E, deste modo, a vocação amadurece através do compromisso quotidiano de fidelidade ao Evangelho, na oração, no discernimento e no serviço”.

Por intercessão de Nossa Senhora de Caravaggio, nossa mãe, rainha e padroeira de nossa Diocese, abençoe-vos o Deus todo poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Estimadas mães, parabéns pelo vosso dia!

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul